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Anselmo Carneiro Almeida Vasconcellos é um dos mais prolíficos atores do cinema brasileiro. Envolvido com a arte da interpretação no teatro, na televisão e, é claro, também na tela grande, desde os anos 1970, já atuou em mais de trinta novelas, minisséries, seriados e programas humorísticos, além de outras tantas dezenas de curtas, médias e longas-metragens exibidos de norte a sul do país. Figura conhecida e bastante popular, é um ator completo, que entrega sempre performances à altura do que lhe é exigido, sejam personagens coadjuvantes ou protagonistas.

Em 2013 Anselmo Vasconcellos já esteve nas telas nacionais em dois filmes – Réquiem para Laura Martin, de Luiz Rangel e Paulo Duarte, e O Carteiro, de Reginaldo Faria – ambos filmados no Rio Grande do Sul há dois anos. E ele voltará à cena em setembro com a comédia Casa da Mãe Joana 2, de Hugo Carvana. E foi sobre todos estes trabalhos que o Papo de Cinema conversou com exclusividade com o artista. Confira!

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No set de Réquiem Para Laura Martin

Como surgiu o convite para ser o protagonista de Réquiem para Laura Martin?
O convite surgiu depois de várias conversas e encontros com o diretor Luiz Rangel em Gramado e em Porto Alegre e com o codiretor Paulo Duarte em São Paulo. Inicialmente, havia apenas um argumento de um curta-metragem, que era de autoria do Rangel. Essa foi ideia que circulou entre nós como um start. O Paulo Duarte, após filmar comigo em São Paulo por indicação do Rangel, sentiu, como ele mesmo conta, a vontade de escrever um personagem para eu interpretar. Assim ele elaborou o roteiro do Réquiem Para Laura Martin. O Maestro, o senhor dos anéis da trama, me veio assim. Foi uma soma destas circunstâncias e de outras desavenças entre nós. Havia o desejo de trabalharmos juntos. Realizamos!

 

O que mais lhe atraiu nessa história?
O roteiro, sobretudo, me encantou por sua ofensiva dramatúrgica, pelo seu existencialismo. Uma partitura cheia de sentimentos, símbolos e ousadias explícitas. Acho um belíssimo réquiem. Gramado vestiu o filme. A crítica (ou a cripta, melhor dizendo) em sua maioria, destratou o filme ofensivamente, o que me mostra com clareza o encanto, o novo que sinto nele desde o primeiro corte. Gosto de dizer que, neste oportuno momento histórico, é um filme-ninja. Me fiz entender?

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No set de O Carteiro

Quase simultaneamente à Réquiem Para Laura Martin, você filmou O Carteiro, de Reginaldo Faria, também no interior do Rio Grande do Sul. Como foi essa passagem pelo estado e o que mais lhe marcou durante essa temporada gaúcha?
Adoro o Rio Grande do Sul, tenho paixão por essa gente gaúcha, suas culturas e as belezas naturais. Tenho parcerias excelentes, como com o SESC RS, com o qual já fiz workshops, uma montagem teatral, um curta e palestras por várias cidades. A produtora Ivana Dalle Molle, com quem sempre trabalho por lá, os cineastas Beto Mattos, Eduardo Cabeda, Biah Wherter, a artista plástica Graziella Salvatori, a atriz e produtora Betina Muller e sua Agência Contexto, a Casa do Teatro do Zé Adão Barbosa, as atrizes Ana Luiza Bergman e Fernanda Mandagará. A TGD filmes. A Woodoo Agencia de Criatividades, o Paulinho Moshem, em Gramado, e os empresários que nos apoiaram nosso filme. Em Canela há um projeto lindo com Andre Vaccari, além dos amigos de Vale Vêneto e de Santa Maria, onde filmamos O Carteiro. A Fatima Koetz, o Festival de Cinema de Gramado. O Festival Aldeia Capilé, o Festival de Santa Maria, onde fomos premiadíssimos com o curta Republica dos Ratos, do Beto Mattos. Tenho ainda projetos com o Ricardo Macchi, que estão em curso. Ou seja, o Rio Grande do Sul não deve sair da minha vida tão cedo!

 

O que pode adiantar sobre sua participação no ainda inédito Casa da Mãe Joana 2?
Casa da Mãe Joana 2 é um oportuna e desejada retomada de parceria com Hugo Carvana e com a Mac Filmes (Marta Alencar, Julio Carvana e Cacala Carvana), com quem filmei muito e tenho imensa afinidade de estilo, humor e cinema. Esse novo filme é fantástico, super bem produzido. O meu personagem, o Alcebíades, é uma declaração de inteligência e humor sobre as questões esotéricas e espiritualistas. É uma das muitas surpresas que a história elabora para deleite do espectador. Vai ser lançado em 6 de setembro, nacionalmente. Diversão e farra e suspense nesta nova aventura dos mesmos amigos da Casa da Mãe Joana (2008). Quem se divertiu com o primeiro vai se esbaldar com este segundo. Tomara que a franquia se desenvolva em novas aventuras!

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Betty Faria e Anselmo Vasconcellos em Casa da Mãe Joana 2

Nestes quase quarenta anos de envolvimento com o cinema, quais foram os papéis que mais lhe marcaram?
Cinema é uma atividade muito marcante (podemos rever sempre, está marcado para sempre na nossa memória). Depois de tantos filmes, penso que o todo é maior que a soma das partes, por assim dizer. Hoje, com quatro décadas de carreira, a trajetória é mais importante, mais reflexiva e expressiva.

 

(Entrevista feita por email desde o Rio de Janeiro em 18 de julho de 2013)

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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