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Sinopse

Katie se muda para uma pequena cidade tentando levar uma vida discreta. Ela acaba cativando o viúvo Alex, engatando com ele um romance. Todavia, a forasteira esconde um segredo que pode abalar a promissora relação.

Crítica

Nicholas Sparks é uma franquia por si só. O escritor de romances “água com açúcar” é autor de 17 obras literárias, oito delas adaptadas para o cinema. Neste currículo há desde alguns longas relativamente interessantes, como Diário de Uma Paixão (2004) sendo o melhor deles, até o fraco Noites de Tormenta (2008), por exemplo. O elo comum entre estes e outros títulos do autor é o amor desenfreado, o “romantismo romântico” mais puro e ingênuo, às vezes com mistérios assombrando o passado dos protagonistas. Para o bem ou para mal. Uma pena que, mais uma vez, este foi o caso do lançamento Um Porto Seguro.

A heroína da vez é Katie (Julianne Hough), uma garota que foge da polícia e vai parar na pequena cidade de Southport, na Carolina do Norte. Assim que chega conhece um viúvo bonitão e pai de dois filhos (Josh Duhamel), tenta evitar a aproximação, mas logo (obviamente) os dois engatam um romance recheado de sol, passeios de barco e juras de amor. Enquanto isso, um detetive vai em sua busca, fazendo com que saibamos, pouco a pouco e com vários flashbacks, o que aconteceu no passado da loira.

Obviamente todo mundo sabe como essa história começa e termina, mesmo com uma (desnecessária e totalmente fora de contexto) reviravolta final. Nem as tentativas dramáticas do casal principal e da belíssima e talentosa Cobie Smulders (a Maria Hill de Os Vingadores, 2012, e a Robin do seriado How I Met Your Mother), em participação especial, salvam o filme de ser somente um exemplar “mais do mesmo” da obra sparkiana (se assim podemos chamar). É tudo meticulosamente calculado, desde os planos que realçam a beleza dos protagonistas e das paisagens à trilha sonora propositalmente tocante, sem contar nos essenciais momentos “americanóides”, como uma perseguição durante o 4 de julho.

Uma pena, visto que a direção é do sueco Lasse Hallström, autor de bons (porém superestimados) dramas como Minha Vida de Cachorro (1985) e Regras da Vida (1999), além do divertido Chocolate (2000) e do suspense ainda inédito por aqui Hypnotisören (2012), feito em sua terra natal. O cineasta já havia filmado anteriormente outra adaptação de Sparks, o chatinho Querido John (2010), e parece que resolveu fazer uma “continuação” da obra anterior a toque de caixa. Nada é diferente do trabalho anterior, mesmo que seja “outra” história de amor. Legítimo exemplar para os exageradamente românticos de plantão. Porém, quem já não é muito fã do gênero, pode carregar um travesseiro para o cinema. Um Porto Seguro leva tão a pé da letra seu título que a maior vontade do espectador é dormir durante a sessão.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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CríticoNota
Matheus Bonez
4
Edu Fernandes
4
MÉDIA
4

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