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Ele pode ser o atual James Bond, o agente secreto mais conhecido do mundo. Mas Daniel Craig já mostrou não apenas nos filmes do 007 como em outras oportunidades que é um ator de talento para diversos papéis. Já foi um judeu que une-se à resistência russa na II Guerra Mundial em Um Ato de Liberdade (2008), pai de família em filme de terror, como A Casa dos Sonhos (2011) e até Perry Smith, a “paixão” de Truman Capote em Confidencial (2006). Porém, antes disso, já estrelava filmes britânicos como Recomeçar (2003) e Algumas Vozes (2000).

O inglês já foi indicado a um BAFTA, a três estatuetas  do British Independent Awards, concorreu a 15 outros prêmios e venceu onze. Nada mal para quem “começou” em Hollywood há não muito tempo. Nascido em dois de março de 1968, Craig completa 46 anos em 2013. Para celebrar, a equipe do Papo de Cinema resolveu eleger seus cinco melhores filmes – e aquele que merece ser relembrado.

 

51 daniel craig papo de cinema 03Estrada Para Perdição (Road to Perdition, 2002)
Por Rodrigo de Oliveira
Daniel Craig virou um astro mundialmente conhecido por encarnar o agente 007 em três produções. O papel só se apresentaria a ele através dos trabalhos anteriores que havia feito, que mostravam o potencial do seu talento. Um dos primeiros filmes que capturaram a atenção da audiência para sua performance foi Estrada para Perdição, longa no qual interpretava o rival de Tom Hanks e filho do inigualável Paul Newman. Em um elenco que ainda contava com um inspirado Jude Law, Craig interpretava um sujeito asqueroso e extremamente ciumento. Um homem que observava seu pai dar mais atenção ao homem que é seu braço direito do que ao seu filho legítimo. Craig interpreta Connor Rooney, um sujeito que desgraça a vida de Michael Sullivan (Hanks) eliminando boa parte de sua família. O filme marcou o primeiro papel sombrio de Tom Hanks, o último trabalho de Newman no cinema e o início da parceria entre Craig e o diretor Sam Mendes, que voltariam a colaborar em 007: Operação Skyfall (2012). Estrada para Perdição foi o ticket de entrada para Craig conseguir personagens maiores em Hollywood, como Nem Tudo é o que Parece (2004), Munique (2005) e, finalmente, 007: Cassino Royale (2006).

 

51 daniel craig papo de cinema 04Nem Tudo é o que Parece (Layer Cake, 2004)
Por Matheus Bonez
Não estranhe se, já nos primeiros 15 minutos do filme, você achar que está assistindo a um longa dirigido por Guy Ritchie. Antes de ser um dos cabeças dos personagens da Marvel sob responsabilidade da Fox Films, Matthew Vaughn produziu Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998) e Snatch: Porcos e Diamantes (2000). Por isso, Nem Tudo é o que Parece, seu primeiro longa, remete tanto aos do amigo. E nessa miscelânea de personagens que se cruzam na tela no mundo do tráfico, Daniel Craig brilha como o fornecedor de cocaína sem nome que está prestes a se aposentar, mas não sem antes fazer dois trabalhos para o chefão local. Sua elegância nos esquemas (aos quais ele tem orgulho de participar sem nunca ter precisar utilizar uma arma) aliada ao típico humor britânico já dão a prévia e os motivos para o ator ter sido escolhido dois anos depois para interpretar, como poucos, o agente 007. Não falta fôlego para a ação e tudo em seu personagem remete a um Bond sem glamour. Algo que ele conquistaria pouco tempo depois com terno, gravata e uma dose de Martini batido, mas não mexido.

