Sinopse
Os Smurfs conseguem escapar do feiticeiro Gargamel, mas acabam deixando o mundo mágico em que vivem e vão parar bem no meio do Central Park, em Nova York. Os pequeninos azuis precisarão encontrar uma forma de retornar ao seu vilarejo, e para isso terão a ajuda de um novo amigo.
Crítica
É de se imaginar que as expectativas em relação a essa versão cinematográfica de Os Smurfs não tenham sido as mais altas. Talvez por isso mesmo tenha sido uma surpresa encontrar um filme bom e divertido, perfeito para o período de férias, com graça, dinamismo e bons personagens. Como numa viagem no tempo, capaz de fazer com que qualquer um se sinta mais uma vez criança, acompanhando as aventuras dos gnomos azuis, agora perdidos na cidade grande e tentando desesperadamente, porém sem nunca perder o humor, encontrar um meio de voltarem para casa, enquanto tentam se livrar da perseguição do maléfico Gargamel e seu gato cruel. Uma Sessão da Tarde em alto estilo, com toda a pompa e circunstância!
A maioria esmagadora dos desenhos que fizeram sucesso nos anos 1970 e 1980 que foram adaptados nos últimos anos para a tela grande resultaram em grandes fracassos. A notícia de que quem comandaria essa versão de Os Smurfs em desenho digital combinado com atores em carne e osso seria Raja Gosnell, o mesmo responsável pelos equivocados Vovó... Zona (2000) e Scooby-Doo (2002), definitivamente não era animadora. Mas não é que ele acabou se saindo razoavelmente bem? Até porque o charme de uma produção como essa são mesmo os personagens, e para isso bastava seguir à risca o que já havia sido idealizado pelo desenhista Peyo, que os criou há mais de meio século e desde então tem colhido os frutos desse sucesso em desenhos animados, histórias em quadrinhos e numa infinidade de outros produtos. Uma estreia com esse impacto em Hollywood, portanto, era uma consequência natural.
A trama de Os Smurfs não é nenhum prodígio de originalidade, e bebe direto na fonte recentemente explorada em Encantada, da Disney. Devido a uma trapalhada mágica, seis dos pequenos Smurfs – Papai Smurf, Smurfette, Desastrado, Ranzinza, Gênio e Valente – acabam entrando em um portal mágico e sendo transportados para o centro de Nova York. No encalço deles, é claro, estão Gargamel (Hank Azaria) e Cruel, os vilões que existem para infernizá-los. Na cidade grande os pequenos são involuntariamente adotados pelo casal vivido por Neil Patrick Harris e Jayma Mays, que também possuem seus próprios problemas – ela está grávida, enquanto ele está sob pressão no trabalho para criar em tempo recorde uma campanha de lançamento do novo produto da empresa de cosméticos comandada a braço de ferro por Sofía Vergara.
A opção por um elenco televisivo – Harris vem da série How I Met Your Mother (2005-2014), Mays é destaque no elenco de Glee (2009-2015), Vergara é uma das melhores de Modern Family (2009-2019), Tim Gunn é o guru de Project Runway (2004-2017) e até Azaria já teve seus momentos como protagonista de Huff (2004-2006) – evidencia de antemão que o foco são mesmos os personagens azuis. E essa decisão é mais do que acertada. Ao contrário do desenho animado que mostrava aventuras vividas na vila medieval perdida no meio da floresta, agora, na tela grande, os acompanhamos num outro ambiente, e Nova York – a cidade onde tudo acontece – funciona perfeitamente como cenário.
Se o final é um pouco barulhento e apressado e nunca fica muito claro os motivos de Gargamel, isso pouco importa. O que deve ser levado em questão aqui são os personagens, e a eles o filme dá bastante atenção. Os Smurfs é leve, divertido e atende o interesse despertado sem arranhar a reputação de nenhum dos envolvidos. É para crianças, mas também irá fazer a alegria de qualquer adulto mais saudosista.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Edu Fernandes | 5 |
Thomas Boeira | 3 |
Roberto Cunha | 6 |
MÉDIA | 5 |
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