Sean Bean nasceu no interior da Inglaterra, mas desde lá já foi para o futuro e para o passado, para a Terra Média e para Westeros. Em suas andanças já foi terrorista tendo que lidar com o agente Jack Ryan e inimigo do superespião James Bond, além de pai da Branca de Neve e o todo poderoso Zeus da mitologia grega! Mas poucos personagens que interpretou foram tão sérios e com os dois pés fincados na realidade quanto o cientista Mitch Henderson, uma das figuras centrais do thriller espacial Perdido em Marte, de Ridley Scott. O longa, lançado nos cinemas no segundo semestre de 2015, faturou quase US$ 600 milhões nas bilheterias de todo o mundo e recebeu 6 indicações ao Oscar, inclusive a Melhor Filme. E agora está chegando em DVD, Blu-ray, Blu-ray 3D e em Filme Digital HD pela Fox-Sony HE, disponível para compra e locação e multiplataformas digitais no Brasil, com extras inéditos. Aproveitando a ocasião, o Papo de Cinema conseguiu essa conversa exclusiva com o astro Sean Bean, que falou sobre a produção, como foi trabalhar com Damon e Scott e como a importância de sua participação na saga O Senhor dos Anéis o persegue até hoje. Confira!
O que você acha que o público mais gostou em Perdido em Marte?
A fascinação com o espaço, o infinito e tentar entender o que são os anos-luz é obviamente muito divertido para o público. Colocar os personagens nessa situação faz isso ainda mais interessante. Matt Damon interpretando Mark Watney e como ele reage ao que está ao seu redor e ainda como consegue sobreviver é muito divertido de assistir. Eu gostei deste personagem por si só. É como Robinson Crusoé no espaço, pensamos nele na ilha, usando suas estratégias, habilidades e intuição. Temos que pensar em três situações separadas: as pessoas no espaço, o que está no chão e Mark Watney em Marte. Ao perceber que os três temas aparecem juntos, tomei consciência do quão incrível seria este filme. É sobre emoções humanas: os conflitos, inseguranças e questões que temos de lidar, isso está no coração de Perdido em Marte.
O filme aumentou seu interesse sobre os temas da ficção-científica?
Eu cresci quando todo mundo queria ser um astronauta, nos anos 60 e 70, quando aconteceram as primeiras missões espaciais. A viagem para a Lua transmitida em preto e branco e os astronautas andando saltitantes na atmosfera sem gravidade. Todos achavam emocionante ser capaz de flutuar no espaço, cresci vivendo isso. Hoje não é algo que gostaria de fazer, ficaria muito apreensivo de me colocar nessa situação.
O que você achou da referência à saga O Senhor dos Anéis?
Eu não sabia o que pensar porque nunca tinha estado em uma situação na qual estive envolvido com O Senhor dos Anéis, e então em outro filme que menciona um que estive anteriormente. Quando nós gravamos, pensei no que deveria fazer, se devia reconhecê-lo ou ignorá-lo. Penso que fiquei no meio dessas duas opções. Foi muito divertido filmar. Quando nós o assistimos no Toronto Film Festival, rimos disso tudo. Foi um momento único, foi ótimo.
Você tem uma cena favorita?
Acho que o grande destaque foi a engenhosidade de Watney. As cenas em que cultiva as batatas na grande estufa, observando as mudas crescerem, e você sabe que ele se sente muito feliz com aquilo. Quando todas morrem, uma coisa tão pequena como uma semente torna-se questão de vida ou morte. Adorei aqueles momentos, sua desenvoltura, como transforma algo pequeno em grandioso que pode ser útil em ajudá-lo a sobreviver. São esses momentos os meus favoritos. A interpretação de Ridley sobre a paisagem de Marte é inesquecível, o planeta vermelho com seus penhascos e toda aquela solidão ficam na sua mente. Há algo incrivelmente bonito sobre tudo isso, com certeza.
Como foi estar em um filme de Ridley Scott?
Trabalhar com Ridley Scott é um privilégio a qualquer momento e uma experiência incrível dado seu histórico em fazer filmes maravilhosos e memoráveis que crescemos assistindo. Estar envolvido com Perdido em Marte foi algo ótimo. Eu quase tive a oportunidade de trabalhar com ele antes em algumas ocasiões, mas nunca dava certo, então, quando me convidou para fazer esse filme fiquei encantado! Trabalhar com alguém que fez Blade Runner (1982) e Gladiador (2000) foi ótimo, ele criou condições excelentes nas quais todos nós pudéssemos trabalhar, um ambiente leve e bastante livre para explorar o que quisesse fazer sem tornar o trabalho restritivo. Foi uma verdadeira alegria.
(Entrevista cedida pela Twentieth Century Fox Home Entertainment do Brasil com exclusividade para o Papo de Cinema)
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