 

51 daniel craig papo de cinema 05007: Cassino Royale (Casino Royale, 2006)
Por Renato Cabral
Dar continuidade a um personagem adorado – e já muito bem retratado nas telas por nomes como Sean Connery e Pierce Brosnan – é uma grande responsabilidade. Porém, antes fosse essa a única modificação em 007: Cassino Royale, que reinicia a saga do agente secreto britânico. Mais que um novo ator, o longa dirigido por Martin Campbell também traz uma nova estética para os filmes James Bond. Logo, Daniel Craig estava na mira de todos para o que fosse dar errado. Felizmente, a produção é, sem dúvida, logo atrás de 007: Operação Skyfall (2012), uma das melhores dessa nova empreitada e até mesmo da grande filmografia que aborda o agente secreto inglês. Aqui, conhecemos a origem de 007 e, mais que isso, suas fraquezas e perdas, que acabam levando ao que conhecemos como o clichê do agente, um tipo de escudo. Craig constrói seu personagem com muito realismo e acessibilidade aos espectadores, em um filme que, finalmente, deixa de lado os exageros e tom fantasioso para dar abertura a uma saga que se leva a sério, assim como seu protagonista. O trabalho de Craig em 007: Cassino Royale foi complementado com maestria nos dois trabalhos seguintes que compõem sua trilogia.

 

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Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo, 2011)
Por Yuri Correa
Esqueçam a versão sueca que, além de Noomi Rapace, não apresentava nenhum ponto elogiável. Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, de David Fincher, é a adaptação definitiva da obra de Stieg Larsson. Impecável em todos os seus aspectos, da fotografia a mixagem de som, cada departamento parece merecer um parágrafo à parte, porém, é sobre suas figuras centrais que o longa se sustenta. Dividindo uma química invejável com Rooney Mara (outra que merecia um texto só para si), Daniel Craig vive aqui o jornalista Mikael Blomkvist, um investigador determinado que é posto para descobrir o que aconteceu à sobrinha de um milionário há mais de quarenta anos. O Mikael de Craig exibe uma postura pomposa e um discurso certeiro sempre que o controle da situação depende deste último, denunciando a segurança que tem de sua habilidade com as palavras; em contrapartida, quando a imposição física se faz necessária ou mesmo a integridade da mesma lhe é ameaçada, o ator não hesita em compor o jornalista como um cão amedrontado, com os ombros encolhidos, as costas encurvadas e o olhar baixo. É um dos personagens mais complexos e bem trabalhados do ator, em um filme não menos admirável.

 

51 daniel craig papo de cinema 07007: Operação Skyfall (Skyfall, 2012)
Por Dimas Tadeu
Sam Mendes teve a excelente ideia de humanizar James Bond por meio da exposição de seus defeitos e fraquezas em Skyfall. Porém, a execução desta proposta deve, e muito, a Daniel Craig, que a trouxe a vida e tornou crível. Afinal, transformar uma das maiores figuras heroicas do cinema em alguém “normal” e que também erra, por si só, é um desafio. Mas fazer isso de forma a manter a empatia, atratividade e carisma do personagem, é pra tirar o chapéu. Missão cumprida com êxito pelo primeiro James Bond loiro da história e provavelmente o mais sarado também. De quebra, a parceria entre o ator e o diretor resultou num dos melhores filmes da franquia, sucesso de público e crítica e ponto alto na carreira de Craig.

 

+1

 

51 daniel craig papo de cinema 08As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin, 2012)
Por Thomás Boeira
Levar para o cinema o universo do famoso personagem criado pelo belga Hergé era um projeto que Steven Spielberg tinha em mente desde a década de 1980. Em 2011, o diretor (com a ajuda de seu amigo Peter Jackson) finalmente lançou As Aventuras de Tintim, que veio a ser sua primeira animação, apostando na tecnologia do motion capture para dar vida à história. O resultado foi uma produção tecnicamente impecável, empolgante e divertidíssima, na qual Daniel Craig emprestou sua voz e movimentos ao papel de Ivan Sakharine, cujo plano para encontrar o tesouro do pirata Red Rackham encontra uma série de obstáculos na pele de Tintim, seu cão Snowy e o Capitão Raddock. Trazendo um belo ar de ameaça a um personagem inteligente e inescrupuloso por natureza, Craig faz de Sakharine um ótimo vilão para o filme, sendo ele um adversário a altura de Tintim, com ambos protagonizando uma caça ao tesouro de tirar o fôlego.

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