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Sinopse

Uma garota apaixonada por livros. Um garoto apaixonado por ela, tanto que começa a ler todas as obras que a jovem já pegou na biblioteca a fim de conhecê-la melhor.

Crítica

Shizuku Tsukishima é uma jovem leitora voraz que divide seu tempo entre a biblioteca e as aulas da escola. Dedicando-se com afinco para se formar e em seguida iniciar uma vida acadêmica, ela descobre que em alguns dos cartões da biblioteca, que acompanham seus livros, há a presença constante de um tal Seiji Amasawa. O nome parece estar em todos os livros que Shizuku decide alugar, o que a faz ficar intrigada e curiosa, com vontade de, um dia, encontrar esse garoto que pode muito bem ser seu colega.

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Baseado nos quadrinhos de Aoi Hiiragi, Sussurros do Coração foi o primeiro filme do Studio Ghibli a não ser dirigido por Hayao Miyazaki ou Isao Takahata. A direção ficou por conta do reconhecido assistente da dupla, Yoshifumi Kondô, falecido em 1998. Esse foi o primeiro e único longa-metragem do diretor, certamente um dos mais memoráveis da história do estúdio, por se tratar de uma comédia romântica. Mas quem acha que por isso falta profundidade ao trabalho, está muito enganado. O roteiro de Miyazaki traz questionamentos diversos sobre amadurecimento, tema constante em suas realizações.

Em um determinado ponto da história, Shizuku acaba perdendo um livro que é encontrado por ninguém menos que o próprio Seiji. A garota não sabe e a ligação entre os dois é inicialmente problemática. Ele debocha dela e ela o acha um verdadeiro idiota. Numa bela narrativa crescente, Kondô nos envolve nas nuances da adolescência, contrapondo dois jovens diferentes, mas que refletem as dúvidas que qualquer um já teve sobre escolhas profissionais e de vida. Shizuku está perdida, sem saber o que fazer logo que formada, apesar de ter uma dedicação intensa à literatura. Já o jovem Seiji não parece tão preocupado, pois tem definida a sua ideia de carreia: embarcar para a Itália e ser um construtor de violinos.

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Kondô entrega um filme com belos diálogos e situações, que, além de questionamentos, traz as principais marcas do estúdio de forma sutil em sua narrativa, como easter eggs. Em determinado momento, um livro com Totoro (referência a Meu Amigo Totoro, de 1995) aparece em cena, assim como o relógio com a marca Porco Rosso e a estátua do gato Barão, que anos depois seria revisitada em O Reino dos Gatos (2002). Nisso tudo, ainda há espaço para um dos momentos mais inesquecíveis das animações Ghibli, a paródia da canção “Take me home, Country road”, cantada originalmente por Olivia Newton-John, aqui na voz da carismática protagonista que decide alertar sobre a verdadeira selva de pedra que Tóquio acabou se tornando.

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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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Grade crítica

CríticoNota
Renato Cabral
8
Chico Fireman
7
MÉDIA
7.5

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