Teve início na terça-feira, dia 17 de setembro, a quadragésima sexta edição do mais antigo e tradicional festival de cinema do Brasil. O 46° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro irá apresentar neste ano 30 filmes em mostras competitivas oficiais, divididos entre curtas e longas de documentário, ficção e animação. Além disso, há o Festivalzinho, com programação voltada ao público infantil (sempre pelas manhãs) e a Mostra Brasília, com curtas produzidos no Distrito Federal. E a expectativa é de uma seleção bastante concisa, que deverá revelar novos talentos, ao mesmo tempo que reabre suas portas para antigos conhecidos.

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Equipe do filme Revelando Sebastião Salgado

Ao contrário do que aconteceu em 2012, quando todas as sessões foram realizadas na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro, desta vez as exibições principais estão programadas para voltarem ao Cine Brasília – casa “oficial” do festival, que passou os dois últimos anos em reformas. No entanto, sem maiores explicações, a sessão de abertura foi programada para acontecer na… Sala Villa-Lobos! Portanto, na primeira noite todos se dirigiram mais uma vez ao Teatro Nacional Claudio Santoro, para conferir a exibição fora de competição do documentário Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula. Este longa, que no mês anterior participou do 41° Festival de Gramado, onde recebeu o Prêmio Especial do Júri, foi recebido com entusiasmo pela plateia da capital federal. Ainda que muitos membros da crítica não tenham se empolgado muito com a escolha, é de se questionar o por quê deste convite, principalmente pelo fato dele já ter sido exibido há tão pouco tempo, e ainda mais em um evento de porte e importância similar.

Na cerimônia apresentada por Chico Sant’Anna e Bidô Galvão, esteve presente o Secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, que recebeu o primeiro filme com a exclamação: “mais do que reinventar a fotografia, Sebastião Salgado é um reinventor do olhar”! Além da exibição hors concours, outras apresentações empolgaram os brasilienses e visitantes. Primeiro foi a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, que sob regência do maestro Claudio Cohen e com participação do violinista Benjamin Schmid – que fez uma tocante performance em um legítimo Stradivarius – defenderam um Concerto para Violino e Orquestra, do compositor norte-americano Eric Wolfgang Korngold.

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Apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro

Completando a noite, havia o show da cantora norte-americana Beyoncé, que após uma bombástica apresentação no Rock in Rio e passagens por São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza, encerrava sua turnê pelo Brasil justamente no dia 17, em Brasília. Sem relação alguma com o festival de cinema, ao menos serviu para dividir as atenções da mídia. E junto com ela e com todos os turistas e visitantes veio também a chuva, que há meses não aparecia por aqui. E foi nesse ritmo, de muitas novidades inesperadas, que teve início “o mais importante espaço de exposição da multiplicidade da produção do audiovisual do país”, mais uma vez conforme Hamilton Pereira.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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