Nascido no pequeno município de Curvelo, no interior de Minas Gerais, Ângelo Antônio é um dos mais respeitados intérpretes do atual cenário cultural brasileiro. Experiente no cinema, no teatro e na televisão, começou sua carreira nos palcos, em 1986, em montagens dirigidas por Celso Frateschi e Ulysses Cruz, entre outros. Logo em seguida já estava em novelas que marcaram época, como Pantanal (1990) e O Dono do Mundo (1991), em que interpretou o personagem Beija Flor, que viraria uma alcunha do próprio ator. Os longas vieram depois, primeiro em dramas como Bela Donna (1998) e O Tronco (1999), para apenas na década seguinte estrelar o maior sucesso de sua carreira: 2 Filhos de Francisco (2005), que levaria mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas. Outros trabalhos importantes vieram na sequência, e atualmente ele está em cartaz com o premiado Entre Vales, de Philippe Barcinski. Foi durante o lançamento deste mais recente projeto que o artista conversou com exclusividade com o Papo de Cinema, revelando seus favoritos na tela grande. Confira!
Qual seu filme favorito?
Caramba, difícil pergunta… Tem um em particular que gosto muito, não sei se é o melhor, mas certamente é um deles: O Mundo de Apu (Apu Sansar, 1959). É um filme indiano com uma história incrível. Foi dirigido pelo Satyajit Ray, que era um mestre, e pelo tempo em que foi feito tem uma verdade tão intensa que você acredita naquela saga dos personagens, em todas as gerações que vão passando… Você se envolve naquelas vidas! Adoro filmes antigos, e este é um mestre do cinema indiano. O próprio Kurosawa fala muito bem dele!
Qual seu personagem favorito?
Gosto muito do Guimarães Rosa, adoraria fazer algo dele. Não sei ainda o que seria, mas tem tanta coisa no universo fantástico que ele construiu. Talvez Sagarana fosse um bom livro para ser adaptado. Grande Sertão: Veredas é incrível, um verdadeiro clássico nacional.
Qual filme recente você recomendaria?
O Som ao Redor (2012) vi há pouco, depois que todo mundo já estava comentando, e mesmo assim achei incrível! É um filme simples, irônico, que me lembrou muito das coisas boas do cinema argentino.
Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Nossa, essa é mais difícil ainda! Deixa eu pensar melhor e um dia em te conto, ok?
As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo. é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.