Uma forte experiência sonora. Assim pode ser classificado o curta de Roberto Burd sobre a agonia da espera por um transplante. Após uma forte colisão entre a moto de um rapaz num carro de grande porte, o garoto, que não fala durante toda a projeção, tem ao seu lado o pai que suplica por rapidez na procura de um doador. Numa noite chuvosa e gélida de Porto Alegre, o patriarca vislumbra uma ideia que deixa o espectador aterrorizado. Essa iniciativa, aliada a uma mixagem de som nos moldes do mestre Hans Zimmer – A Origem (2010), de Christopher Nolan – dá o tom desse drama instigante. Além da qualidade sonora – mérito dos estúdios Kiko Ferraz – também se destacam nessa produção a fotografia lúgubre, de Pedro Rocha, e a direção de arte austera e gélida de Valeria Verba, que servem para evocar uma frieza visual que encontra reflexo nas decisões do protagonista, em um trabalho minucioso e bastante subliminar de Nando Cunha. Uma curiosidade: este é um dos dois únicos títulos dessa mostra também selecionado para a Mostra Competitiva de Curtas Brasileiros.
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