Brad Pitt dispensa apresentações. Ele já se envolveu com algumas das mulheres mais cobiçadas de Hollywood – de Angelina Jolie a Gwyneth Paltrow – é pai de seis filhos (três biológicos e três adotivos), ator de prestígio e símbolo sexual que ainda provoca fortes emoções em mulheres e homens mesmo com mais de 50 anos, o astro indicado a seis Oscar e vencedor de uma estatueta de Melhor Filme, por sua atuação como produtor, por 12 Anos de Escravidão (2013), é uma das figuras mais ativas e multifacetadas de Hollywood. Sua primeira participação de destaque nas telonas foi em O Príncipe das Sombras (1988), mas o papel em que começou a chamar a atenção foi em Thelma & Louise (1991), que o projetou para além do que costumavam chamá-lo: “apenas mais um rostinho bonito”. A popularidade também atingiu alto nível com sua participação em series televisivas, como em Friends (1994-2004) – quando ainda namorava Jennifer Aniston. No dia 18 de dezembro, Brad está de aniversário. Para comemorar, a equipe do Papo de Cinema decidiu eleger seus cinco melhores filmes – e mais um especial. Não estranhe se papéis de destaque como seu Louis de Pointe du Lac, de Entrevista com o Vampiro (1994), o psicótico de Os 12 Macacos (1995) – que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar – ou o campeão de bilheteria Guerra Mundial Z (2013) – o maior sucesso de público de toda a sua filmografia – ficaram de fora. Uma carreira tão coesa merecia uma lista maior. Por enquanto, fique com os eleitos pela nossa equipe de críticos.
Seven: Os Sete Crimes Capitais (Se7en, 1995)
– por Marcelo Müller
Construído a partir de uma onda de assassinatos inspirados nos sete pecados capitais, conforme alude o subtítulo, este thriller que marcou a primeira parceria de Brad Pitt com o diretor David Fincher – eles voltariam a trabalhar juntos em outras duas ocasiões, ao menos até hoje – tem como protagonistas dois policiais encarregados de capturar um serial killer: o experiente William “Smiley” Somerset (Morgan Freeman) e o jovem David Mills (Pitt). Como nos bons filmes do gênero, a dinâmica entre os personagens, o que eles transparecem em meio a situações extremas, é tão ou mais interessante do que o caso a ser resolvido. Fincher sabe como conduzir este tipo de narrativa, em que os papeis de “gato e rato” mudam constantemente, quando não se invertem. Brad Pitt, por sua vez, se arrisca num tipo difícil, mostrando não acomodar-se na condição de celebridade. Aliás, seu prestígio foi imprescindível para o cineasta levar o longa adiante como bem quis, a despeito das pressões do estúdio. Digno do culto alcançado desde a estreia, é prova do vigor do cinemão americano, da carpintaria de diretores ainda dispostos ao risco, a instigar a plateia ao invés de menosprezá-la.
Clube da Luta (Fight Club, 1999)
– por Robledo Milani
Até então pouco mais do que um rostinho bonito e promissor, Brad Pitt mostrou pela primeira vez que pretendia ir além do que a estampa lhe oferecia com esse impressionante trabalho, sua segunda parceria com o diretor David Fincher. Ele já tinha uma indicação ao Oscar como coadjuvante e alguns filmes no currículo que lhe exigiram basicamente um porte atlético e longos cabelos loiros, mas havia chegado o momento de mostrar que queria – e podia – exigir mais. Baseado no romance de Chuck Palahniuk, este é um bom exemplo daquelas obras que nascem já com uma aura cult, provocando controvérsias e instigando polêmicas, ao mesmo tempo em que despertava paixões cegas. Tyler Durden, seu personagem, é o retrato de uma geração, aquela voz que procuramos ignorar, mas que segue ali, viva, esperando a hora de se manifestar. Uma verdadeira força da natureza, um tipo irascível, conquistador, selvagem, irresistível. Pobre dos tipos defendidos por Edward Norton, Helena Bonham Carter ou Jared Leto, entre outros, todos irreversivelmente fascinados por ele. Assim como nós, do lado de cá da tela. Este foi o começo de uma relação sem volta com um dos maiores atores vivos de Hollywood.
