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Depois do sucesso no programa The Voice Kids, Giulia Nassa, Bia Torres e Laura Castro formaram a banda BFF Girls e se mantiveram no radar do público jovem, tornando-se influenciadoras nas redes sociais. Mesmo assim, elas não imaginavam que teriam a oportunidade de estrelarem um filme tão cedo. Em O Melhor Verão das Nossas Vidas (2020), elas interpretam três adolescentes com seus próprios nomes, que abandonam as obrigações na escola para participarem de um concurso musical no Guarujá.

Enquanto treinam para a apresentação, tentam esconder a viagem dos pais e encontram novos amores. Além disso, têm novas oportunidades de conhecer melhor o nerd da escola e a garota malvada que se aproxima do trio. O Papo de Cinema conversou com as garotas sobre esta experiência, dirigida por Adolpho Knauth:

 

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No início, o roteiro foi feito para uma protagonista só, antes de ser adaptado a vocês três. Qual foi o primeiro contato com essa história?

Bia Torres: Quando a gente ficou sabendo pela primeira vez sobre o convite para gravar um filme, foi um dia incrível. Outras coisas geniais tinham acontecido nesse mesmo dia: a gente tinha descoberto que iria participar do Kids’ Choice Awards, e depois veio a notícia do filme. Para mim, não parecia possível. Pensei que eu estivesse sonhando. Então a ficha não caiu na hora. Para falar a verdade, ela não caiu até hoje.

Giulia Nassa: Eu pensei: não é possível que esses caras querem fazer um filme com a gente. Eles vão sair das reuniões um dia um dia e falar: “Desisto”.

Laura Castro: A gente nem tinha certeza que ia dar certo. Isso aconteceu bem no começo do ano. As três perguntavam uma para a outra: será que isso está acontecendo mesmo?

Vocês leram o roteiro inteiro antes de aceitarem participar, ou sabiam apenas sobre as personagens de vocês?

Giulia Nassa: Não! O Adolpho guarda tudo para ele! Ele não deixou a gente ver o roteiro. Depois ele avisou que uma personagem teria um crush, e beijaria um garoto, mas não quis dizer quem seria. Ele mostrou o roteiro para a minha mãe, que lia o texto todo na minha frente, mas não me deixava ver. Mesmo quando o filme estava pronto, ele não deixava a gente ver. Só pudemos assistir agora, na pré-estreia.

Bia Torres: Nós três fomos as pessoas mais poupadas de informações sobre o filme, desde o começo do processo.

 

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As personagens foram moldadas à personalidade de cada uma de vocês?

Laura Castro: As personagens eram muito parecidas com cada uma. O Adolpho pensou bastante nisso, e teve esse cuidado. Ao longo da preparação, enquanto a gente lia o roteiro e discutia cada cena, também tinha a liberdade de fazer modificações, ou então dizer “Essa fala tem mais a cara dela, essa outra eu poderia falar”.

Ajudou o fato de trabalharem com humoristas experientes?

Giulia Nassa: Isso ajuda e atrapalha ao mesmo tempo. O Maurício Meirelles e o Carioca improvisavam e diziam várias coisas hilárias em cena. A gente tinha que se segurar, porque a câmera estava rodando! A gente queria rir, mas não podia.

Bia Torres: Não tem muito como se preparar, porque você nunca sabe o que eles vão dizer. Eles inventam na hora, e pegam alguma piada do dia, alguma coisa interna que aconteceu no almoço entre a gente, por exemplo.

Laura Castro: De qualquer forma, trabalhar com humoristas experientes foi um grande aprendizado, porque eles nos ensinavam muito na hora de preparar a personagem. Mesmo que a gente estivesse muito nervosa, eles relaxavam a gente com humor.

 

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Como foram as seis semanas de ensaios?

Bia Torres: Os ensaios aconteceram aqui em São Paulo, mas eu sou de Goiânia, então participei de uma parte menor dos ensaios. Mas eles foram importantes para a gente conhecer as nossas personagens e a interação com os outros personagens também. A gente teve tempo para ficar com os atores que interpretam os nossos pais, para criar um vínculo de verdade. Não é à toa que todo o elenco virou uma família. Todos são muito unidos hoje, a gente sempre sai junto para comemorar.

Laura Castro: A gente jogava jogos na preparação, teve até hipnose. A aproximação aconteceu de forma muito lúdica, muito mais gostosa. Mesmo assim, acho que nós três nem passamos por um processo de preparação tão intenso quanto aquele do Enrico Lima, ou a Bela Fernandes, que interpretou uma garota surda. Ela precisou fazer aula de libras, assim como o Murilo Bispo. Para nós, foi muito mais um processo de integração, para todo mundo se conhecer.

Giulia Nassa: Sim, fizeram muitos ensaios específicos com cada casal de pais, e eu fiz ensaios específicos com o Murilo, depois alguns ensaios com o Enrico e a Bela, separadamente.

A experiência nos palcos ajudou na hora de filmar?

Giulia Nassa: O nervoso é o mesmo, a sensação de ter pessoas te assistindo é a mesma. É até pior no set, porque são menos pessoas, que ficam em silêncio. Acho que estamos mais acostumadas a nos apresentar para muitas pessoas de uma vez, fazendo barulho, curtindo juntas.

Laura Castro: É muito mais fácil ficar na frente de uma galera que se empolga junto do que num lugar pequeno com poucas pessoas em silêncio, te encarando. Você sabe que estão te vendo. É diferente, mas ajuda.

 

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Para quem já acompanha o trabalho das BFF Girls, o que esperar da trilha sonora do filme?

Bia Torres: No filme tem todas as nossas músicas, acredito que tenha pelo menos um pedacinho de tudo o que a gente lançou. As pessoas vão reconhecer tudo. Mas também tem músicas inéditas, nossas e de outras pessoas do elenco. São músicas lindas, e fiquei apaixonada por todas.

O filme é realmente pensado para a época das redes sociais.

Giulia Nassa: A edição é feita pensando nisso, é tudo bem dinâmico.

Laura Castro: Eles pensaram na linguagem mais jovem, de cortes rápidos, com intervalo menor entre as falas. É algo mais jovial.

Bia Torres: E mais informal também. Assim o filme vai poder conversar com as pessoas que estão nos assistindo.

Mas acreditam que funcione com jovens e adultos?

Giulia Nassa: Com certeza! O Maurício Meirelles está lá pra isso, o Carioca está lá pra isso. Tem humor para todas as idades. Eu já vi o filme três vezes, e consegui perceber com a minha família: a minha irmã pequena ria de algumas piadas; meus avós riam de outras piadas diferentes. Além disso, é um filme sobre o valor da família e da amizade, então dá para ir com as pessoas de quem você gosta.

 

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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