Crítica
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Sinopse
Ben conheceu Ava aos sete anos, quando ela estava de pé, na entrada de sua garagem. À medida que o tempo passa, os dois viajam juntos através das estações da vida, até que ocorre uma tragédia que deixa todo o seu futuro em perigo.
Crítica
Garoto se apaixona por menina na adolescência. Depois de encontros e desencontros, especialmente com um romance à distância na época da faculdade, eles se casam e vivem felizes. Isso até um problema físico surgir para desequilibrar a harmonia do casal. Mas será que tanto amor entre eles pode vencer os obstáculos? Uma pergunta clichê que resume, basicamente, a trama mais do mesmo de Uma Razão Para Recomeçar, drama romântico, estreia de Drew Waters como diretor. Após dezenas de papéis pequenos, pouco marcantes ao público, ele resolveu tomar as rédeas e ir para trás das câmeras. Uma pena que demonstre personalidade zero na condução da trama, com roteiro pobre, atuações rasas e uma decupagem totalmente desinteressante.
O casal em questão é composto de Benjamin (Jonathan Patrick Moore) e Ava (Erin Bethea). Após um aborto espontâneo e a descoberta da doença, os dois ficam desestabilizados. Porém, o foco da narrativa é o homem e como ele luta para manter a paixão de sua vida ao lado. Chega a ser machista até, como se a garota nada pudesse fazer para evitar o conflito. É quase uma releitura do clássico Love Story (1970), só que sem o carisma de Ali MacGraw e Ryan O'Neal, ou até de outros filmes que bebem da mesma fonte, como Doce Novembro (2001), com Charlize Theron e Keanu Reeves (outros com química impecável).
Em Uma Razão Para Recomeçar, são dois protagonistas de beleza inquestionável, totalmente dentro dos padrões de normalidade da “tradicional família de bem”. Ou seja, um tédio. Ainda que fisicamente assim o sejam, os atores poderiam ter mais talento para tornar a história de seus personagens bem mais empática. Claro, o choro vem. É quase impossível não pensar em alguma das situações vividas aqui do lado de cá da tela quando presenciamos as dificuldades para manter um relacionamento por muito tempo. Só que a barra é extremamente forçada e tudo fica na superfície. Nada é aprofundado de verdade, tanto pelo diretor quanto pelo roteirista ou elenco. Verdade seja dita, os atores não têm muito a fazer com o material.
Não ajuda, também, o universo de convenções que marcam as cenas. Para começar, a ambiência pobre evidencia o baixo orçamento (e falta de criatividade) da produção. Cenários fechados, entre quatro paredes, que causam mais marasmo ainda às discussões impostas pelo roteiro. Sabe Nicholas Sparks? Esse autor, ao menos, ainda tenta criar situações um pouco mais malucas para que as provas de amor aconteçam. Sem falar que as locações, geralmente fiéis nas adaptações, ao menos possuem beleza visual. Aqui, é pura sacarose para entupir artérias. Talvez, assim, o choro não saia tão forçado como as situações e a trilha sentimentalóide, que passam por quase uma hora e meia na nossa frente.
O longa até poderia ser tragável se menos calcado em diálogos tão artificiais e repletos de clichês. Ainda mais que a produção é basicamente narrada em off pelo protagonista, com frases de efeito tais como “são os bons e maus momentos que formam a nossa vida”, “parece muito trabalho lutar pelo amor verdadeiro” e outras bobagens que se lê em qualquer livro de autoajuda amador. Não é apenas uma posição cínica do que vos escreve. Sim, são possíveis o amor e os relacionamentos que perduram. O problema é quando o romantismo subtrai verdade da realidade com uma dose de açúcar exagerada. Em um certo ponto um dos personagens diz que “a coisa mais importante que podemos fazer com a vida é vivê-la”. Realmente, uma bela lição. Especialmente se ela diz respeito a fugir do cinema, por conta de bobagens como esta.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Matheus Bonez | 2 |
Edu Fernandes | 4 |
MÉDIA | 3 |
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