Estava ansiosa por assistir ao filme O Tempo e o Vento. Já havia visto a série na televisão, mas confesso uma queda por tudo que leva o nome de Jayme Monjardim. Estava em Brasília no dia 20 de setembro, exatamente quando o filme estreou. Tenho amigos gaúchos que moram lá e logo pensamos em assistir, assim em primeira mão.

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Não fomos, porque a estreia naquela data aconteceu somente no Rio Grande do Sul. Uma pena, pensei, mas os gaúchos que moram no Planalto Central chiaram, dizendo que ainda nos achamos melhores do que o restante do país. Passados quase trinta dias da estreia, aí sim em todo o território nacional, finalmente sentei numa confortável poltrona de uma sala de cinema para conferir o longa que pretendia resumir, em aproximadamente duas horas, o símbolo da literatura do povo gaúcho, escrito por Erico Veríssimo. Tarefa difícil.

A história começa a ser contada através de uma cena linda de pôr do sol nos campos gaúchos, de onde um certo Capitão Rodrigo aparece montado em de seu cavalo, tendo apenas sua silhueta desenhada na grande tela. Uma imagem linda.

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O filme todo é maravilhoso, a fotografia é encantadora e a tarefa de condensar o clássico é muito bem planejada pelo diretor, que usa a própria protagonista, Bibiana, já no fim da vida, como narradora da história do nosso país a partir das guerras no Rio Grande do Sul. Mas O Tempo e o Vento foge da óbvia pretensão de ser uma obra histórica e contar em detalhes o clássico de Érico Verissimo. O diretor procurou um foco e através do olhar feminino conseguiu usar o amor como fio condutor e que amarra muito bem a história.

Bibiana, já idosa, interpretada genuinamente por Fernanda Montenegro, encena a primeira ação onde fica claro que o olhar e o amor seriam os grandes protagonistas do filme. Rodrigo Cambará chama pela amada, veio buscá-la, e Fernanda abre os olhos, lentamente em quatro atos, até finalmente ter a visão eterna do seu amado. Uma cena de amor, sem dúvida.

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O amor sempre foi e sempre será o maior mistério da vida. Monjardim contou não uma, mas várias histórias de amor, fazendo com que todas elas se entrelaçassem com Capitão Rodrigo, encantadoramente interpretado por Thiago Lacerda, e Bibiana, que o espera por cinquenta anos, até que, finalmente juntos, continuam sua linda relação.

O longa é lindo, encantador, bem produzido, e conta com um elenco invejável. Mas o forte, para mim, foi R, de Rodrigo. Thiago Lacerda nasceu para interpretar personagens da nossa história. Se como Giuseppe Garibaldi já foi um espetáculo, agora na pele do Capitão Rodrigo ele deu um show de interpretação. Do sotaque à postura, da malemolência ao drama mais intenso, um ator completo. Dizem que Tarcísio Meira foi melhor no mesmo papel, mas sou suspeita para concordar. O sorriso de um branco alvo de Thiago Rodrigo Cambará Lacerda me prendeu à tela do cinema, sem ao menos suspirar.

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Mentira, suspirei várias vezes durante o filme e sonhei com o amor mais puro e verdadeiro e claro, com Um Certo Capitão Rodrigo, por duas noites seguidas. Hoje, certamente, será a terceira.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é Relações Públicas formada pela Universidade Do Vale do Rio dos Sinos. Tem 43 anos e é mãe de Clara, uma menina ruiva, hoje com dez anos. Descobriu a paixão pelas palavras quase sem querer: foi um convite do editor de um jornal que a fez escrever seu primeiro texto. Surpreendida pelo retorno de amigos e leitores elogiando a forma leve e descontraída da escritora, decidiu investir nessa história! É autora do livro Metade de Mim, lançado pela Editora Buqui em 2013.
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