Descendente de africanos, italianos e índios, a bela Debora Nascimento começou sua carreira de atriz no cinema, participando do curta-metragem Cérebro (2007), de Gastão Coimbra. No mesmo ano vieram as primeiras novelas e seriados na Rede Globo, até que logo em seguida foi convidada para aquela que seria uma das suas maiores oportunidades de sua carreira: participar do elenco da superprodução hollywoodiana O Incrível Hulk (2008), que teve cenas filmadas no Rio de Janeiro. Com a fama e a carreira consolidada, foi chamada para estrelar campanhas publicitárias no Brasil e no exterior, além de seguir presente em programas de televisão. Debora está novamente na tela grande, e mais uma vez envolvida em um projeto de repercussão internacional: ela é uma das estrelas do impressionante elenco de Rio, Eu Te Amo (2014), capítulo nacional da franquia Cities of Love, aparecendo no episódio A Musa, que contou com direção de Fernando Meirelles – único realizador brasileiro a já ter sido indicado ao Oscar – e aparecendo ao lado do galã Márcio Garcia e do francês Vincent Cassel. E foi durante o lançamento deste mais recente projeto que a atriz conversou com exclusividade com o Papo de Cinema. Confira!
Como você foi convidada para fazer parte de Rio, Eu Te Amo?
Foi algo que surgiu por etapas. Não foi tão simples assim, de uma hora para outra. O Fernando e o resto do pessoal soube me cozinhar por um tempo (risos). Primeiro veio um convite por parte da produtora, me chamaram para uma conversa. Depois veio o pedido mais inusitado: queriam fotos dos meus pés! Claro, quem for assistir ao filme vai entender o quanto essa parte específica do meu corpo é importante para a história, mas naquele momento levei um susto. Mesmo assim, mandei algumas fotos e fiquei aguardando. Mas eles não foram tão cruéis assim, não me fizeram esperar por muito tempo. Logo em seguida veio o convite oficial, e a partir daí foi só emoção. Imagina, estar num filme como esse, e ainda sendo a musa do Fernando Meirelles! Foi muito bacana! Mas ainda mais especial foi poder contracenar com outros atores, se envolver nas outras histórias, graças às transições realizadas pelo Vicente Amorim. Isso foi incrível, ele é um diretor muito especial, que conseguiu unir todos os segmentos com muito tato, num jeito super especial.
Você chegou a contracenar com o Vincent Cassel?
Ah, não tive essa sorte. No filme dá pra perceber, eu apareço como como aquele desejo inalcançável, que ele só observa de longe, sem tocar nem se envolver. Mas a homenagem que ele faz é muito bonita, né? Nos bastidores chegamos a conversar – ele tem casa no Rio de Janeiro, você sabia? – então não teve essa história de astro de Hollywood e tal. Foi muito acessível, simpático e colega, mesmo. O processo todo foi muito tranquilo.
E com o Márcio Garcia e com a Claudia Abreu, como foi?
Ah, esses são de casa, né? O Márcio eu já conhecia, trabalhamos juntos antes na televisão, então foi um reencontro fantástico, adoro ele. Já a Cacau eu conheci durante as filmagens, nunca tinha tido a oportunidade de contracenar com ela antes. Mas foi show, ela é uma das minhas musas, né? Conseguimos desenvolver uma cumplicidade deliciosa! Sempre olhei para a Cacau como uma inspiração, admiro muito a carreira dela, e filmar ao lado de um atriz assim é sempre muito especial. Ficava observando o trabalho dela, aos poucos nos aproximamos e trocamos algumas figurinhas. Imagina sentir ciúmes da Claudia Abreu?!? Foi muito bacana!
Como você reagiria numa situação como essa enfrentada pela sua personagem?
Ah, é tão difícil saber. No caso da musa não tem o que fazer, ela é admirada à distância, nem tem consciência do que está acontecendo. Mas naquele encontro, descobrir que sua filha foi batizada em homenagem a uma ex-namorada do seu marido… Acho que a minha reação seria exatamente a mesma que tá no filme, uma surpresa calculada, meio que congelada. Talvez eu fingiria um pouco mais, para não dar tanto na cara o meu espanto. Mas logo pediria licença e puxaria ele para o lado, pois teria muitas explicações pra me dar (risos)!
Você viu os filmes anteriores da franquia Cities of Love? O que acha deles?
Sim, vi os dois longas, e gosto muito – principalmente o de Paris, que veio antes e teve um impacto muito legal. Mas sendo bem sincera, sem querer puxar a brasa para o nosso assado, o nosso se destaca nesse cenário! Não é nem porque estou no filme, mas o Rio, Eu Te Amo tem uma sensibilidade muito especial. Esses artistas reunidos conseguiram retratar o Rio de Janeiro de uma maneira muito peculiar, formando um painel diverso e bastante peculiar. Aquilo que tá ali é o Rio de Janeiro, mas não só. Tem muito mais. E acho que isso que é bacana, essa vontade de querer mergulhar nessa cidade incrível que o filme provoca!
(Entrevista feita ao vivo direto do Rio de Janeiro no dia 08 de setembro de 2014)
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