O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button, 2008)
– por Yuri Correa
David Fincher é um cineasta excepcional que preza por manter suas narrativas sempre o mais ficcionais possíveis – isto é, movimenta sua câmera com grande virtuosismo e deixa de lado quaisquer técnicas que se aproximem de um “realismo”. Por isso, foi o cineasta apropriado para dirigir essa adaptação do conto de F. Scott Fitzgerald, uma vez que, apesar da sobriedade do herói, sua premissa exige que se exercite a suspensão de descrença durante as quase 3 horas de duração. Vencedor de 3 Oscars, é provável que tenha deixado de ganhar um dos que mais merecia: Melhor Ator. Brad Pitt, por ser um rostinho bonito, sofre do mesmo preconceito que Leonardo DiCaprio, o que o levou a assumir papeis menos galãs e a investir em figuras trágicas como Button. Homem com uma perspectiva única do tempo, o herói do longa ganha de Pitt a sensibilidade e o olhar calmo de um ser deslocado. Assim, quando Benjamin levanta as sobrancelhas para admirar algum evento, sabemos que trata-se de algo realmente extraordinário. Seu talento para engrandecer com valores nobres mesmo seus personagens mais melancólicos, equilibra um filme cuja abordagem excessivamente cinematográfica, poderia abstrair demais o espectador do que realmente importa: a humanidade de seu protagonista.
Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards, 2009)
– por Rodrigo de Oliveira
“Quando você está sob meu comando, você contrai uma dívida. Uma dívida a ser paga para mim. Cada um de vocês me deve cem escalpos de nazistas. E eu quero meus escalpos. E todos vocês me trarão cem escalpos de nazistas, tirados de cem nazistas mortos. Ou vão morrer tentando.” Esse tipo de frase de efeito é uma de tantas saídas da cabeça brilhante de Quentin Tarantino. Neste caso, presente neste épico de guerra politicamente incorreto e historicamente impreciso. Dentre tantos astros que o cineasta poderia colocar como protagonista, o escolhido foi Brad Pitt, um ator acostumado a sair de sua zona de conforto e encarar personagens dos mais variados. A escolha foi perfeita. Pitt está ótimo, conscientemente exagerado no papel. Seu queixo e boca imitando um Marlon Brando sem talento acabam sendo engraçados, atrelados a um sotaque sulista que entrega as falas mais memoráveis do roteiro (“We ain’t in the prisoner-takin’ biness, we in the killin’ nazi biness. And cousin, the biness is a-boomin’”). Ainda que Christoph Waltz tenha roubado grande parte das cenas e ganho o Oscar, só um astro como Brad Pitt conseguiria fazer frente ao talentoso intérprete do inescrupuloso Hans Landa. Épico.
O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball, 2011)
– por Robledo Milani
O gênero de cinema esportivo é um dos que tem maior apreço entre o público norte-americano. E, dentre estes, talvez o baseball seja um dos mais visitados. Porém, até mesmo o espectador brasileiro, pouco afeito a este jogo, ficou de queixo caído diante da engenhosa trama deste longa escrito pelos vencedores do Oscar Steven Zaillian (A Lista de Schindler, 1993) e Aaron Sorkin (A Rede Social, 2010). Os dois, aliás, voltaram a concorrer ao prêmio máximo do cinema mundial por esse trabalho que possibilitou um dos momentos de maior estrelato da carreira de Brad Pitt. Atuando também como produtor – ou seja, ele concorreu em duas categorias pela estatueta dourada, como Ator e como Melhor Filme – Pitt aparece controlado e extremamente sutil como um técnico que decide apostar na matemática e na estatística para levar seu time adiante no campeonato. E contra todas as expectativas, tanto ele quanto este próprio drama, que pela sinopse tinha tudo para ser cansativo e voltado apenas aos iniciados na prática, se revelam acima do esperado, em um resultando vibrante e envolvente. Uma composição detalhada, precisa e tão cerebral e explosiva quanto às técnicas desenvolvidas em campo, aqui, no entanto, defendidas pelo imenso talento do protagonista.
+1
Queime Depois de Ler (Burn After Reading, 2008)
– por Renato Cabral
Este não é, nem mesmo de longe, um dos melhores filmes dos irmãos Joel e Ethan Coen. Aliás, é uma obra bem irregular em alguns aspectos, porém é inegável que possui um elenco de dar inveja em qualquer cineasta e produtores. Entre as grandes estrelas que os diretores conseguiram reunir para essa comédia, Brad Pitt talvez seja o que mais se destaca ao representar o fortão Chad Feldheimer, um professor de academia que é melhor amigo de Linda, interpretada por Frances McDormand. Certo dia, um misterioso CD perdido cai nas mãos de ambos e mal sabem eles que é um material confidencial que poderá colocar a vida deles em perigo. Em participação até mesmo curta, e que não vale dar muitos detalhes para não entregar de bandeja uma das melhores e inesperadas cenas da produção, Pitt se entrega ao papel deste desmiolado e simpático personagem que lhe rendeu uma indicação ao BAFTA de ator coadjuvante.
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