Crítica
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Sinopse
A massagista Eva é uma mulher divorciada e mãe solteira que teme a partida da sua filha para a faculdade. Ela logo começa um romance com Albert, um homem engraçado que está vivendo um momento muito parecido com o seu. Só que esse relacionamento será ameaçado com a chegada de sua nova cliente, Marianne, que é também ex-mulher de Albert.
Crítica
Eva (Julia Louis-Dreyfus) é uma massagista que está além dos 40 anos de idade, com poucos amigos e uma filha pronta para ir à faculdade. Como toda premissa de uma comédia romântica hollywoodiana, em À Procura do Amor ela está (querendo parecer que não) em busca de uma nova paixão, ainda mais que está há dez anos separada. Em uma festa ela conhece Albert (James Gandolfini), que está passando pela mesma fase que a sua e os dois iniciam um relacionamento. O problema é que Eva tem como cliente e nova amiga Marianne (Catherine Keener), coincidentemente, a ex-mulher de seu novo namorado.
Todos sabem o que vai acontecer do início ao fim do filme dirigido e roteirizado por Nicole Holofcener. Porém, além do caminho que é feito, evitando ao máximo os clichês do gênero, o principal atrativo está no elenco do longa, especialmente o casal principal. Julia, mais conhecida por seu trabalho na televisão norte-americana em seriados cômicos como Seinfeld (1990-1998), As Novas Aventuras de Christine (2006-2010) e Veep (2012 até agora), não deixa o humor de lado, mas experimenta novas nuances dramáticas ao lidar não apenas com a idade avançada e o namorado fora dos padrões, mas também com a dor do ninho vazio. Tarefa que a atriz tira de letra, especialmente nas cenas em que desabafa com a melhor amiga da filha sobre o namoro, quase como se estivesse substituindo sua prole por outra.
Acima de tudo, seu colega de cena, Gandolfini - o eterno mafioso neurótico da série A Família Soprano (1999-2007) -, constrói um personagem que encanta a platéia, mesmo não sendo um exemplo de beleza. Especialmente para Eva, a protagonista. Corpulento, peludo e um pouco desleixado, seu Albert conquista o público pela suavidade com que trata a todos, mas sem nunca ser um completo banana, como poderia ser na pele de outro ator menos talentoso. Seu desempenho tem sido lembrado por muitos para a temporada de prêmios do próximo ano como Ator Coadjuvante. Talvez não apenas pela ótima atuação, mas também como homenagem à sua morte, ocorrida em junho deste ano.
Se separados ambos já estão excelentes, quando Julia e Gandolfini juntam-se na tela a química é imediata, perceptível ao olhar de qualquer um. Por isso fica difícil não acreditar que ambos devem ficar juntos. Os tropeços de Eva podem até machucar Albert e todos à sua volta. E, mesmo que eles pareçam imperdoáveis, fazem parte da construção psicológica de uma pessoa que já sofreu em relacionamentos nos seus mínimos detalhes e não quer passar pelo mesmo novamente. Para um filme do gênero, À Procura do Amor não tem grandes pretensões e, por isto mesmo, se sobressai ao contar com naturalidade uma história que pode acontecer com qualquer um. Como o título original (Enough Said) já afirma, tudo que é dito é o suficiente. Ao menos, para se acreditar num belo conto de amor.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Matheus Bonez | 8 |
Robledo Milani | 8 |
Francisco Carbone | 9 |
MÉDIA | 8.3 |
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