Crítica
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Sinopse
Após receber uma carta de Doc datada de 1885, Marty McFly decide viajar para o Velho Oeste, no dia 2 de setembro do mesmo ano. Lá, descobre que o doutor está fugindo de uma gangue de bandidos e se apaixonou por uma professora. Agora, Marty tem apenas cinco dias para salvar a si e aos seus amigos e voltar para o futuro.
Crítica
Depois de ter passeado pela década de 1950, visitado o futuro em 2015 e ter encontrado um presente alternativo em 1985, o diretor Robert Zemeckis e o roteirista Bob Gale decidiram levar Marty McFly e o doutor Emmet Brown para um passado mais distante em De Volta para o Futuro 3: o velho oeste norte-americano. Continuando exatamente de onde De Volta Para o Futuro 2 (1989) havia parado e estreando apenas seis meses depois, o longa-metragem é visto – e com razão – como o capítulo mais fraco da cinessérie. Ainda assim, diverte com suas ideias, conseguindo fechar bem as aventuras da dupla de viajantes do tempo.
Era vontade de Robert Zemeckis dirigir um faroeste, gênero que ao final da década de 1980 estava completamente adormecido em Hollywood. Para isso, enviou sua dupla de protagonistas para Hill Valley em 1885, reciclando algumas ideias de westerns clássicos e prestando homenagem a Clint Eastwood – diretor e ator que, dois anos depois, dirigiria seu réquiem do gênero, Os Imperdoáveis (1992). Na trama, Marty (Michael J. Fox) está em 1955, sem o doutor Brown (Christopher Lloyd) e sem a máquina do tempo. Ao descobrir que seu amigo foi enviado por acidente para 1885, depois de receber uma carta enviada por ele, o garoto do futuro recorre ao único homem que poderia ajudá-lo: a versão mais jovem de Emmet Brown. Na mensagem vinda do passado, o doutor deixa instruções precisas de como voltar ao futuro, o local onde escondeu o Delorean e o pedido claro de não ser resgatado do velho oeste. O problema é que a vida do cientista está correndo perigo e Marty se vê obrigado a fazer uma nova viagem para salvá-lo.
Na Hill Valley de 1885, rebatizado como Clint Eastwood, Marty terá de enfrentar um antepassado do seu arqui-inimigo Biff, Bufford “Mad Dog” Tannen (Thomas F. Wilson), e arranjar uma forma para o Delorean voltar a funcionar, depois de ter perdido todo o combustível por causa de uma flechada de índios. Enquanto isso, o doutor Brown se apaixona por uma bela professora, Clara Clayton (Mary Steenburgen), e cogita seriamente não voltar ao futuro junto do seu amigo. Na época, filmar dois longas-metragens simultaneamente e lançá-los com pouco tempo de diferença era raríssimo em Hollywood. Essa pressa pode explicar o porquê do terceiro capítulo ser tão inferior aos demais. Os personagens continuam sendo ótimos, a amizade entre os protagonistas está mais fechada que nunca, mas faltam as idas e vindas dos filmes anteriores. Enquanto De Volta para o Futuro 2 era uma montanha-russa, cheio de acontecimentos e reviravoltas, a terceira parte da trilogia não empolga tanto. Excetuando a cena do roubo da locomotiva e todo o preambulo do retorno ao futuro nos trilhos do trem, faltam momentos memoráveis ao longa-metragem.
Ainda que Bufford Tannen seja a melhor encarnação do nêmeses da família McFly, com uma atuação divertidamente vilanesca de Thomas F. Wilson, a ausência do DeLorean e a possibilidade de novas viagens no tempo acabam por tirar de De Volta para o Futuro 3 a melhor qualidade da saga: a potencialidade de estar em qualquer lugar no tempo. Por investir no faroeste, Zemeckis não cogitou que poderia alienar os fãs da ficção científica ou da aventura e, por não construir um western puro, também não entregar o que os admiradores daquele gênero gostariam de ver. O filme fica no meio do caminho.
Apesar destes problemas, assistir a De Volta para o Futuro 3 é um programa prazeroso. Em primeiro lugar, por trazer Michael J. Fox e Christopher Lloyd como os personagens que aprendemos a amar nos filmes anteriores. A trama de romance envolvendo o doutor e a professora funciona bem por nos importarmos com o cientista, por querermos que ele se relacione com alguém em um nível maior que o intelectual. Por sua vez, Marty precisa controlar o temperamento e não se deixar levar por qualquer insulto que receba. Esta evolução dos dois personagens faz valer o terceiro capítulo e traz um fechamento interessante para os amigos viajantes no tempo.
Com a inesquecível trilha de Alan Silvestri e a participação especial dos barbudos do ZZ Top (aparecendo na festa no velho oeste e com uma música na trilha sonora), De Volta para o Futuro 3 pode não ser o melhor capítulo da trilogia, mas entretém o suficiente com sua gama de personagens memoráveis. Sempre existiram boatos de novos filmes para a franquia, mas sempre desmentidos pelos Bobs responsáveis – Gale e Zemeckis. Se no cinema essa ideia pode ser esquecida (até que surja um remake), desenhos animados, vídeo games e quadrinhos já brincaram de continuar as aventuras de Marty e Doc Brown, com resultados satisfatórios. É uma forma de nunca perder contato com os amigos feitos nesta franquia tão divertida e à frente do seu tempo.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Rodrigo de Oliveira | 7 |
Robledo Milani | 6 |
Francisco Carbone | 8 |
Chico Fireman | 6 |
Bianca Zasso | 7 |
Thomas Boeira | 10 |
Cecilia Barroso | 6 |
MÉDIA | 7.1 |
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