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Mateus Solano interpreta Licurgo em Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo (2024), filme que chega nesta quinta-feira, 18, aos cinemas brasileiro. Mas, especialmente para você que não está familiarizado com a turma jovem da Mônica, deve estar se perguntando: mas quem é Licurgo? Ele é a versão do famoso (e querido) Louco, presença constante nas aventuras da galerinha menor. Diretor da escola onde estudam Mônica, Cebola, Cascão, Magali, Milena e DC, ele é figura fundamental no filme dirigido por Mauricio Eça. O Museu do Limoeiro está prestes a ser vendido para sanar as dívidas de Licurgo, mas tudo isso perde a importância quando ele encontra um velho conhecido do outro lado de um espelho de obsidiana. É quando começa a aventura sobrenatural que comprovará a existência da maior lenda urbana do Limoeiro: o Cabeça de Balde. Para saber um pouco como foi interpretar esse papel, conversamos rapidamente com Mateus Solano um pouco antes da pré-estreia carioca de Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo. O resultado deste Papo de Cinema você confere agora.

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Qual era a sua relação anterior com a Turma da Mônica? Você foi um leitor dos quadrinhos?
Sem dúvida fui um leitor da Turma da Mônica, mas da clássica. Da Turma da Mônica Jovem, bem menos. Achava bacana, tinha curiosidade por essa versão maior dos personagens, mas nunca fui um leitor como da Turma da Mônica clássica. Li muito, muito, muito. Inclusive, acompanhei quando o Louco saiu da revista do Cebolinha e ganhou uma revista própria.

Ao ser convidado para interpretar o Licurgo, você foi se inteirar, pegar HQ’s para ler? Como foi esse processo?
Sim, fui procurar, até porque o Licurgo não é o Louco que eu conhecia, é uma versão reformada, por assim dizer, que dá as suas escorregadas na loucura. Acho que é um personagem que nos faz pensar sobre essa dose de loucura que precisamos ter, mas também sobre o quanto precisamos nos adaptar. O Licurgo é o diretor, ele é quem dita as regras na escola do bairro do Limoeiro, então é muito interessante ver o Louco nesse lugar.

E como foi, do ponto de vista prático, interagir com os efeitos especiais? É algo tranquilo ou impõe certos desafios?
O filme tem efeitos especiais, mas durante a filmagem não havia aquilo de um estúdio feito de paredes verdes, imaginando fantasmas. Tem a coisa do faz de conta, de fantasiar algo que nos puxa para baixo, mas o cenário mais interessante era aquele dos espelhos que davam uma sensação onírica, de lugar de sonho. Então, a relação com os efeitos não foi assim do nada, foi divertida, até porque pensar nesses mundos lúdicos é algo que a gente gosta de fazer.

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Foto/Rogério Resende

Uma coisa interessante do Licurgo é que ele é um descontrole querendo se controlar. Ele sempre está perto de perder o controle, mas lutando muito para mantê-lo…
Que legal que o trabalho passou essa sensação. Na curta preparação, se teve algo que buscamos foi justamente isto: localizar essa loucura que precisava a todo o momento ser contida. Então, faz muito sentido o que você falou. Há ali um ímpeto, uma fera que deseja sair e ele tenta controlar essa força enorme.

E você é um dos veteranos no meio dessa molecada. Como foi trabalhar com esses jovens intérpretes?
Foi muito legal ser chamado para fazer o Licurgo nessa produção com gente tão talentosa. Eles me ajudam a acessar um público diferente. Fico muito feliz de fazer parte de algo voltado a uma geração que desconheço. E que, quando conheço, me assombro pela qualidade de meus colegas. No momento estou fazendo a novela Elas por Elas e o Filipe Bragança interpreta meu filho, um jovem super talentoso que me apresenta coisas. Que molecada especial. Quero aprender com eles.

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E tem algo de especial em fazer algo que tu pode tranquilamente apresentar aos seus filhos?
É muito legal. Só quando foi chegando perto da estreia é que percebi, de verdade, a fascinação que a Turma da Mônica Jovem causa. Acho um barato que a Maurício de Sousa Produções tenha planos para mais filmes. Lembro quando assisti o Rodrigo Santoro fazendo o Louco foi algo emocionante. Aliás, como é emocionante ver esses personagens que a gente adora ganhando vida, né?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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