O mais provocativo dos curtas no segundo dia de exibições desafia a sociedade em sua própria socialização. Apresentando a realidade precária de um dos países mais pobres do mundo, fotografada de maneira sensível , e por vezes até plástica demais, por Thomás Townsend, moradores relatam seu cotidiano carregado de fome e falta de oportunidade. Na função de chocar, a obra evidencia fortes súplicas silenciosas, porém sem soar apelativa. O registro preciso e cada vez mais necessário mostra êxito do diretor Maurício Canterle ao fazer o espectador mergulhar neste turbilhão de imagens que nos faz sentir um certo constrangimento por algumas das reivindicações mais comuns na sociedade urbana, pois se aos olhos daqueles habituados com muito sempre se há mais a se pedir, em relação aos habitantes de Bissau o que se percebe é uma inversão caudalosa desta verdade.
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