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5+1 :: Bradley Cooper

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Bradley Cooper poderia ter se contentado com o título de homem mais sexy do mundo (alcunha que recebeu em 2011 pela revista People). Talvez se contentaria também como o homem do ano, como a revista GQ o chamou. Mas o galã quis alçar voos mais altos. Se no início de sua carreira havia dúvidas sobre o talento dramático do rapaz, que estava mais interessado em fazer comédias (inclusive ganhando um Framboesa de Ouro), com o sucesso começou a selecionar melhor seus papéis. Resultado: já soma mais de 50 prêmios de atuação e quase 200 indicações a prêmios – oito apenas no Oscar. O que o futuro vai reservar para o ator parece ser muito interessante, mas ele parece cada vez mais interessado em aprimorar seus dons dramáticos que se fiar apenas no belo par de olhos azuis. Algo que todo bom ator deveria fazer. Para começar seu aniversário no dia 5 de janeiro, a equipe do Papo de Cinema resolveu retomar cinco de seus melhores trabalhos até o momento – e mais um que, mesmo sem sua pinta de galã, merece destaque. Confira!

 

Se Beber, Não Case (The Hangover, 2009)
– por Rodrigo de Oliveira 
Depois de fazer diversos papéis coadjuvantes em filmes como Sim, Senhor (2008), Penetras Bons de Bico (2005) e ter participado de seriados como Alias e Nip/Tuck, finalmente Bradley Cooper ganhou uma chance de brilhar. Foi em 2009, numa comédia amalucada que poucos apontavam como imperdível. Bastou estrear que Se Beber, Não Case provou ser uma produção diferenciada. O humor anárquico, bastante adulto, chamou logo a atenção. Mas o que mais cativa nesta comédia dirigida por Todd Phillips é a química do trio principal, uma junção perfeita entre o boboca confuso (Zach Galifianakis), o certinho careta (Ed Helms) e o bonitão autoconfiante (Cooper). A principal diferença nestes clichês tão utilizados antigamente é que existe um senso de amizade muito forte. Fosse nos anos 80 e este mesmo trio teria uma dinâmica de grupo completamente diferente. Se Beber, Não Case é a consagração do termo bromance para indicar filmes que trazem uma forte ligação entre homens em sua trama. Divertido e complemente inconsequente, o longa venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical e foi a produção que catapultou o nome de Cooper para o estrelato, abrindo caminho para outros títulos que o alçariam a condição de um dos nomes mais requisitados atualmente em Hollywood.

 

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012)
– por Matheus Bonez
Até hoje a grande discussão sobre o filme de David O. Russell é se Jennifer Lawrence realmente merecia a estatueta de Melhor Atriz. Polêmicas desnecessárias à parte, O Lado Bom da Vida é um divertido e intenso filme sobre a bipolaridade, trazendo em sua trama um tom leve, mas nem por isso menos dramático sobre o assunto. No centro de tudo está nosso homenageado na pele de Pat Solatano, ex-professor que teve a vida alterada após um episódio causado pelo distúrbio que o levou para um hospital psiquiátrico. Ao sair de lá, ele quer reconquistar a esposa e, para tal, conta com a ajuda de Tiffany (Lawrence), alguém tão solitário quanto e a única pessoa a entender como funciona sua mente. Bradley Cooper entrega aqui seu trabalho mais vigoroso, aprofundando a psique amargurada de Pat num desfile de tiques nervosos, estouros sinceros e uma sinceridade quase ingênua. As rápidas mudanças de emoções perpetuadas por qualquer bipolar ganham um traço leve e genuíno graças ao já conhecido timing cômico do ator, o que ajuda ainda mais sua performance ser recheada de nuances sobre uma pessoa só. Uma grande atuação merecidamente lembrada como uma das melhores daquele ano, inclusive sendo indicada ao Oscar. O melhor de tudo: as portas para Cooper, astro em ascensão, se abriram ainda mais para bons e densos trabalhos.

 

Trapaça (American Hustle, 2013)
– por Robledo Milani
Logo após conquistar sua primeira indicação ao Oscar sob o comando de David O. Russell e ao lado de Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida (2012), Bradley Copper decidiu investir na velha máxima de que “time que está ganhando não se mexe”. Assim, ele se reuniu ao diretor e à atriz neste thriller que pode pecar um pouco pelas formulações esquemáticas do enredo, mas ganha – muitos – pontos pelas atuações excepcionais do elenco principal. Ao lado do dois marcam presença ainda Christian Bale e Amy Adams, além de Jeremy Renner e uma participação mais do que especial de Robert De Niro. Cooper, na verdade, é um dos pilares da trama, e ainda que tenha concorrido ao Oscar como Coadjuvante – um prêmio que, caso tivesse ganho, teria sido bastante justo – sua participação é essencial ao bom desenvolvimento da história. Da inexperiência enquanto policial aos cabelos enrolados artificialmente, passando pelo flerte com a femme fatale encarnada com gosto por Adams, o astro mostrou como em poucas vezes um talento superlativo e disposto a voos ainda mais altos. E a nossa expectativa por estes novos e futuros trabalhos é cada vez maior!

