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Sinopse

Ex-agente do serviço secreto americano tem que salvar o presidente da república depois que ele é sequestrado durante um ataque terrorista à Casa Branca.

Crítica

Gerard Butler nunca foi um astro do primeiro time, assim digamos. Desde que estourou para o mundo protagonizando o épico 300 (2006), sua carreira tem sido recheada de altos e baixos. O escocês já trabalhou com Guy Ritchie no divertido Rock’n’Rolla (2008), fez várias comédias românticas, e nos últimos tempos tentou engatar um ar mais sério com produções como Redenção (2011). Ignorado pelo público e execrado pela crítica por Um Bom Partido (2012), restou ao astro voltar àquilo que ele sabe fazer melhor: filmes de ação. E o resultado é positivo com Invasão à Casa Branca, onde, mesmo na companhia de astros do primeiro escalão (Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Melissa Leo e Angela Bassett), Butler consegue se sobressair.

O galã de barba por fazer interpreta o ex-chefe de segurança da Casa Branca, de onde foi afastado após ter salvo “apenas” a vida do presidente dos EUA (Eckhart) em um acidente de carro, porém sem ter conseguido resgatar também a primeira-dama (Ashley Judd, em rápida participação). Relegado a um cargo burocrático, passa os dias acompanhando pela janela a movimentação do governo norte-americano, que está em tratativas com as Coreias do Sul e do Norte para apaziguar conflitos. Numa destas reuniões, a tal invasão acontece capitaneada pelo chefe de segurança sul-coreana (sendo que, na verdade, o mesmo líder é do norte), que pretende se vingar dos EUA por levar sofrimento ao seu povo. Para isso, tranca o presidente, o vice e a secretária de Defesa (Leo), além de outros funcionários, dentro do bunker da sede norte-americana. O personagem de Butler consegue se infiltrar na sede do governo norte-americano, sendo o único contato interno com o presidente interino (Freeman), que está acompanhado da diretora do Serviço Secreto (Bassett) e do general das Forças Armadas (Robert Forster). Nem precisa dizer quem terá a responsabilidade de salvar o dia. Para isso, Butler encarna o motivado agente com unhas e dentes. Praticamente um Rambo em seus ataques, que (quase) nunca se fere, apesar da imensa quantidade de tiros que leva.

Apesar de não entendermos a motivação do traidor da segurança, e muitas vezes nem a do chefe da invasão (apesar da rápida explicação já citada), o longa funciona justamente por desligar o botão da coerência e cumprir seu papel, que é apenas divertir sem pensar muito (ou quase nada). O diretor Antoine Fuqua (responsável pelo bom Dia de Treinamento, de 2001, que rendeu um Oscar para Denzel Washington) utiliza de sua experiência no gênero para criar excelentes sequências de ação, que vão desde a chocante queda do obelisco de Washington (que lembra muito o 11 de Setembro), a tomada da sede do governo, corpos empilhados e muito sangue sendo jorrado, tanto dentro da casa quanto nas ruas, não poupando inocentes de estarem nesta lista. O que chega a ser uma decisão corajosa do cineasta, visto que na maioria dos filmes de ação, apesar das explosões, pouco se vê a população em geral morrendo – uma afronta à inteligência do público, que sabe muito bem que, num ataque como esse, ninguém estaria a salvo. Para retratar a tomada da Casa Branca, ex-agentes do FBI e da CIA foram consultados, simulando como seria um ataque ao local com um grupo armado em terra e ar. O resultado são tiros para todos os lados, mas, incrivelmente, com muita lógica.

Com isso tudo em mãos, percebe-se que o elenco está mais do que à vontade se divertindo na produção, ligando suas atuações no automático sem nunca comprometer o divertimento do outro lado da tela. É claro que não faltam referências ao patriotismo norte-americano, especialmente em frases como “nós não negociamos com terroristas” (ok), o que pode irritar um pouco. Porém quem vai ao cinema assistir um filme intitulado Invasão à Casa Branca não deve esperar nada diferente. Como o título original brinca com seu trocadilho, o Olimpo caiu. Mas a adrenalina do filme dura do início ao fim. Ainda bem.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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