Ela apareceu para o mundo como a jovem Gertie em E.T.: O Extraterrestre, conquistou uma indicação ao Globo de Ouro em 1984 por Diferenças Irreconciliáveis e tomou para si uma fama de bad girl na adolescência que só foi destituída com papéis de destaque em comédias românticas na vida adulta. Estamos falando da bela e talentosa Drew Barrymore, atriz que nasceu no dia 22 de fevereiro de 1975, e que tem construído uma carreira não apenas frente às câmeras, mas atrás delas também. Primeiro virou produtora de seus filmes, acertando a mão com sucessos como As Panteras (2000) e Amor em Jogo (2005). Depois, passou para a direção, com sua estreia em 2009 no filme Garota Fantástica. Em 2010, venceu seu primeiro prêmio de peso, o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Telefilme pelo longa Grey Gardens (2009). Aqui, no nosso 5+1, vamos destacar a carreira de intérprete de Barrymore, lembrando de cinco produções memoráveis e mais uma, que merece seu espaço em qualquer lista estrelada por este grande talento.
Uma das produções mais cultuadas da história recente do cinema, o longa-metragem dirigido por Steven Spielberg é uma ode à amizade e um abraço terno ao desconhecido. Na trama, o pequeno Elliott (Henry Thomas) acaba conhecendo o E.T. do título, ser de outro planeta que é deixado na Terra por engano. Depois de uma fase desconfiança, Elliott e o alienígena começam a construir uma bela amizade, que culminará em um plano de retorno do seu amigo para o planeta natal. Além de ser uma história adorável, E.T.: O Extraterrestre foi o filme que nos apresentou o talento de uma muito jovem Drew Barrymore. Com apenas 6 anos, ela vivia a irmã de Elliott, a curiosa e adorável Gertie. A atriz, neta do lendário ator John Barrymore, teve portas abertas em Hollywood após sua interpretação, ganhando papéis de destaque em outros longas como Chamas da Vingança (1984) e Diferenças Irreconciliáveis (1984), pelo qual foi indicada ao Globo de Ouro. Ela passou depois por um período problemático até dar a volta por cima, já na vida adulta. De qualquer forma, sempre lembraremos do grito agudo de Barrymore ao ver o E.T. pela primeira vez, em uma interpretação de gente grande. – por Rodrigo de Oliveira
Nesta simpática comédia romântica dirigida por Raja Gosnell, Drew Barrymore interpreta Josie, redatora de um importante jornal de Chicago. Almejando virar repórter, ela aceita disfarçar-se de colegial, voltando a frequentar o segundo grau para ver se encontra algo que valha a pena ser publicado. Josie nunca viveu um romance e, aos 25 anos de idade, se depara com a possibilidade de reviver a adolescência na qual não foi feliz no amor. Barrymore interpreta essa jovem adulta com o carisma que fez dela uma das queridinhas de Hollywood em determinada época. Sua personagem carente revive em meio ao trabalho um passado de impopularidade que começa a lhe oprimir, bem como o prazo que está se esgotando para que ela apresente aos chefes uma matéria relevante. Claro que tudo caminha para o final feliz, no qual a protagonista é finalmente alvo da simpatia de todos, inclusive da nossa. Não fosse a interpretação de Barrymore, e as coisas poderiam descambar para o “água com açúcar”, puro e simples. Contudo, a personalidade da atriz, que consegue transmitir a mudança gradativa da imaturidade à maturidade, transição responsável por fazê-la descobrir coisas importantes, garante nossa adesão e torcida. Méritos de um bom trabalho. – por Marcelo Müller
Drew Barrymore e Adam Sandler dividiram a tela três vezes. No simpático Afinado no Amor (1998), no bonito Como se Fosse a Primeira Vez e no esquecível Juntos e Misturados (2014). O que ganha destaque aqui é a segunda parceria da dupla, filme que você provavelmente deve ter visto em alguma reprise da TV aberta ou fechada. Na trama, Sandler vive o boa vida Henry Roth, um homem que sempre fugiu do compromisso. Um dia, ele conhece a bela Lucy (Barrymore) em um restaurante. Os dois começam a conversar e ele acaba se encantando por ela. No dia seguinte, Henry puxa conversa com a moça novamente, mas é surpreendido por ela não se lembrar dele. Acontece que Lucy não consegue gravar novas memórias, sempre esquecendo o último dia que viveu. Henry decide conquista-la, mesmo que para isso tenha de bolar planos mirabolantes para tentar não ser apagado no dia seguinte. O que funciona muito bem neste filme é a química entre o casal principal. Sandler não é conhecido por ter uma gama de emoções muito grande, mas é ajudado pela solar interpretação de Barrymore, que está verdadeiramente apaixonante como Lucy. Gravado nas belas paisagens do Hawaii, o longa é um programa descontraído e propício para uma tarde preguiçosa. – por Rodrigo de Oliveira
