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Crítica


6

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2 votos 6

Onde Assistir

Sinopse

Um menino vira amigo de um golfinho após salva-lo de uma armadilha. Porém, o animal precisa ter sua cauda amputada para sobreviver. Com ajuda de um biólogo, o garoto tenta salvar o seu companheiro cetáceo.

Crítica

Para um filme quase sem conflito algum e repleto de lições de vida batidas, Winter: O Golfinho até que se sai moderadamente adorável, colocando uma dose de sensibilidade em pontos em que outros projetos similares não hesitariam em encher de piadas bobas. É, de qualquer forma, um longa voltado quase que exclusivamente para o público infantil, mas aquele que entende que mesmo crianças são capazes de rir e se emocionar com linguagens e temas mais maduros.

Winter: O Golfinho tem como protagonista um animal fêmea da espécie-título. Ela é achada na beira da praia por Sawyer (Nathan Gamble), um garoto introspectivo que sofre com a partida de seu primo mais velho – e também melhor amigo – para a guerra. O bicho, porém, apresenta graves ferimentos na cauda, o que leva o bom tratador Clay (Harry Connick Jr.) a amputá-la, para a tristeza de sua filha, Hazel (Cozi Zuehlsdorff), e do próprio Sawyer. Esse último, eventualmente, acaba encontrando uma solução quando o primo retorna ferido do combate e o leva a conhecer o Doutor McCarthy (Morgan Freeman), um protético que talvez seja capaz de desenvolver uma cauda artificial para Winter.

São tantos os lugares comuns do roteiro que é até mesmo surpreendente que não se chegue a investir mais a fundo em uma relação amorosa entre Clay e a mãe de Sawyer; ambos tiveram seus parceiros perdidos de alguma forma no passado. O “baseado em fatos reais” deve ter ajudado um pouco nesse aspecto. Mas se por um lado evita-se este clichê, Winter pouco faz para se desviar dos demais. Dessa forma, o jovem protagonista traumatizado não tarda a mudar sua personalidade para a de um extrovertido garoto proativo. Afinal, aparentemente o público parece não gostar quando uma criança se mostra constante em seus sentimentos, mesmo estes sendo ruins. Daí talvez a grande rejeição do ótimo Tão Forte e Tão Perto (2011).

Enquanto isso, a solução para o problema final acontece após três previsíveis tentativas: a primeira parece que dará certo e sai terrivelmente errada; a segunda ninguém acredita muito e, quando falha, todos parecem desistir; e a terceira surge de uma ideia antes não pensada que, quando testada, passa por alguns instantes de suspense antes de se mostrar frutífera. Mas afinal, de quem estamos exigindo coerência? Este é um filme de golfinho, talvez fosse melhor agradecer por ele não jogar vôlei, basquete ou xadrez, etc. Embora Winter, de fato, participe de uma competição de natação. Uma das únicas cenas, aliás, que deixa claro o uso de computação gráfica para reconstruir o personagem-título, já que durante quase todo o resto do filme fica bastante difícil distinguir em quais passagens foram usadas um golfinho de verdade, um boneco em set ou uma animação digital, demonstrando neste aspecto a competência da parte técnica.

Outro ponto forte do filme é a montagem esperta, baseada em constantes fade out que evitam a comicidade de certos cortes e ainda poupam o espectador de assistir a desenrolamentos que, uma vez deixados subentendidos, já se fazem suficientes. Algo no mínimo inteligente e econômico, ainda mais vindo de um projeto que, repito, é voltado para o público infantil – para se estabelecer uma comparação, o excelente e denso Os Suspeitos (2013) usava este mesmo recurso com função parecidíssima. Para finalizar, Morgan Freeman surge como uma acertada escolha em um papel menor, que extrai de sua persona a sabedoria e o respeito necessários para que o personagem tenha a importância que o roteiro lhe atribui, uma vez que o mesmo não tem tempo o suficiente para desenvolver estas características no Doutor McCarthy. O que torna reconfortante assistir a este delicado longa-metragem, que demonstra ocasionalmente possuir tanta inteligência quanto os animais sobre os quais fala, ainda que sua falta de expressão o torne efêmero.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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Grade crítica

CríticoNota
Yuri Correa
6
Alysson Oliveira
5
MÉDIA
5.5

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