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5+1 :: Aaron Taylor-Johnson

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Ele já foi John Lennon e já enfrentou o Godzilla. Acreditou que para ser um super-herói bastava vestir um uniforme, mas logo aprendeu a correr mais rápido do que a luz. Já foi bandido e também mocinho, viveu galãs românticos de época e também adolescentes problemáticos da era da internet. Trabalhou sob o comando de cineastas consagrados, estrelou sucessos ao lado de nomes de ascensão assim como ele e, veja só, acabou casando com uma de suas diretoras, a inglesa Sam Taylor-Johnson, não só 23 anos mais velha do que ele, mas também mãe dos seus dois filhos. Vencedor do Globo de Ouro e indicado ao Bafta, Aaron Taylor-Johnson conquistou muito cedo – ele nasceu no dia 13 de Junho de 1990 – um status invejável em Hollywood, estrelando tanto megaproduções como projetos independentes cobiçados por atores de sua faixa etária. É por isso que, ao comemorar mais um aniversário, nós apresentamos uma seleção comentada dos seus cinco papéis mais marcantes, além de apontar mais um especial. Confira!

 

O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy, 2009)
Antes de ser Kick-Ass no filme homônimo, em 2010, e de estrelar Vingadores: A Era de Ultron (2015) como o velocista Mercúrio, Aaron Taylor-Johnson foi outro herói nos cinemas, um herói mais real, que viveu entre nós durante um período bastante curto, mas que definitivamente deixou sua marca na mente de inúmeras pessoas: John Lennon. Neste longa-metragem dirigido por Sam Taylor-Johnson (que depois viria a ser esposa do ator), o rapaz vivia Lennon antes da fama. Um adolescente problemático, rebelde, que passava seu tempo arrumando confusões e aprendendo acordes de guitarra. Vivendo com sua austera tia Mimi (Kristin Scott Thomas), John tinha um grande vazio pela falta de contato com a mãe, Julia (Anne-Marie Duff). Quando começa a ter oportunidade de passar tempo com ela, ele aproveita da melhor forma possível. No longa, também acompanhamos o histórico primeiro encontro entre ele e Paul McCartney (Thomas Sangster), que daria o pontapé inicial para a criação de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, os Beatles. Johnson cativa com seu retrato desmistificado de Lennon, nos mostrando um rapaz com dúvidas e anseios, mas com talento incomparável para a música. Interpretação que revelou o ator para voos mais altos. – por Rodrigo de Oliveira

 

Kick-Ass: Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010)
Ainda que já tivesse dado o ar da graça em outros projetos antes, foi com esta… comédia de ação satírica cínica com ambições metalinguísticas (?) que o nosso homenageado despontou para o mundo. Claro que não sem uma ajudinha, que veio pelas mãos de um então subestimado e ainda iniciante cineasta: Matthew Vaughn, que vinha do divertido Nem Tudo é o Que Parece (2004) e do inventivo e adorável Stardust: O Mistério da Estrela (2007). Visualmente marcante, o diretor fez dessa produção o seu próprio palco, e lançou ao menos duas estrelas – além de Taylor-Johnson, não podemos esquecer de Chloë Grace Moretz, sem falar no raro respiro de qualidade na filmografia de Nicolas Cage. O filme fala então de um típico nerd que certo dia decide combater o crime fantasiado de… alguma coisa, seguindo o exemplo de seus heróis. Claro que nem tudo não sai como o esperado, já que aparentemente a vida real não é bem como os quadrinhos. Rola muito sangue, violência, palavrões e hormônios. E por que Johnson faz a diferença aqui? Simples: com seus grandes olhos azuis, sua voz rouca e desafinada, típicas de um adolescente, o garoto vende a inocência que era necessária para contrastar com tudo isso. – por Yuri Correa

 

