CineCelebridade :: Daniel Ribeiro

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Robledo Milani

00 Daniel ribeiro papo de cinemaPremiado no Festival de Berlim logo com seu filme de estreia, o curta-metragem Café com Leite (2007), o cineasta paulista Daniel Ribeiro voltou à capital alemã no início deste ano para participar novamente de um dos mais importantes festivais de cinema de todo o mundo, agora com seu primeiro longa-metragem: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014). E, mais uma vez, voltou com as mãos cheias: Prêmio da Crítica, Prêmio Teddy (dedicado às produções de temática homossexual) e segundo lugar entre a votação do público. A delicada história de amor entre um garoto cego e o novo colega de escola tem chamado a atenção no exterior e também no Brasil, onde encontra-se em cartaz já há quase dois meses. E foi durante o lançamento deste elogiado trabalho que o diretor revelou com exclusividade os seus favoritos na tela grande. Confira!

 

Qual seu filme favorito?
É muito difícil apontar apenas um filme, pois minhas referências vem de todos os filmes que assisto, e certamente tenho os meus favoritos. Mas se for preciso citar apenas um, seria Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). É um filme que fala sobre amor, relacionamentos, tem muito sobre o ser humano. Ele trata de uma angústia que é muito comum a todo mundo, que envolve perder a pessoa que se ama e seguir com sua vida. Todo mundo consegue se identificar, afinal, quem nunca amou loucamente alguém e quis apagar a pessoa que te fez sofrer?

 

E entre filmes que dialogam com a temática do seu trabalho, teria algum que recomendaria?
Filmes de temática homossexual existem muitos, mas bem feitos e que nos marcam de verdade não são tantos assim. Acho que citaria o drama Passagem Azul (Blue Gate Crossing/Lan se da men, 2002), de Taiwan. O diretor é o Yee Chih-Yen, que também escreveu o roteiro. É um filme sobre um triangulo amoroso, numa escola, entre duas garotas e um garoto. É um filme em que os protagonistas tem a mesma idade dos personagens do meu filme, e certamente foi uma influência. O vi na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, muitos anos atrás, e me deixou marcas que não esqueço até hoje. A trilha sonora, por exemplo, é muito marcante.

 

Dos últimos filmes a que você assistiu, qual você recomendaria?
Frances Ha
, certamente. Foi o filme que mais me impressionou nos últimos tempos. Eu adorei, é bem meu tipo de filme, aquele em que você quer estar com os personagens que vê na tela. Tem fácil identificação, eu próprio me vi muito naquela história, com muito a ver comigo. Gosto daqueles personagens, deste período de descoberta, tentando ver o que fazer da vida. É muito interessante poder acompanhar esse tipo de situação, a uma distância segura, mas ainda assim muito envolvido.

 

Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Essa é difícil… não sei, tenho que pensar… tenho medo de falar qualquer bobagem e depois me arrepender! Posso responder depois?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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