Crítica
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Sinopse
Quando Nikki perde o marido, ela fica devastada. Os amigos e a filha encorajam-na a retomar a paixão pela pintura e pelos museus, mas Nikki ainda não consegue levar uma vida comum. Um dia, no entanto, ela encontra um homem incrivelmente parecido com o seu falecido marido, se apaixona por ele, mas não revela o seu trauma ao novo namorado.
Crítica
O que você faria se o destino lhe oferecesse uma segunda chance para se apaixonar pela primeira vez pelo amor da sua vida? Essa premissa, que à princípio pode soar um pouco confusa, é a grande questão por trás de Uma Nova Chance para Amar, drama romântico que, apesar do argumento curioso e da direção sensível de Arie Posin, se segura mesmo é nas interpretações dos protagonistas interpretados por Annette Bening e Ed Harris. Afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de nos deparar com um filme desse gênero conduzido por personagens de meia idade sem resvalar no deboche ou em estereótipos já gastos. A proposta aqui é outra, de respeito e delicadeza, ainda que um tanto superficial.
Nikki (Bening) e o marido (Harris) estão em um resort no México, comemorando uma segunda lua-de-mel e revigorando seus votos um com o outro. Após uma noite em que se exagera um pouco na bebida, ele acaba na beira da praia, afogado. Nikki entra em desespero, porém há pouco a fazer: o marido está morto. De volta para Los Angeles, ela tenta dar um novo sentido a sua vida, ignorando gentilmente as investidas do vizinho (Robin Williams, mal aproveitado) e mantendo uma presença um tanto distante em relação à própria filha (Jess Weixler), que mora em Seattle. Aos poucos ela começa a retomar sua rotina, e após cinco anos de viuvez está na hora de partir para um dos seus programas favoritos, há muito abandonado: visitar o museu local.
Esse ambiente em particular significava muito ao casal, cenário de seus encontros românticos mais regulares. As lembranças que lhe vêm se misturam, de uma hora para a outra, com a realidade. Isso se dá quando cruza, inesperadamente, com o esposo falecido. Ou melhor, com um homem exatamente igual à ele. O choque inicial é logo substituído por uma investigação: quem seria aquela pessoa? Seria alguém real? Ou apenas fruto de uma mente perturbada? Felizmente o filme não investe nessa última hipótese, e logo oferece uma simples explicação: trata-se de Tom (interpretado pelo mesmo Ed Harris), um professor de pintura que dá aula na faculdade de artes. Ela decide, então, se aproximar. E o relacionamento entre eles se dá naturalmente.
A questão, no entanto, é apenas uma: estaria ela apaixonada por Tom ou pela imagem que guarda na lembrança? E uma semelhança física é suficiente para nos encantarmos por uma pessoa? Bastaria essa pré-disposição para que o interesse aconteça? Em que ponto desta ligação ficaria a personalidade do outro, seus gostos e desejos? Outro ponto a ser refletido é como aqueles ao seu redor irão reagir? Afinal, não é apenas Nikki que reconhece a idêntica aparência. Como irão se portar o vizinho – melhor amigo do marido – ou a filha – que verá, inevitavelmente, uma substituição do pai? E trocar um por outro exatamente igual é saudável? Ou trata-se apenas de um exercício de compensação, pessoal e egoísta?
O judeu Arie Posin conduz sua história com segurança, ainda que pareça pouco interessado em oferecer respostas ao espectador. Ao apostar em Annette Bening como sua protagonista, ele deposita boa parte da responsabilidade do projeto em suas costas, uma escolha arriscada, porém acertada. A atriz está muito bem, calma e precisa, e afiada no momento em que precisa mostrar mais energia. O mesmo pode ser dito de Ed Harris, que revela uma insuspeita fragilidade que acaba lhe caindo bem. Há algumas tramas paralelas que são mal desenvolvidas (a ex-esposa dele, a participação de Robin Williams - em um dos seus últimos trabalhos - que nem chega a ser digna de nota), e o fato de tudo se resolver de modo muito rápido, sem grandes consequências, que acabam incomodando. Porém, em última instância, Uma Nova Chance para Amar acaba sendo mais relevante pelo que incita e provoca, e menos pelo que, de fato, é.
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Gostei da história. Esse ator não precisa fazer força pra se expressar. Ele é naturalmente expressivo. Assisti vários filmes com ele. Gosto de conteúdo. Filmes que nos fazem raciocinar. Me prendeu atenção tempo inteiro.