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Deu Preguiça :: Entrevista com Tania Vincent e Ricard Cussó (Exclusivo)

Publicado por
Redação Papo de Cinema

Deu Preguiça é a mais nova animação a desembarcar no circuito nacional de cinemas brasileiros. Vinda da Austrália, a trama segue uma família de preguiças que, após uma tempestade destruir seu lar, é forçada a se mudar para a cidade grande, levando seu food truck e um antigo livro de receitas preciosas. Quando uma empresária ambiciosa cresce o olho em cima dos quitutes do clã, eles precisam se unir para proteger suas tradições e aquilo que acreditam.

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E os responsáveis por comandarem essa aventura, repleta de tradição, comida e família, são Tania Vincent e Ricard Cussó. Os diretores conversaram com o Papo de Cinema, de maneira remota. A seguir, fique com dois trechos desse bate-papo e, em seguida, a versão em vídeo!

DEU PREGUIÇA: A IDEIA

Antes de mergulhar nos detalhes da animação, é interessante entender como tudo começou. A ideia para Deu Preguiça surgiu em uma sala aberta a novas possibilidades, onde diferentes tramas foram desenvolvidas. Entre elas, destacou-se a história de uma família que administra um food truck. A escolha dos protagonistas não poderia ser mais inusitada: preguiças.

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Tania: “nós temos uma sala de roteiristas, onde todas as ideias são bem-vindas. Foi quando desenvolvemos histórias para três novos filmes ambientados na cidade grande, e um deles seria sobre uma família no comando de um food truck. E chegamos à conclusão de que preguiças seriam os animais mais engraçados para estarem à frente de um food truck. Seria também a oportunidade de termos uma história centrada na relação entre mãe e filha, o que de certa forma é também uma carta de amor às nossas famílias“.

Deu Preguiça

Embora as preguiças já tenham sido exploradas em animações, os diretores destacam que Deu Preguiça seguiu um caminho próprio, longe, por exemplo, de Zootopia (2016). O diferencial da abordagem foi aprofundar o que torna esses animais únicos, indo além da lentidão.

Ricard: “é claro que não podemos nos comparar com Zootopia e com tudo que a Disney faz. Queríamos fazer o nosso próprio filme. E existem muitas maneiras diferentes de você desenvolver um personagem. O que foi interessante na maneira como Tania e Ryan Greaves escreveram essa história é que nos concentramos naquilo que faz das preguiças animais tão especiais. Ok, elas são lentas, mas vamos nos aprofundar nisso. Toda essa história sobre slow food, tradições e culturas familiares. Tudo foi se encaixando. Laura, a protagonista, está tão ansiosa em sair e explorar o mundo, em ir para a cidade grande, em experimentar fast food, que aí tínhamos o confronto com a ideia das preguiças serem devagar. Ou seja, esse olhar tornou o personagem mais rico“.

DEU PREGUIÇA: EFEITO EMILIA PEREZ?

Apesar de ser uma produção australiana, Deu Preguiça tem forte inspiração na cultura latina, o que poderia levantar questionamentos sobre apropriação cultural. No entanto, Ricardo Cusso tranquiliza essa preocupação ao revelar sua conexão pessoal.

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Ricard: “o segredo é que eu sou espanhol e casado com uma linda mexicana. E passei a maior parte da minha vida no México (risos)! Quando esse filme se tornou possível, acho que foi uma combinação dos céus! Pois me deu a oportunidade de trabalhar na minha própria língua, com atores que falam espanhol. E me permitiu homenagear todo o amor e carinho da minha família mexicana e tudo o que aprendi com eles. Queria demonstrar respeito, e em um filme de animação, seria possível mostrar um México verdadeiro e como as pessoas mexicanas são de fato“.

DEU PREGUIÇA: O UNIVERSO DAS ANIMAÇÕES

Os diretores também compartilham do entusiasmo pelo atual cenário da animação, que tem dado mais espaço para produções independentes e narrativas inovadoras. Confira a seguir:

Tania: “é muito emocionante ver filmes de animação independentes, como o Flow (2024), ganhando o Globo de Ouro e o Oscar, pois até pouco tempo atrás isso parecia ser impossível. Deu Preguiça foi realizado com uma equipe mínima. Homem-Aranha no Aranhaverso (2018) contou com milhares de animadores, enquanto que nós tínhamos umas quarenta pessoas em toda a equipe, para o filme inteiro. Ou seja, estamos entrando em uma nova realidade. É muito empolgante fazer parte disso. Estúdios de animação estão se adaptando e mostrando tudo o que nós podemos fazer, mesmo sem os grandes orçamentos de Hollywood“.

Ricard: “a transformação é muito grande. Coisas que apenas os grandes podiam realizador, como Dreamworks e Pixar e Disney, pois a tecnologia era muito cara, agora estão ao alcance de todos. Muitos estúdios de garagem estão finalmente aparecendo. Não existe mais aquele padrão que todo mundo precisa ser igual à Pixar ou à Dreamworks“.

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