Assisti a todos os filmes que estavam concorrendo ao Oscar 2014. Depois da cerimônia de entrega restavam ainda dois para completar a lista deste ano. No último final de semana, então, me preparei para Ela (2013) e Philomena (2013). Já havia me informado sobre os dois temas e comecei pelo filme do Stephen Frears.

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Por quê? Porque sou mãe, porque sou mulher e porque na sexta à noite, sem nada interessante para fazer, estava meio tristonha. No desenrolar do longa, que foi indicado, entre outras, nas categorias de melhor filme e melhor atriz, a filha de Philomena conhece um jornalista recém demitido e suplica que ele ajude sua mãe a encontrar o filho que não vê há quase cinquenta anos.

É uma história real, dolorida e que em nada lembra um conto de fadas. É a história de uma mulher que suporta a dor da perda de um filho. Um filho que lhe foi arrancado dos braços sem qualquer piedade. Um filho que é dado em adoção, contra a sua vontade e sem que ela nunca pudesse saber de fato seu real paradeiro. Um filho que invade seu pensamento e seu coração dia após dia, sem lhe dar trégua.

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Somente no aniversário de cinquenta anos do menino, que a mãe não via e não tinha notícias desde os 4, essa mulher, já com rugas nos olhos e com o coração cheio de esperança, resolveu contar a verdade e saiu mundo afora em busca do passado. Do seu passado, da sua dor e do seu filho, que precisava desesperadamente encontrar, saber como viveu ou apenas descobrir se ele algum dia havia perguntado por ela. Qualquer fiapo de luz que pudesse lhe mostrar o caminho seria suficiente para fazê-la dar o passo seguinte, sem desistir, sem pestanejar.

O filme é leve, a atriz Judi Dench está encantadora e transmite cada sentimento, cada lágrima e cada situação que essa mãe passa na tentativa de reencontrar seu filho. Ela em nada lembra a mulher poderosa dos filmes com James Bond. É carismática, sorridente e com um olhar penetrante. Aquele olhar que só as mães podem ter quando estão em busca do melhor para um filho.

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Esse filme me emocionou mais que qualquer um dos outros que assisti na maratona do Oscar 2014, em especial o olhar de Judi Dench, com olhos azuis da cor do céu, me fez chorar por tudo o que essa mulher passou de verdade e me fez pensar em como nós, mulheres, nos transformamos quando temos que de alguma forma proteger um filho.

Lindo filme. Atrevo-me a dizer que o Oscar de Melhor Atriz deste ano foi parar em mãos erradas.

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é Relações Públicas formada pela Universidade Do Vale do Rio dos Sinos. Tem 43 anos e é mãe de Clara, uma menina ruiva, hoje com dez anos. Descobriu a paixão pelas palavras quase sem querer: foi um convite do editor de um jornal que a fez escrever seu primeiro texto. Surpreendida pelo retorno de amigos e leitores elogiando a forma leve e descontraída da escritora, decidiu investir nessa história! É autora do livro Metade de Mim, lançado pela Editora Buqui em 2013.
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