A escritora Letícia Wierzchowski está de mudança para o Rio de Janeiro, onde vai morar e trabalhar de agora em diante. Vai deixar para trás Porto Alegre, onde nasceu em 1972 e construiu a maior parte de sua carreira. Já lançou mais de dez livros, entre romances e obras infantis. Se tornou nacionalmente conhecida quando Jayme Monjardim decidiu adaptar para a televisão, em formato de minissérie para a Rede Globo, seu livro A Casa das Sete Mulheres (2003). Agora, dez anos depois, ela se aventura pela primeira vez no cinema ao assinar, ao lado de Tabajara Ruas, o roteiro de O Tempo e o Vento, adaptado para a tela grande pelo mesmo diretor. Foi durante o lançamento deste filme que o Papo de Cinema conversou com exclusividade com a roteirista.
Dos filmes que você viu recentemente, quais recomendaria?
Cinema é mesmo complicado. Estou preparando minha mudança, então tenho pouco tempo, e estou superfocada em O Tempo e o Vento (2013). Pode ser série de TV? Uma coisa que me marcou muito ultimamente foi Game of Thrones. Fiquei viciada. A TV é o novo cinema, né? Várias pessoas falam isso.
Como você vê o atual momento do cinema nacional e aposta no épico de Verissimo?
É um desafio muito grande. Pra mim, enquanto escritora e gaúcha, é um desafio maior ainda. Pegar um dos grandes mitos da literatura brasileira e adaptar para o cinema… é claro que é um olhar sobre o livro. É um olhar sobre a história que queríamos contar. É uma responsabilidade muito grande e foi um trabalho muito longo. Acho que o começo foi a parte mais difícil, para encontrarmos por onde gostaríamos de circular. A obra do Erico é muito extensa. Houve muitos momentos para reescrever o texto. Foram sete anos de trabalho. Como o Jayme Monjardim disse, era preciso que a gente se apropriasse da história. Do contrário, não conseguiríamos. Era preciso desmistificar a obra para podermos mexer na história.
Quais seus novos projetos?
Acabei de lançar um novo romance, Sal, e no começo de 2014 devo lançar dois livros infantis. Escrevo bastante para crianças. Ainda não parei para pensar em novas histórias. Afinal de contas, não basta apenas colocar os livros no mundo, é preciso cuidá-los, divulgá-los.
Se a sua vida fosse um filme, qual seria?
Não sei qual filme seria. Seria mais fácil se a minha vida fosse um livro! Gosto dessa coisa de o quanto as histórias inventadas podem transformar a realidade, então penso em Reparação, de Ian McEwan, que virou o filme Desejo e Reparação (2007). Sou fã de carteirinha de Ian.
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