Selvagens (Savages, 2012)
Em tempos de recessão, nada melhor que uma metáfora à crise. Oliver Stone entendeu o recado e focou este cenário na fronteira do México. É lá que Ben (Aaron Johnson) e o veterano de guerra Chon (Taylor Kitsch) dividem a mesma namorada, Ophelia (Blake Lively) e o comércio de drogas, que é tão organizado a ponto de transformar os traficantes em heróis da região por empregarem mão de obra local da forma mais justa possível. Pois a “melhor maconha do mundo” é alvo de um cartel liderado por Elena (Salma Hayek). Entre tiros e discursos sobre igualitarismo, o trio principal se sobressai em figuras que poderiam ser unidimensionais, mas crescem ao longo da narrativa. Aaron Johnson não perde tempo em mostrar porque é um dos astros em ascensão mais notáveis de Hollywood. Sua pose hippie-hipster da paz e amor se torna crível por conta de sua atuação, não apenas uma caricatura volátil, armadilha fácil de cair num papel aparentemente clichê. Em meio à corrida frenética de tiros e bombas, é ele a voz da calmaria no longa, amenizando o máximo que pode o cenário de violência estabelecido. Tarefa difícil, mas que o ator se esforça e consegue atingir altas notas de comprovação. – por Matheus Bonez

 

Godzilla (2014)
Fãs do monstro gigante japonês vibraram quando a produtora Toho anunciou estar à frente do projeto de um reboot do filme. Baseado na origem do personagem, a trama gira em torno do tenente Ford Brody, interpretado por Taylor-Johnson, que precisa lidar com um pai atormentado com a criatura radioativa e também evitar um novo ataque, já que agora Godzilla tem companhia: M.U.T.O, um monstro confinado nos anos 90 e que consegue escapar, causando uma série de destruições por onde passa. Na pele do tenente dividido entre o medo e o desejo de salvar seu país, o ator consegue criar empatia com o público, mesmo disputando atenção com um dos mais conhecidos “grandões” das telonas. Não fossem o patriotismo exacerbado do roteiro e a mudança de categoria pela qual passa Godzilla, deixando de ser vilão para tornar-se o salvador do dia, o filme seria mais interessante não apenas para admiradores do monstro, mas também por quem apenas quer uma boa aventura. Acompanhando o americano no elenco, há nomes como Juliette Binoche, Sally Hawkins e Ken Watanabe. – por Bianca Zasso

 

Animais Noturnos (Nocturnal Animals, 2016)
Neste que é o mais recente filme do cineasta Tom Ford, Aaron Taylor-Johnson interpreta um tipo abominável, daqueles que certamente não gostaríamos de enfrentar, seja em que situação for. Ele é um dos personagens centrais da trama dentro do filme, então lida pela protagonista – seu vilão, por assim dizer. Ray Marcus é o clássico psicopata com instintos assassinos. Desde o primeiro momento em que aborda a família que passeia tranquila por uma estrada deserta, sabemos que algo vai dar muito errado. Isso só ocorre porque o ator sabe como criar esse sujeito que deixa escapar seu desajuste em cada palavra, mesmo sendo ela aparentemente amigável. O trabalho de Aaron Taylor-Johnson é tão impressionante que lhe valeu o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante, desbancando francos favoritos com carreiras mais longas e reconhecidas que a dele. Já no que tange ao Oscar, ele não foi sequer lembrado entre os indicados, uma injustiça tão grande quanto a esnobada que a Academia de Artes e Ciências Cinematográfica de Hollywood deu no próprio filme de Tom Ford. Todavia, Taylor-Johnson, apesar de muitos ainda o considerarem apenas um rostinho bonito talhado pela indústria, mostrou aqui talento de sobra para ser respeitado. – por Marcelo Müller

 

+1

 

Anna Karenina (2012)
Após marcar uma presença discreta em títulos elogiados como Em Busca de uma Nova Chance (2009) e Albert Nobbs (2011) e antes de voltar ao seu personagem de maior sucesso até então – Kick-Ass 2 (2013) – Aaron Johnson assinou pela primeira vez o sobrenome Taylor (adquirido da esposa) nesta mais recente adaptação do clássico romance russo de Leon Tolstoy, mostrando que o casamento não só lhe serviu como fonte de amadurecimento, mas também o preparou para desafios ainda maiores. Assumindo um personagem já vivido por nomes como Sean Bean, Christopher Reeve, Sean Connery e até Fredric March, ele é o Conde Vronsky, o homem que, com seu carisma e sedução, é responsável pela perdição da protagonista, a jovem bem casada que se vê irremediavelmente apaixonada por outro. Aaron é puro magnetismo em cena, com altivez e uma beleza hipnotizante, deixando todos ao seu redor irremediavelmente aos seus pés. É claro que o physique du rôle lhe foi determinante, mas ele deixou claro que não basta ser bonito – é preciso acreditar nisso também. E aqui mostra como poucos o quanto seu charme pode servir tanto para o bem quanto para a danação daqueles que por ele se deixarem levar. – por Robledo Milani

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