As chamadas “globochanchadas” são criticadas por apresentarem piadas fracas e um humor pudico. O longa Superpai (2015) aposta no politicamente incorreto e numa boa dose de palavrões para oferecer uma alternativa.
“Eu gosto de tratar a comédia como cinema e como verdade”, disse o diretor Pedro Amorim (Mato sem Cachorro, 2013) em conversa com a imprensa em São Paulo. “O politicamente incorreto é verdadeiro. Quando se está entre amigos, você não fala com pudores.”
A história gira em torno de Diogo (Danton Mello), uma figura paterna nada exemplar. Depois de ir a uma festa, ele pega a criança errada na creche e precisa descobrir o paradeiro do filho.
“Eu falo muito das minhas filhas e da importância da família”, afirmou Danton. “Então, quando recebi o roteiro, pensei que o filme seria para elas.”
Na empreitada para recuperar o filho, Danton tem a ajuda de amigos. O grupo é formado pelo debochado César (Antonio Tabet, de Porta dos Fundos), a libidinosa Júlia (Dani Calabresa, de Cilada.com, 2011) e o certinho Nando (Thogun, de 2 Coelhos, 2012).
“Finalmente parei de matar pessoas no cinema nacional”, comemora Thogun, uma vez que seu papel em Superpai difere de seus trabalhos anteriores, tanto no gênero quanto no tom. “É engraçado olhar para a tela e não se ver. Fiquei feliz de ficar surpreso comigo mesmo.”
“Eu queria muito fazer uma personagem meio putanheira”, brinca Dani. “Acho que essa comédia é bem desbocada. Eu venho do stand-up, estou acostumada a falar palavrão.”
Para complicar ainda mais a situação do enredo, o protagonista precisa resolver tudo sem que a esposa (Mônica Iozzi) perceba. Ela passa a noite com a mãe debilitada, mas se atualiza com Diogo constantemente por telefone.
“O papel dela é claro: o Diogo deve explicações a ela, que sabe o marido que tem”, disse Mônica, que quase recusou o papel. “Fiquei com medo de aceitar participar porque o roteiro era muito mais pesado quando o recebi.”
Apesar de não ser um comediante, Danton Mello não é estranho ao gênero. Atualmente, o ator faz parte do elenco do seriado Tá no Ar e grava o longa Vai que Dá Certo 2, que deve estrear em 2016.
“A comédia é um grande aprendizado, mas não sei contar piada, não improviso”, confessa. “Na hora do set sou matemático – tenho que estar concentrado porque tenho o riso frouxo.”
(Entrevista feita ao vivo em São Paulo em 24 de fevereiro de 2015)
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