Um dos grandes destaques de Bio: Construindo Uma Vida, oitavo longa-metragem assinado por Carlos Gerbase, é o impressionante elenco: ao todo, são 39 atores em frente à câmera, todos dispostos a contar a vida de um protagonista ausente, que viveu 111 anos e percorreu uma jornada repleta de altos e baixos. Esse grupo recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado – a produção ganhou também como Melhor Desenho de Som e Melhor Filme pelo Júri Popular – e tem, entre seus destaques, vários artistas que já haviam trabalhado antes com o cineasta, como Maitê Proença (Tolerância, 2000), Rosanne Mulholland (Menos que Nada, 2012) e Maria Fernanda Cândido (Sal de Prata, 2005). A nossa intenção era conversar com a última, mas ela não estava disponível. A proposta da assessoria de imprensa, no entanto, foi uma troca de mensagens por e-mail e whatsapp. Das seis perguntas que encaminhamos, apenas três foram respondidas, e de forma bastante sucinta. Mesmo assim, parece ser suficiente para oferecer uma visão do entusiasmo da intérprete em reencontrar o cineasta num set de filmagens – e ela aproveita também para adiantar duas palavras sobre um novo trabalho, seu primeiro internacional. Confira!
Olá, Maria Fernanda. Um dos seus primeiros filmes foi Sal de Prata (2005). Como foi voltar a trabalhar com o diretor Carlos Gerbase?
Foi um prazer enorme voltar a trabalhar com Gerbase, um diretor que admiro muito. Um homem que dedicou e dedica sua vida ao cinema. Ele faz um trabalho de pesquisa e aprofundamento na linguagem cinematográfica. Tive uma experiência incrível em Sal de Prata (2005), e agora tive o prazer de reencontrá-lo em Bio.
Bio é um filme com um elenco enorme, porém todo mundo contracena sozinho. Como foi para você esse processo?
Foi um processo bastante específico, muito diferente de tudo o que normalmente experimento. A gente não tinha o apoio dos colegas para contracenar. Trata-se um documentário ficcional ou falso documentário, como muitas pessoas classificam. Me guiei basicamente pelas orientações do Gerbase – para o que ele queria e o que precisava. Tivemos a oportunidade de improvisar. Foi uma experiência maravilhosa.
O seu próximo filme será uma produção internacional, Il Traditore, do italiano Marco Bellocchio. O que você pode adiantar sobre esse trabalho?
O fIlme Il Traditore, do Marco Belocchio, contará a historia de Tommaso Buscetta, membro do alto escalão da Cosa Nostra. Foi o primeiro delator e quem iniciou o processo de desmantelamento da máfia italiana. Uma figura emblemática. Faço a personagem Maria Cristina de Almeida Guimarães, a última esposa dele e com quem terminou seus dias. A minha expectativa é positiva, tenho certeza de que vai ser um excelente filme.
(Entrevista respondida por whatsapp via assessoria de imprensa em abril de 2019)
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