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5+1 :: Emily Blunt

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Emily Blunt é pau para toda obra. Comédia, drama, ação, suspense. Em 13 anos de carreira, já fez de quase tudo. Muitos afirmam que só falta a ela ser indicada ao Oscar. Algo que não deve estar muito longe de acontecer, já que a atriz sabe escolher bem seus projetos, oscilando com eficiência entre blockbusters e filmes independentes. Já foi indicada a cinco Globos de Ouro (tendo ganho uma estatueta), a dois Bafta e ainda foi lembrada em outras 28 indicações e 14 prêmios.

Sempre reconhecida como uma das mulheres mais sexy do mundo a cada ano, Blunt é presença fácil no imaginário da beleza mundial. A britânica vem deixando sua marca a cada longa que estrela, confirmando seu talento com aplausos da crítica e do público. No dia 23 de janeiro, a atriz completa mais um aniversário. E, é claro, a equipe do Papo de Cinema resolveu homenageá-la com seus cinco melhores trabalhos – e mais um que merece destaque. Confira!

 

Meu Amor de Verão (My Summer of Love, 2004)
Por Robledo Milani
Muito antes de enfrentar o diabo que veste Prada, de participar do Clube de Leitura de Jane Austen, de dar vida a uma jovem Rainha Vitória, de se apaixonar pelo Lobisomem, de viajar com Gulliver e se divertir com os Muppets, Emily Blunt foi uma adolescente como tantas outras descobrindo o amor pela primeira vez durante umas férias de verão. A diferença, no entanto, é que foi com outra garota que ela viveu essa experiência inesquecível. Tamsin, sua personagem, é forte, decidida e mimada, e surge na vida da ingênua Mona (Natalie Press) para virar seu mundo de cabeça para baixo. O longa dirigido pelo polonês Pawel Pawlikowski (o mesmo do oscarizado Ida, 2014) é um conto de fascinação, paixões reveladoras e mentiras secretas, que podem ter a resistência de uma estação, mas ecoam por toda uma existência – ao menos no momento em que são proferidas. Este foi o trabalho que colocou Emily Blunt no mapa, revelando uma atriz segura de si, dona de muita personalidade e disposta a correr os riscos necessários para obter uma interpretação acima da média. Como recompensa, foi indicada ao British Independent Film Award e ao prêmio dos Críticos de Londres como Revelação Feminina do ano, uma avaliação que sua filmografia futura fez questão de confirmar.

 

O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, 2006)
Por Marcelo Müller
Emily Blunt foi indicada ao Globo de Ouro e ao Bafta de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em O Diabo Veste Prada (2006), na pele de Emily, arrogante primeira assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), editora-chefe da revista de moda mais prestigiada do mundo. Não se engane, pois por trás do rosto bonito de Emily (a personagem) se esconde uma mulher que faz tudo para garantir seu espaço, inclusive boicotar a novata interpretada por Anne Hathaway. Blunt não é a protagonista do filme, tampouco a coadjuvante principal. Por isso, é ainda mais louvável seu desempenho, que diversas vezes rouba a cena de Hathaway ou mesmo da oscarizada Streep. Sua personagem vai ganhando complexidade, na medida do possível, de acordo com o registro um tanto estereotipado que o filme adota com propriedade. Méritos, principalmente, da maneira como a atriz vai suavizando a abordagem mais puxada para a vilania do início, pouco a pouco injetando em sua Emily doses de humanidade, até mesmo de fragilidade, atributos que até então não conseguíamos ver. Emily Blunt é, sem dúvida, boa parte responsável por adicionar um molho inesperado no que parecia fadado à mesmice.

 

A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, 2009)
Por Conrado Heoli
Emily Blunt representa muito bem a beleza clássica que os britânicos se condicionaram a apontar como english rose – cabelos castanhos, pele pálida, olhos claros e bochechas rosadas são características marcantes da atriz. A partir de tais atributos e de seu inegável talento, foi escalada para protagonizar A Jovem Rainha Vitória, drama de época que remonta com estética apurada os primeiros anos da era vitoriana, que viria a definir um longo período britânico reconhecido pela prosperidade e crescimento de sua população, assim como de grande valor para a ascensão das artes. Com direção assertiva de Jean-Marc Vallée e muito beneficiado pela grande equipe que o cerca, o filme apresenta direção de fotografia e arte impecáveis, assim como um incrível trabalho de figurino de Sandy Powell, laureado com o Oscar. Blunt apresenta uma de suas melhores performances e desenvolve uma persona vulnerável e invariavelmente empática, apoiada na imagem de uma jovem confusa por aqueles ao seu redor e suas complexas responsabilidades – que resultariam em mudanças definitivas não apenas para si, mas para todo seu reinado. Com uma trama interessante que serve bem o gênero, A Jovem Rainha Vitória remonta em rico contexto histórico uma trama de amor atemporal e memorável.

