O propósito do diretor Gabriel Honzik nunca chega a ficar muito claro, fazendo desta questão mais uma das muitas dúvidas levantadas por seu filme. Esta história apresenta a saudade como ponto de partida. O cenário é um tradicional clube da região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, que um dia foi frequentado pela alta sociedade e hoje se encontra em franca decadência. Foi abandonado, assim como as pessoas que insistem em frequentá-lo até os dias de hoje. Estes, descendentes de imigrantes alemães que comandaram a região – a ponto de construí-lo ao redor de um monumento de propriedade do município – hoje não fazem mais parte da realidade local. Com uma trilha sonora cantando a nostalgia, no presente nos deparamos com uma menina, como se fosse ela a última. Sua missão é entender a importância de um lugar que soa apenas morto. Ou estariam ali apenas reflexos de algo muito maior e mais intrigante? De composição quase poética, o filme ganha pontos pela atuação segura de Maria Galant (Mulher do Pai, 2016) e pela montagem precisa de Germano de Oliveira, que se revela decisiva na construção desse quebra-cabeças emocional.