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Crítica


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22 votos 8.8

Onde Assistir

Sinopse

Michael Oher é um jovem adolescente negro, muito maior do que os seus colegas, pobre e quase analfabeto. Ele ganha uma bolsa de estudos de uma escola por seu maior talento: jogar futebol americano. Mas isso não impede que sofra todo tipo de preconceito. O único que lhe dá atenção é um garotinho também aluno da instituição. Michael fica amigo do menino, o que chama a atenção de sua mãe, Leigh Anne Touhy. Esta, por sua vez, acaba se sensibilizando com a história do garoto e vê nele um potencial não apenas como atleta, mas como ser humano.

Crítica

São os sonhos que servem de combustível para movimentar as engrenagens da vida, tanto os individuais quanto os coletivos. Um Sonho Possível, escrito e dirigido por John Lee Hancock, em grande parte fala sobre isso. Mas principalmente sobre os desejos que vão se desenvolvendo a cada novo minuto e que começam a se transformar em ideais, filosofias, realizações, e eventualmente, em histeria coletiva. Temos estes anseios pra nós mesmos, depois para nossa família e, com o tempo, podem se estender a qualquer pessoa que chame nossa atenção de uma forma mais especial. Não importa seu tamanho ou o grau de dificuldade, o importante é sempre continuar correndo atrás deles.

Esse filme, amplamente bem recebido pela crítica e pelas bilheterias norte americanas, acerta em cheio ao contar a história real de Michael Oher, jogador de futebol americano negro que foi acolhido ainda muito novo por uma família de brancos do sul dos Estados Unidos que teve o mérito de ver nele mais do que a aparência inicialmente assustadora do gigante adolescente. Ao entrar em cartaz quase que simultaneamente com Preciosa (2009), título de temática similar e também bem acolhido pela crítica, deu bastante o que falar. Ambos colocam a questão racial em cheque, narrando histórias de jovens negros que foram "salvos" por brancos ou pessoas bem afortunadas. Mas existem duas diferenças: um conta uma história real, sem deixar espaço para invenções, enquanto que o outro é mais contundente, denso, menos acessível e mais difícil de se relacionar com o público em geral.

Um Sonho Possível é o típico drama familiar de Ação de Graças, mas também vai além do estereótipo ao mostrar os pontos de vista de vidas tão distantes que colidiram e como esse embate afetou as situações ao redor delas. Ao invés de seguir a linha do citado Preciosa, que explorou mais do lado pesado e marginal do personagem central, preferiu ficar em terreno confiável, evidenciando como mesmo diante das dificuldades é ainda possível sonhar. Como existem pessoas boas, e como é preciso confiar mais e desconfiar menos. É um filme que veio na hora certa, lembrando que é preciso ter mais generosidade de espírito, que sejamos mais pacíficos e abertos pra ouvir, observar e absorver novas experiências e emoções. É preciso olhar para o conjunto e não apenas parte do todo!

O poder que Leigh Anne Tuohy (Sandra Bullock, que vive a protagonista) tem de sonhar e de enxergar além dos clichês foi o que deu início à essa história. A alma generosa dessa mulher, que poderia ter passado sua vida sem olhar pros lados, foi o que salvou a vida de Michael. Bullock recebeu uma atenção especial da mídia, que classifica esse como seu melhor trabalho até aquele momento. A atriz traz força e sinceridade em cada minuto que se faz presente, e sua luz ajuda a criar uma atmosfera além do personagem. A estrela de Hollywood se transformou na mulher que está retratando, e com isso entrega um trabalho brilhante!

Bullock, que é provavelmente uma das celebridades menos preocupadas com a fama, mas com o resultado e efeito de seu trabalho para com seu público, também se declara satisfeita, e assina embaixo. Esse é um filme que, sobre todas as outras coisas, deve inspirar. E se a sensação positiva e maravilhosa provocada ao sair do cinema se confirmar após algumas revisões, isso aponta para uma obra que deverá ir além de aplausos e estatuetas douradas, conquistando um lugar especial junto ao público.

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Jornalista, trabalha na indústria da moda e entretenimento. Após experiências em renomadas agências internacionais como Ford Models e Marilyn Agency, atualmente está na Elite Models, em Nova York, Estados Unidos. Como jornalista produziu matérias de capa para revistas como Vogue, L'Officiel, Empório e Spezzato e para o site de estilo de vida brasileiro IG Gente. Aqui o autor pretende mostrar o seu ponto de vista sobre o que acontece no mundo da sétima arte em terra estrangeira.
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