Um filme é uma obra que demora a ser completada e com A Esperança É a Última que Morre o processo foi longo. “Comecei a trabalhar nessa história há sete anos”, disse o diretor Calvito Leal (Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei, 2009) em coletiva de imprensa para divulgar a produção, quando falou também sobre a escolha do elenco. “Desde o primeiro tratamento do roteiro, a gente pensou nas duas, que estão com a gente desde o começo.”
O cineasta se refere a Dani Calabresa (Superpai, 2015) e Katiuscia Canoro (E Aí… Comeu?, 2012). “Aceitei participar antes mesmo de discutir o cachê”, confessou Calabresa. Já Katiuscia classificou a experiência como “uma surpresa desde a primeira ligação de telefone”.
No roteiro, Dani interpreta Hortência, uma repórter de telejornal que sonha em tornar-se âncora. Para isso, ela cria um serial killer para conseguir boas reportagens e chamar a atenção do chefe (Augusto Madeira, de Trinta, 2014).
“Sou fã de comédia, mas tinha a preocupação muito grande de antes ter uma história”, explica Leal. “A gente queria os personagens em situações cômicas, mas em uma trama boa. Gosto da ideia de personagens em situações inusitadas.”
Para concretizar sua peripécia, Hortência conta com a ajuda de amigos que trabalham na funerária da cidade, interpretados por Danton Mello e Rodrigo Sant’anna (A Noite da Virada, 2014). “Foi um exercício de ator”, afirmou Rodrigo. “Tem hora que dá vontade de colocar uma porrada de caco porque parece que o roteiro nunca é suficiente para a gente que tem um humor autoral, de personagem.”
Calvito Leal tem em seu currículo um documentário e comentou as diferenças entre os gêneros. “No documentário, o roteiro é feito na ilha de edição, na ficção é ao contrário – você passa muito tempo cuidando da história antes da gravação”, disse. “No futuro, espero continuar contando histórias, independente do formato.”
(Entrevista coletiva realizada em São Paulo em agosto de 2015)