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Crítica


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Sinopse

Freddy está obcecado com a ideia de ter um filho. Ele convence seu marido da ideia e ambos vão conversar com uma amiga de longa data para que ela seja a barriga de aluguel deles. Porém, as coisas não são tão simples assim.

Crítica

O chileno Sebastián Silva ganhou atenção em festivais ao redor do mundo após a realização do excepcional A Criada (2009), filme em que apresentava a história de uma doméstica que dedicou sua vida toda a uma família esquecendo de viver a sua própria. A produção se tornou um sucesso e angariou até mesmo uma indicação de filme estrangeiro no Globo de Ouro. Alguns anos depois, uma série de trabalhos irregulares e um seriado para a HBO, Silva parece ter encontrado novamente seu cerne com Nasty Baby, que também trata essencialmente sobre a criação da vida e seu contraponto, a morte.

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Estrelado pelo próprio cineasta ao lado de Tunde Adebimpe e Kristen Wiig, ele interpreta Freddy, um o artista visual um tanto irritante e imerso em seu mais novo trabalho sobre nascimento e vida. Enquanto prepara a exposição do trabalho, ele e o namorado Mo (Adebimpe), um carpinteiro, estão decididos que precisam de um bebê. A amiga do casal, a enfermeira Polly (Wiig), é uma entusiasta da ideia e tenta sem sucesso ser inseminada por Freddy, que é praticamente infértil. Na tentativa do casal em engravidar, o trio é surpreendido pelas ações de um indigente que mora na vizinhança.

Dividido em dois atos, Nasty Baby se divide em uma leve dramédia da vida comum e, conforme um baque inesperado acontece, ganha seu segundo ato em que os personagens são levados às últimas instâncias ao avaliar o valor da vida. Silva se vale de um retrato mais naturalista e com  senso de humor leve, sem cair no exagero de produções americanas que decidem explorar o tema da inseminação artificial.

O destaque da produção certamente vai para a performance de Kristen Wiig. É visível que a atriz vem tentando expandir sua carreira para filmes dramáticos. The Diary of a Teenage Girl, 2014, é um exemplo. Aqui, sua Polly é contraditória, intensa e até mesmo obsessiva. Wiig usa e abusa de seu carisma para entregar uma atuação crescente e segurando as pontas muito bem quando colocada em terreno intensamente emocional.

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Polêmico pelo seu final, o diretor teve seu filme rejeitado pela seleção do Festival de Toronto por se negar a modificar a cena de encerramento. Silva agiu de forma correta e esperada, afinal reside em seu ápice um dos grandes pontos fortes aliado ao roteiro que leva o espectador a crer inicialmente em uma narrativa padrão de filme independente de drama e comédia, mas que se transforma em um verdadeiro baque.

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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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CríticoNota
Renato Cabral
8
Chico Fireman
5
MÉDIA
6.5

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