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Marcelo e Reginaldo Faria no set de O Carteiro

Membro de uma das famílias mais “cinematográficas” do cenário cultural brasileiro, Marcelo Faria está de volta aos cinemas em O Carteiro, longa escrito e dirigido por seu pai, Reginaldo Faria, e estrelado pelo irmão Candé Faria. Na primeira versão do roteiro, que nasceu como um drama policial e aos poucos foi se modificando até o formato de comédia romântica que chega agora às telas, o papel de protagonista havia sido pensado para Marcelo, que com a demora na captação de recursos para as filmagens acabou assumindo outros compromissos, abrindo espaço para o irmão menos pegar seu lugar. Mas ele não ficou de fora por completo, e marca presença como o Delegado Rafael, interesse romântico de Ingra Liberato numa das tramas paralelas da história. Confira agora esse bate papo exclusivo com o ator.

 

Como surgiu seu envolvimento com o filme O Carteiro?

Após a minha impossibilidade de participar do filme interpretando a personagem que o Reginaldo gostaria que eu fizesse, pelo fato de estar gravando novela e viajando com teatro, acabei sendo convidado para uma participação menor, mas ainda assim importante. Sugeri então fazer o delegado Rafael, um personagem de destaque, porém com menos cenas e por isso mais simples de realizar.

 

Como foram as filmagens no interior do Rio Grande do Sul?

As filmagens foram frias…(risos). Me senti literalmente em família, acolhido por todos da equipe e realizado por trabalhar com o meu pai me dirigindo.

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Candé e Marcelo Faria em cena de O Carteiro

Quais foram suas maiores preocupações no desenvolvimento desse trabalho?

A minha maior preocupação com o trabalho foi a de trazer para perto de mim um homem parecido com os personagens de Clint Eastwood, um ator que adoro e que me inspirou na composição do personagem. O Rafael é um delegado que vive em uma cidade pacata que se aproxima muito das cidades do antigo oeste americano e que não tem muita ação. Quando aparece algum “perigo” ele se excita a ponto de viver o clímax do faroeste.

 

O Carteiro é um filme muito premiado. Como foi essa temporada por festivais no Brasil e no exterior?

Foi uma alegria para todos! Este é um filme de família, com o meu irmão mais novo no papel principal, meu pai dirigindo, escrevendo e produzindo e eu tendo a oportunidade de estar presente em um personagem, mesmo que por pouco tempo! Cada novo convite e premiação era uma nova surpresa para todos nós. Foram experiências realmente muito gratificantes.

 

De todos os reconhecimento obtidos, qual lhe deixou mais entusiasmado?

A vitória no Festival de Gramado, um dos eventos cinematográficos mais tradicionais do país, onde ganhamos o Kikito de Melhor Fotografia, foi muito importante, com certeza. Ainda mais que foi o primeiro, quando o filme teve seu lançamento original. Mas qualquer resultado positivo conquistado é uma recompensa a todos os envolvidos! Torci principalmente pelo Carlos Andre, meu irmão, que fez um trabalho lindo, e a vitória dele como Melhor Ator no Festival Maracanaú, lá no Ceará, tão distante do Rio Grande do Sul, onde esse projeto nasceu, foi muito especial.

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O que o público pode esperar de O Carteiro?

Um filme poético, mas ao mesmo tempo com clima de thriller. Vale assistir, a fotografia está linda, a direção é precisa, as atuações estão muito bem concentradas, as locações são únicas e a trilha é muito caprichada. Boa sorte para todos nós!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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