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Carioca do Rio de Janeiro, João Gabriel Vasconcellos foi nadador e modelo antes de decidir investir na carreira de ator. Seu primeiro trabalho de destaque nessa nova área foi em 2009, quando interpretou um rapaz que se apaixona pelo irmão no polêmico e sensível Do Começo ao Fim, de Aluizio Abranches. Ao lado de Rafael Cardoso, João despertou a curiosidade de todo o país ao protagonizar corajosas cenas homossexuais bastante íntimas, num trabalho que foi definido pelo próprio artista como “uma história de amor muito pura”. Desde essa primeira experiência no cinema, marcou presença no teatro e na televisão, ampliando seu leque de personagens, até ser convidado para ser um dos protagonistas de As Horas Vulgares, drama existencial filmado em preto e branco em Vitória, capital do Espírito Santo. Foi sobre este mais recente projeto, exibido há pouco nos cinemas de todo o país, que o ator conversou com exclusividade com o Papo de Cinema. Confira!

 

Como o personagem de As Horas Vulgares chegou até você e o que mais lhe atraiu nele?
Fui convidado pelos diretores, que já conheciam o meu trabalho, a fazer uma leitura do roteiro no Rio de Janeiro. Foi um trecho pequeno, mas me identifiquei com o texto e com o personagem na hora. Adorei a poesia do roteiro.

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Cena de As Horas Vulgares

Você faz parte de uma nova geração do cinema nacional. Como enxerga esse momento da nossa produção audiovisual?
É incrível perceber esse momento da nossa cultura. O Cinema Brasileiro está pulsante, crescendo e diversificado. É muito gratificante saber que faço parte dessa nova geração, pois há muito a ser dito ainda.

 

As Horas Vulgares destaca temas importantes, como amizade, vazio profissional e relacionamentos amorosos modernos. O que esse filme tem a dizer ao público jovem de hoje?
As Horas Vulgares é um filme cuja compreensão vai além de um primeiro olhar. Precisamos de calma para receber a mensagem contida no roteiro e transposta na película. Vejo esse filme não só como reflexo do vazio daquele grupo de amigos capixabas, mas sim de uma geração. Os sentidos são múltiplos, e cada um vai percebê-los de acordo com a sua vivência.

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Cena de Do Começo ao Fim

Seu primeiro trabalho no cinema foi o polêmico Do Começo ao Fim. Quais as principais diferenças entre o Francisco, seu personagem neste filme anterior, e o Lauro, de As Horas Vulgares?
São muitas. Os personagens e suas histórias são muito diferentes. Assim como é difícil comparar pessoas, seria leviano comparar personagens tão distintos. Mas por ambos tenho muito carinho, aprendi muito com eles e foi uma felicidade incrível interpretá-los.

 

Além do cinema, você trabalha também na televisão e no teatro. Como você encara cada uma destas formas de expressão artística?
São veículos de comunicação muito distintos, cada um com suas características próprias. Mas, é claro, cada um tem seus modos de acrescentar bastante ao artista, nem que seja como experiência. Cada um, ainda que de sua forma, está construindo minha formação artística.

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Você é um ator completo, muito emocionado, que diz muito com os olhos. Como se dá o seu trabalho de composição de cada personagem?
Obrigado! Olha, tento compreender o que o filme tem a dizer, a mensagem contida nas entrelinhas. A literatura vai além do meu personagem. Tive a sorte de ser dirigido por pessoas sensíveis e contei com a ajuda de montadores talentosos e amigos. Isso contribui bastante para a realização de um bom trabalho. O cinema é uma arte coletiva, e é muito bom fazer parte de um todo.

 

(Entrevista feita por email e por telefone com o ator em agosto de 2013)

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

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