Qual seu filme favorito?
Nossa, essa pergunta é muito difícil. Não tenho um filme favorito – aliás, tenho vários, um só é muito difícil. Poderia pensar em um ou outro cineasta, mas é ainda mais difícil. Não costumo me ligar no diretor, o que importa pra mim são as histórias. Mas claro, tem aqueles que não tem como ignorar. Um deles é o Stanley Kubrick, que tudo que fez foi incrível. Lembro que o primeiro filme dele que assisti foi Glória Feita de Sangue (1957), que me deixou extasiado. Mas se fosse para citar apenas um, iria de Laranja Mecânica (1971), que é um marco. A ambientação é quase cartunesca, uma alegoria atemporal que resulta de forma extremamente eficiente com o desenrolar da história, e a forma como o cineasta explora a violência, sem exageros ou gratuidades, é uma verdadeira aula. Hoje em dia há sangue para todos os lados, e Kubrick sabia dizer o que queria sem provocar reações imediatas e desnecessárias. Ele era muito preciso no discurso que empregava.
Qual filme recente você recomendaria?
Eu gosto muito de ir ao cinema, cada filme me leva a um lugar diferente, e estou sempre à procura deste tipo de viagem. Há pouco tempo fiquei bastante impressionado com o Ida (2014), que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para a Polônia. As atrizes são impressionantes, o jogo do preto e branco na fotografia é belíssimo, e os cenários são incríveis. Aquilo poderia estar acontecendo nos anos 1960, mas ao mesmo tempo possui uma contemporaneidade muito urgente. É um filme discreto, pequeno, mas muito bonito. Foi uma boa surpresa.
Se a sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Ah, isso não é pergunta que se faça (risos). A minha vida não dá um filme, ela dá vários filmes. Ela é vários filmes. Não saberia escolher… Muitas Vidas em uma Só? Acho que seria mais ou menos algo assim.