Pedro Brício é ator, dramaturgo e também diretor. Com larga experiência no teatro, estreou na televisão muito cedo – na polêmica minissérie Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados (1995), adaptação da obra de Nelson Rodrigues exibida pela Rede Globo. O cinema surgiu mais tarde, primeiro no experimental A Falta que nos Move (2011), e depois em três projetos feitos nos últimos anos, mas que estão entrando em cartaz apenas agora, quase que ao mesmo tempo. Primeiro foi O Vendedor de Passados (2015), premiado no último Cine PE e já lançado nos cinemas. Depois veio Muitos Homens num Só (2014), vencedor do Cine PE do ano passado mas que chegou às telas somente na semana passada. E depois ainda tem O Fim e os Meios (2014), que foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2014 e estará em competição no Festival de Gramado 2015, em agosto próximo. Nesse meio tempo, o artista encontrou tempo para conversar com o Papo de Cinema e revelar seus filmes favoritos. Confira!
Qual seu filme favorito?
Bom, não sei se é o melhor de todos, mas o que mais vi é o Blow-Up: Depois Daquele Beijo (1966), do Antonioni. Esse filme é genial porque, além da trama intrigante, tem ainda essa discussão do que é real e o que é imaginação, algo que fica na cabeça da gente. Acho muito interessante esse dilema, como a gente não consegue manter mais tão nítidas as linhas que separam um do outro, é o grande drama da sociedade atual. Esse desespero por não conseguir reter a realidade, e que é também a questão básica do filme.
Qual filme recente você recomenda?
Gostei muito do Boa Sorte (2014), da Carolina Jabor. Esse acabei perdendo nos cinemas, mas depois vi no Now, e achei bacana. Fiquei envolvido pelo tom da narrativa, com a direção segura dos atores, e pela história, que está muito bem contada. Duas grandes qualidades que esse filme apresenta: personagens complexos, mais ainda assim simples a ponto de podermos nos identificar com eles, e muito bem interpretados, sem exibicionismo. Acho que esses são os maiores méritos desse longa. Até porque são qualidades que não são fáceis de vermos no Brasil. Acho que somos mais barrocos, com tintas mais fortes. E esse filme tem uma delicadeza muito bonita.
Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Top Secret! (risos) Foi o que me veio agora!
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