 

Sniper Americano (American Sniper, 2014)
– por Robledo Milani
Bradley Cooper alcançou não apenas uma terceira, mas também quarta indicação consecutiva ao Oscar pelo papel de Chris Kyle, nesse drama de guerra que marcou sua primeira colaboração com o veterano Clint Eastwood (os dois voltariam a aparecer juntos, dessa vez lado a lado, em A Mula, 2018). Afinal, Cooper concorreu não apenas a Melhor Ator, mas também a Melhor Filme (este foi seu primeiro trabalho como produtor, após quatro longas como produtor executivo). Baseado numa história real, ele aparece como um franco-atirador que, mesmo após ter voltado para casa, descobre que não consegue deixar a guerra para trás – nem longe da sua cabeça. Entre passagens em flashback e sequências tensas revelando sua dificuldade em se adaptar a uma realidade mais caseira, o astro mergulha fundo em uma personalidade complexa e polêmica, em uma narrativa que foi usada tanto pelos defensores dos conflitos armados (aqueles que se contentaram com o que viram na superfície) como, principalmente, pelo grupo oposto, que encontrou aqui um forte libelo contra esse tipo de confronto (os dispostos a se aprofundarem nas simbologias empregadas). Premiado como Melhor Ator de Ação no Critics Choice e como melhor atuação do ano no MTV Movie Awards, ele ainda conseguiu fazer desse um dos seus maiores sucessos de bilheteria, tendo arrecadado mais de US$ 540 milhões ao redor do mundo!

 

Nasce uma Estrela (A Star is Born, 2018)
– por Robledo Milani
Após muito ensaio – a estreia quase foi com Sniper Americano, mas Cooper desistiu em cima da hora, pois não se considerou “pronto” para o desafio – o astro finalmente debutou como diretor no remake de um dos maiores clássicos de Hollywood. Nasce uma Estrela é a versão 2018 de um sucesso já filmado outras quatro vezes – a primeira foi em 1932, para se ter ideia! Mas ele não acertou apenas ao escolher a protagonista – uma aposta certeira na diva pop Lady Gaga, que foi indicada ao Oscar, ao Bafta, ao Globo de Ouro e ao SAG Award, tendo sido premiada no Critics Choice! Bradley Cooper também manda bem como Jack, o astro cansado e alcóolatra que abre caminho para o estrelato da novata que conquista as paradas – e também seu coração. Ele concorreu a todos os mesmos prêmios que ela, e ainda mais: como realizador, foi finalista do prestigioso Directors Guild of America Awards, a premiação do Sindicato dos Diretores da América! E mais: ao todo, foram três indicações ao Oscar para ele de uma só vez: Ator, Filme e Roteiro Adaptado! Sem esquecer do Bafta e do Grammy conquistado com a Canção Original “Shallow”, vencedora também da estatueta dourada da Academia e responsável por uma das mais marcantes performances musicais em mais de 90 anos da festa, com Cooper e Gaga cantando juntos ao piano. É pra se apaixonar!

 

+1

 

Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, 2014)
– por Thomás Boeira
Aposta surpreendente, mas que não poderia ter sido mais certeira da Marvel, os Guardiões da Galáxia ganharam um grande número de admiradores nos últimos meses, o que não é nada mal para um grupo de heróis cujas aventuras nos quadrinhos poucos conheciam. Sendo indivíduos completamente diferentes, mas que se veem tendo que se unir para combater algo maior, a equipe liderada por Peter Quill (Chris Pratt), também conhecido como Senhor das Estrelas, segue uma fórmula até comum. Mas isso não chega a incomodar diante do carisma de todos os personagens e das aventuras divertidas e empolgantes nas quais eles se metem. Nisto, vale dizer que Rocket Raccoon é um dos que mais se destaca no grupo. Concebido brilhantemente pela equipe de efeitos visuais, o guaxinim falante se revela uma figura divertida em seu jeito sarcástico e escrachado, detalhes que a excepcional dublagem de Bradley Cooper ressalta brilhantemente, tendo ainda a vantagem de ganhar algumas das falas mais engraçadas do filme. Guardiões da Galáxia é uma produção que consegue deixar um sorriso no rosto do público, até por que este fica sabendo imediatamente que “Os Guardiões da Galáxia voltarão”. E seguem voltando, sempre com Cooper na pele do guaxinim.

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