A festa dos curta-metragistas gaúchos foi o destaque do terceiro dia do 43º Festival de Cinema de Gramado. Com apenas um curta e um longa em concurso sendo exibidos à noite no Palácio dos Festivais, espaço sobrou para o Prêmio Assembleia Legislativa: Mostra Gaúcha de Curtas invadir o palco. O Corpo, de Lucas Cassales, também presente na Mostra Nacional, foi o grande vencedor, recebendo quatro prêmios, dentre eles o de Melhor Filme. A produção mostrou ter fôlego para concorrer com os demais filmes nacionais. A lista completa dos premiados você encontra aqui.
Como é tradição, pela manhã foram exibidas as reprises da noite anterior e, à tarde, o segundo programa de curtas tomou conta do Palácio dos Festivais. Destaques desta mostra foram Ne Pas Projeter, de Cristian Verardi; Pele de Concreto, de Daniel De Bem; e o curta fora de competição Por Entre as Frestas, de Luini Nerva. Este último respondeu pelo momento mais emocionante da tarde, quando parentes de Luini e produtores do curta subiram ao palco para apresentar o trabalho da realizadora, falecida em junho deste ano. Mais detalhes sobre este segundo dia de exibição você confere aqui.
À noite era chegada a hora de conhecer mais dois concorrentes às mostras de curtas nacionais e de longas brasileiros: a animação Miss & Grubs, de Camila Kamimura, e o drama político O Fim e os Meios, de Murilo Salles. O primeiro mostra uma relação amorosa diferente. Uma ratinha se apaixona por um tipo de larva mutante. A casa dela é pequena demais para os dois. Para que possam ficar juntos, eles terão de pensar algo totalmente fora da caixa. Bem produzido e com personagens curiosos, o curta consegue transmitir sua mensagem, do amor que desconhece barreiras.
Na mostra de longas, O Fim e os Meios, de Murilo Salles, é um raro exemplar de cinema voltado à temática da política no Brasil. Embora tenha predicados, o filme vai perdendo sua força com o desenrolar da história, principalmente pela construção de relações inverossímeis entre os personagens. O que fica é um início acima da média, com o personagem de Pedro Brício vivendo uma realidade precária – e até entendermos o que o levou a este ponto, ficamos um tanto à deriva; e as boas performances de Marco Ricca e Hermila Guedes. Prometia muito, mas entregou pouco este esforço do diretor em seu retorno à ficção depois de sete anos.
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