Esta produção ganha o espectador já nos créditos de abertura, durante a exibição do videoclipe da ótima canção Pop Goes My Heart, da banda fictícia PoP. Ali, de imediato, entramos no clima oitentista que permeia toda a trama. Hugh Grant é um artista que vive do passado. Ele recebe uma nova chance ao ser chamado por uma ídolo adolescente, Cora (a novata Haley Bennett), que quer dele um hit para cantarem juntos. O problema é que ele até sabe compor, porém é péssimo letrista. A ajuda virá do lugar mais inesperado: a tresloucada moça que cuida das plantas dele, uma alegrinha Drew Barrymore, que imediatamente após cantarolar alguns versos inspirados é chamada para formar uma dupla. Apesar da diferença de idade, Grant e Barrymore formam um casal adorável na tela. A química é quase visível e o bom entrosamento deles acrescenta muito ao resultado final. Claro que colabora o fato de ambos não serem estranhos no gênero, e estarem quase reprisando antigos papéis. Grant, mais no automático, lembra muito o milionário aborrecido de Um Grande Garoto (2002), assim como Barrymore aparece tão entusiasmada e ‘old fashion‘ quanto no divertido Afinado no Amor (1998). E com ambos muito à vontade em cena, a descontração não poderia ser maior. – por Robledo Milani
Amizades intensas já foram mote de filmes centenas de vezes em Hollywood, na maioria delas com produtores que fazem de tudo para levar o público às lágrimas de cinco em cinco minutos. A texana Catherine Hardwicke optou por focar sua câmera nos detalhes ternos do que nos momentos dramáticos, colocando Drew Barrymore e Toni Collette em pé de igualdade na interpretação e sem deixar brotar nem um pingo de pieguice. Drew está serena como Jess, o ponto de equilíbrio da dupla, que oferece o ombro e interrompe tudo, até os próprios sonhos, para se fazer presente durante as novas descobertas da amiga, sejam elas o primeiro beijo ou a primeira sessão de quimioterapia. Sim, uma doença faz parte da trama, mas não torna-se o centro do roteiro. Tanto que Jess é a protagonista e isso é percebido já na primeira cena, quando sua voz em off dá início ao pequeno conto que esclarece o porquê da presença de sua amiga ser tão importante na hora do seu parto. Mesmo nas cenas em que Collette seria o centro das atenções, o olhar de Drew também é mostrado, como se ele fizesse parte daquele momento tanto quanto as cicatrizes em seu corpo. – por Bianca Zasso
+1
Os primeiros acordes de Knocked Up, do Kings of Leon, soam enquanto um grupo de meninas se prepara num concurso de beleza. A escolha da música não poderia ser mais indevida, não estivesse ali representando o espírito rebelde de Bliss Cavendar (Ellen Page), que logo troca as passarelas pelos rollers com o pseudônimo Babe Ruthless na muito divertida estreia de Drew Barrymore como diretora. Adaptado de um livro escrito por Shauna Cross, o filme transborda a figura da atriz/produtora/cineasta em muitos níveis, começando pela representação feminina distante de estereótipos que ela evitou interpretar ao longo de sua carreira. Barrymore mergulha na cena independente do esporte roller-derby para narrar uma aventura feminista e empoderada protagonizada por um elenco que, além da ótima Page, conta com outras garotas fantásticas como Juliette Lewis, Kristen Wiig e ela própria como a intensa Smashley Simpson. Uma celebração à sororidade, o filme até flerta com uma subtrama romântica, mas o foco logo se direciona para a relação de Bliss com sua mãe (Marcia Gay Harden, excelente), que se exaspera ao ver a filha trocar as competições de beleza por um esporte violento, mas que, na verdade, sofre por ter que entregar a garota para o mundo. – por Conrado Heoli