O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida
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Chris Renaud, Kyle Balda
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The Lorax
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2012
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EUA / França
Crítica
Leitores
Sinopse
Crítica
Tente vender um filme sobre O Sítio do Pica-pau Amarelo nos Estados Unidos. Será que funcionaria? Olha, a chance é de 9 em 10 de que seria um grande fracasso. Pois é exatamente isso que acontece cada vez que um dos estúdios de Hollywood tenta empurrar a mais recente adaptação de um clássico do Dr. Seuss no resto do mundo: o resultado, invariavelmente, fica muito aquém do obtido na América do Norte. Foi assim com O Grinch (2000), com O Gato (2003) e com Horton e o Mundo dos Quem (2008). E tudo indica que o mesmo se repetirá com O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida, uma animação alegre e colorida, mas muito infantil e com um discurso tão próximo à ingenuidade que chega a ter momentos de puro constrangimento.
A trama é edificante e envolvente: numa cidade toda de plástico, um garoto decide encontrar uma árvore para dar de presente à menina pela qual está apaixonado. O que descobre é que ele, sua família, amigos e comunidade vivem numa quase prisão em que tudo é falso. Do lado de fora, no mundo real, há apenas ruínas, escuridão e abandono. Lá mora o homem que seria o responsável por aquele cenário, alguém que em nome da ganância teria colocado tudo a perder, apesar dos constantes avisos do Lorax, o guardião da floresta. Se antes ali era uma mata de trúfulas – árvores encantadoras de cores brilhantes – com animais, riachos e frutas, agora só restam cinzas, poeiras e solidão. E caberá ao menino reverter aquela situação, contanto com isso com a ajuda da avó e da namorada para não só descobrir como salvar o mundo em que vivem como também para conscientizar a população local que o consumismo desenfreado e as modernidades tecnológicas precisam ser evitadas, ou então o preço a ser pago por estas comodidades será alto demais.
Tudo é muito certinho, bobinho, redondinho em O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida. Não há a menor dúvida de que o final será feliz, que a natureza irá recuperar suas forças e que toda a história narrada não passa de uma lição de moral que beira o tédio. Os problemas durante esse percurso são muitos. O principal talvez seja a solução ter estado nas mãos daquele que bastava abrir a janela para alcançá-la, e mesmo assim não o fez. A relação entre o rapaz apaixonado e a cidade artificial com o Lorax e o empresário ambicioso é muito frágil, e por pouco não se justifica. E ainda temos os próprios personagens, que carecem de algo especial que justifiquem o interesse que tentam despertar: o Lorax é mais um observador do que alguém com poderes de fato, o menino parte em sua jornada com motivos não muitos nobres (tudo o que quer é um beijo da vizinha) e o próprio vilão só fez tantos erros porque buscava a aprovação familiar – que lhe é negada até o final.
Sucesso de público nos Estados Unidos, onde faturou cerca de US$ 160 milhões (mais do que o dobro do seu orçamento), O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida tem boas intenções, mas como diz o ditado, disso o inferno está cheio. É um filme que fica muito aquém do anterior do diretor Chris Renaud, o divertido e irreverente Meu Malvado Favorito (2010). Com um roteiro sem grandes reviravoltas, desprovido de sacadas mais inteligentes e capazes de entreter públicos mais adultos, é recomendado apenas aos bem pequenos, e olhe lá. Os pais e irmãos mais velhos devem se manter afastados, pois nem a possibilidade de conferir as dublagens originais, de atores como Danny DeVito, Betty White e Zac Efron, nos é oferecida. Bonito é o melhor termo para descrevê-lo. E nada mais.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 1 |
MÉDIA | 3 |
filme bom💛💛