Gabriel Leone já passou do ponto de ser apontado apenas como uma revelação. Após filmes, séries, novelas e especiais, hoje é considerado um dos grandes talentos nacionais do nosso audiovisual. E entre tantos projetos de destaque, como a série Dom, lançada há poucos meses, e o aguardado Eduardo e Mônica, versão para o cinema da famosa canção do Legião Urbana, ele agora é uma das peças mais importantes de Piedade, drama de Claudio Assis premiado no Festival de Brasília e no Los Angeles Brazilian Film Festival. E está em ótima companhia, aparecendo ao lado de nomes como Cauã Reymond, Matheus Nachtergaele, Irandhir Santos e ninguém menos do que Fernanda Montenegro! O filme chega finalmente aos cinemas, após mais de um ano de atraso provocado pela pandemia do Covid-19, como um dos lançamentos mais esperados dessa temporada. Nós conversamos com o ator sobre o seu personagem e a importância de levar essa história até o público. Confira!
Gabriel, o teu personagem em Piedade representa o protesto. Como foi assumir essa função, ainda mais em um momento em que se fala tanto em resistência no Brasil?
Acho fundamental trazer esse debate. A praia onde filmamos, por exemplo, recentemente foi inundada por óleo, não dá pra frequentar mais. O filme, portanto, vem quase como uma premonição. E, ao mesmo tempo, como uma resposta. É um filme doído. Muito triste, infelizmente. Mas fala de uma verdade.
Você estabeleceu uma parceria forte com o Cauã Reymond em cena. Como foi esse trabalho em conjunto?
A gente nunca havia trabalhado juntos. Tivemos, antes das filmagens, um tempo de ensaio, de leituras, em Recife. Foi uma parceria linda. Sem dar spoilers, posso dizer que admiro o Cauã pra caramba. Foi um prazer trabalhar com ele.
Piedade foi um filme que enfrentou muitos problemas após o término das filmagens. Houve momentos em que se duvidou se chegaria a ser finalizado. Como foi para vocês do elenco passar por essa incerteza?
Tem uma fala do meu personagem no filme, quando diz que “a dor é uma forma de resistência”. Acho que todos nós meio que passamos por isso. Como a Fernanda Montenegro costuma falar, a gente sempre resistiu, e vai continuar resistindo. Independente do que está tentando se impor em cima da gente. Acho fundamental esse filme ter ficado pronto, e estar ganhando as telas. Torço para que as pessoas possam assisti-lo e que entendam a mensagem que todos nós quisemos passar.
A primeira exibição de Piedade foi no Festival de Brasília. Você participou dessa sessão. Como foi?
Nossa, foi muito especial. Brasília foi o primeiro festival em que estive com um filme que havia participado. Mas também, esse é recém o terceiro filme que faço. E na época em que foi exibido, em 2019, fazia quase três anos que havia filmado. Então, a emoção de, enfim, ver aquela história na tela, sendo contada dessa forma, foi muito emocionante. De fato, um momento especial demais.
Você tem outro filme, já pronto, que tá deixando muita gente curiosa, que é o Eduardo e Mônica. O que pode nos adiantar sobre ele?
Eduardo e Mônica vai estrear direto nos cinemas, acredito que não passará por nenhum festival antes. Curiosamente, foi todo filmado em Brasília. Já deveria ter estreado, a previsão inicial era para o primeiro semestre de 2020. Então, a qualquer momento deve ser lançado. Foi um processo incrível. Estou muito ansioso para que estreie logo. O filme tá lindo!
(Entrevista feita ao vivo em Brasília em 24 de novembro de 2019)
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