 

Amor Impossível (Salmon Fishing in the Yemen, 2011)
Por Matheus Bonez
O filme de Lasse Hallström surpreendeu a todos quando foi indicado a três Globos de Ouro (Melhor Comédia ou Musical, Ator e Atriz). Não que o longa seja ruim, muito pelo contrário, mas é daqueles que podem até passar batido pela sua temática, que não é inovadora nem de longe. Na trama, um funcionário do Ministério da Agricultura britânico (Ewan McGregor) é chamado pela assessora (Emily Blunt) de um sheik do Oriente Médio para tornar possível a pesca de salmão no Iêmen. E este é o mais próximo do impossível que o título brasileiro chega perto. Na verdade, o amor entre os protagonistas sofre pela dificuldade de ambos estarem em relacionamentos fracassados e se encontrarem no meio deste conflito político. Blunt, que já demonstrou várias vezes suas aptidões para o drama e a comédia, aqui oscila entre os dois gêneros com uma naturalidade que o próprio roteiro parece não alcançar, deixando o trabalho todo nos ombros de sua protagonista. Sua química com McGregor beira à perfeição, o que faz o casal conduzir o filme, com grande destaque para ela. Emily é uma atriz que consegue ir além das obviedades de uma personagem que poderia cair no caricato, mas graças ao seu talento, se torna humana.

 

Caminhos da Floresta (Into the Woods, 2014)
Por Rodrigo de Oliveira
Meryl Streep foi indicada ao Oscar por sua interpretação de bruxa malvada em Caminhos da Floresta e, claro, tem sido o centro das atenções no musical dirigido por Rob Marshall. Mas, uma outra intérprete – também indicada, mas ao Globo de Ouro – se não rouba a cena da veterana atriz, chega muito perto: Emily Blunt. Interpretando a mulher do padeiro, a personagem tem um arco interessante no longa-metragem. Sonhando ser mãe, mas incapacitada por uma maldição antiga, ela precisa ir atrás, junto do seu marido, de artefatos pedidos pela bruxa, como um capuz vermelho, uma mecha de cabelo, uma vaca branca e um sapato dourado. Mas nesta trajetória, entrando na floresta, ela acaba esquecendo um pouco do seu objetivo inicial e até se encantando com um príncipe encantado. Além de convencer numa trama fantástica, Blunt tem se mostrado uma atriz completa, tendo boas performances em drama e, principalmente, em comédias. No caso de Caminhos da Floresta, para melhorar o pacote, ela solta a voz em boas canções escritas por Stephen Sondheim.

 

+1

Looper: Assassinos do Futuro (Looper, 2012)
Por Yuri Correa
Looper é um filme menor, que passou despercebido ao grande público, infelizmente. É dirigido por Rian Johnson, nome pouco conhecido que tem entregue ótimos trabalhos, que incluem até mesmo fantásticos episódios de Breaking Bad e o vindouro Star Wars VIII (previsto para 2017). O cineasta apresenta uma ficção científica futurista sobre viagens no tempo que funciona de forma eficiente, desenvolvendo um conceito próprio em uma trama intrincada. Que Emily Blunt seja uma coadjuvante de um protagonista de ação, não surpreende, afinal esteve nessa mesma posição em outras duas produções do gênero: Agentes do Destino (2011) e No Limite do Amanhã (2014). O que realmente surpreende é que Blunt consiga sempre desenvolver personagens fortes e relevantes, além de distintos, indiferente a sua participação secundária. Aqui, como Sara, uma mãe viúva de um menininho estranho, ela se mostra amedrontada, sim, mas jamais covarde. Determinada a proteger o garoto, ao lado de Joseph Gordon-Levitt, do personagem vivido por Bruce Willis, a moça revela ser tão durona quanto afável e dedicada ao filho. Um personagem menor em um filme menor, mas não menos importantes e admiráveis – ambos, atriz e produção.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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