MICHAEL mayer papo de cinemaO cineasta israelense Michael Mayer conseguiu destaque internacional logo no seu primeiro longa-metragem, o drama gay Além da Fronteira (2012). Selecionado para os festivais de Chicago, Hamburgo, Napoli e Toronto, foi premiado em Guadalajara, Haifa, Miami, Filadelfia, São Francisco e Turim, entre outros tantos. A história de um rapaz palestino que se apaixona por um jovem judeu encontra reflexos em sua própria trajetória, que também saiu do Oriente Médio e desde 1995 mora nos Estados Unidos. Durante o lançamento deste elogiado trabalho, o diretor esteve no Brasil e conversou com exclusividade com o Papo de Cinema, revelando seus favoritos quando o assunto é a sétima arte. Confira:

 

Qual é o seu filme favorito?
Não sei, essa é uma pergunta muito difícil. Quando trabalhamos com cinema, cada filme a que assistimos se torna também uma fonte de referência, não é mais apenas entretenimento. Portanto, é como se todos fizessem parte do meu trabalho também, e é impossível escolher um filho favorito. Poderia citar Pasolini, que é um dos meus cineastas favoritos, com certeza, aquele que mais me espelho e seguido estou revendo suas obras. Mas um dos meus filmes preferidos atualmente é O Eclipse (1962), do Antonioni. Os italianos sempre me encantaram. Não tenho um filme favorito de toda a vida, mas há o de cada fase, e nos últimos tempos é esse que tem me acompanhado.

 

Dos últimos filme a que você assistiu, qual recomendaria?
Eu gostei muito da atual temporada do Oscar, muitos filmes bons estiveram em cartaz quase ao mesmo tempo, era impossível assistir a todos. Mas fiquei feliz com a vitória do 12 Anos de Escravidão (2013), do Steve McQueen, um filme forte e muito poderoso. No entanto, lamentei muito a exclusão do francês Azul é a Cor Mais Quente (2013), do Abdellatif Kechiche, que mesmo tendo ganho o Festival de Cannes e com toda a polêmica que provocou, merecia ter tido mais destaque quando entrou em cartaz. Um filme encantador. Agora, dessas diversões boas de se ver no cinema para esquecer do mundo e apenas curtir, me surpreendi com a comédia Como Não Perder Essa Mulher, que além de ser estrelado marcou a estreia na direção do Joseph Gordon-Levitt. Foi uma ótima surpresa, dei boas risadas.

 

Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Procrastinação! Pra essa, curiosamente, nem preciso pensar muito (risos)!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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