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Sinopse

Após sofrer um acidente de carro, Jessie é forçada a retornar para a casa do pai, onde tenta lidar com suas pernas imobilizadas. No entanto, seu maior problema começa quando ela passa a ser atormentada por um espírito, cuja origem pode ter relação com circunstâncias misteriosas envolvendo seu nascimento.

Crítica

É possível constatar ao longo deste terror Jessabelle: O Passado Nunca Morre que os realizadores estão realmente se esforçando para tentar causar sustos e arrepios no público. Isso não deixa de ser louvável, mas é uma pena quando o talento por trás destes esforços não é dos melhores, incapaz de cumprir seus objetivos. Aqui, acabamos tendo em mãos um filme que praticamente passa batido pelo espectador, e isso para uma obra de terror é terrível se considerarmos que, quando bem realizado, o gênero é capaz de manter seus espectadores assustados por um bom tempo.

Escrito por Robert Ben Garant (cuja carreira é calcada em comédias como Uma Noite no Museu, 2006), Jessabelle nos apresenta a jovem Jessie Laurent (Sarah Snook), que volta para sua cidade-natal na Louisiana para se recuperar de um acidente de carro. Nesta tragédia ela perdeu o namorado, o bebê que estava esperando e os movimentos das pernas. Ficando sob os cuidados de seu mal-encarado pai (David Andrews), Jessie tenta recomeçar a vida, mas aos poucos começa a ser assombrada por fantasmas e pesadelos. Ao encontrar algumas fitas VHS que sua falecida mãe (Joelle Carter) gravou antes dela nascer, Jessie é avisada quanto a uma estranha presença na casa. Contando apenas com a ajuda de seu amigo Preston (Marc Webber), ela tentará entender o que está acontecendo, em um mistério que traz à tona um passado conturbado.

Misturando terror psicológico com sobrenatural e alguns toques de magia negra, Jessabelle tem uma história que se revela bastante clichê, seja pela forma como traz elementos vistos em outras obras do gênero, seja pela própria estrutura usada no desenrolar da trama. Nesse sentido, lembra um pouco produções como o ótimo O Chamado (2003) ou até mesmo o mediano A Chave Mestra (2005). No entanto, em nenhum momento consegue envolver por completo o espectador, pois a trama é desinteressante e conta com algumas resoluções que são óbvias desde o princípio, já que o roteiro não é sutil ao usar as fitas da mãe da protagonista para apresentar pistas importantes sobre os mistérios.

O diretor e montador Kevin Greutert (responsável pelos sexto e sétimo exemplares da saga Jogos Mortais) ainda assim tenta construir uma atmosfera inquietante, mas acaba não sendo muito eficaz ao utilizar desde uma fotografia que separa de maneira bem clara os momentos sombrios daqueles mais tranquilos até uma trilha que não poderia ser mais batida. Há cenas em que até provocam alguns arrepios, como aquela em que Jessie tem uma alucinação na banheira. Mas em outras é possível nos adiantarmos aos sustos que estão sendo preparados graças à condução nada criativa, o que tira completamente o impacto que as cenas poderiam ter. Bons exemplos disso são o acidente de Jessie ou quando Preston é atacado pela tal assombração.

Esses problemas são ainda mais lamentáveis se levarmos em conta que o filme tem uma atriz competente em seu centro. Após a grande atuação na ótima ficção científica O Predestinado (2014), Sarah Snook mostra mais uma vez que é uma intérprete que merece atenção, conseguindo fazer de Jessie uma personagem carismática e que exibe força em meio a situação vulnerável na qual se encontra. Uma pena que seu talento não seja suficiente para compensar os vários problemas do filme, que é esquecido rapidamente após o fim da sessão.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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