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5+1 :: George Clooney

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George Clooney não é apenas um dos atores e diretores mais prestigiados da indústria cinematográfica. Hoje em dia o galã é praticamente uma instituição. Querido por quase 100% do mundo por seu trabalho à frente e atrás das câmeras e por suas posições políticas e sociais fora do convencional, o astro coleciona prêmios e elogios por onde passa. Por suas atuações já foi indicado quatro vezes ao Oscar (levando a melhor como Ator Coadjuvante por Syriana, 2005), além de ter sido lembrado já em Direção (Boa Noite e Boa Sorte, 2005) e Roteiro Adaptado (Tudo Pelo Poder, 2011) e ter ganho, ao lado de colegas, o prêmio de Melhor Filme por Argo (2011), em que foi um dos produtores.

Constantemente o galã estampa publicações como um dos homens mais sexies do mundo, sendo desejado não apenas por mulheres como colegas do mesmo gênero. Porém, o ator já se livrou há tempos do estigma de ser o “rostinho bonito” do seriado Plantão Médico (ou ER), em que participou de 109 episódios. Deste então sua carreira decolou na tela grande e é difícil não ver Clooney em algum projeto, ao menos, uma vez por ano. Para comemorar o aniversário do bonitão no seis de maio, a equipe do Papo de Cinema elencou seus cinco melhores trabalhos no cinema – e aquele que merece ser lembrado, é claro. Confira!

 

Boa Noite e Boa Sorte (Good Night and Good Luck, 2005)
Por Marcelo Müller

A isenção no jornalismo é uma utopia, assim como a objetividade na crítica de cinema, ainda que para ambas as atividades seja quase necessário parecer que são, respectivamente, isenta e objetiva. Boa Noite e Boa Sorte, baseado em fatos e figuras públicas, é protagonizado por um âncora de TV que assume posição não isenta, contrária à caça voraz e arbitrária do senador Joseph McCarthy ao comunismo nos EUA, em meados dos anos 1950. Os contra-ataques do político por meio de direitos de resposta geram choque midiático que põe em rede nacional um debate de grande importância social. Neste filme, George Clooney tem um papel pequeno em frente às câmeras, mero coadjuvante do desempenho excepcional de David Strathairn como protagonista. A importância real de Clooney em Boa Noite e Boa Sorte é como diretor, aliás, no que é seu melhor trabalho como diretor. Ele consegue fazer um drama adulto, de cunho histórico, sobre temas relevantes e, ainda que desenrolado no passado, bastante atual. Clooney, assim, não parece confortável no firmamento hollywoodiano no qual tem lugar certo, pois se arrisca à frente de um projeto claramente anticomercial como esse, de importância quase inconteste.

 

Syriana: A Indústria do Petróleo (Syriana, 2005)
Por Rodrigo de Oliveira

Em Syriana: A Indústria do Petróleo, George Clooney passou por uma grande transformação para encarnar seu personagem, fato que não passou batido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que lhe concedeu o Oscar como Ator Coadjuvante por sua performance – em uma óbvia estratégia do estúdio, visto que Clooney estampa o cartaz do filme e é um dos principais do elenco. Dirigido por Stephen Gaghan, roteirista de Traffic (2000), Syriana possui, assim como aquele longa-metragem dirigido por Steven Soderbergh, diversas histórias concomitantes. Clooney estrela uma destas tramas, como o agente veterano Bob Barnes. Após um erro durante uma missão, a sua competência – que já não era bem vista pelos seus superiores – fica sob suspeita. Apesar disso, Barnes recebe uma nova chance e uma possível promoção. O problema é que o agente começa a perceber que a missão não era bem o que ele esperava. Ainda que a barba farta e sua forma física avantajada tenham chamado atenção, Clooney não fez apenas isso com o personagem. Em uma de suas atuações mais sóbrias, o ator tenta esconder sua aura de galã vivendo um agente da CIA que coloca os pés pelas mãos mais vezes do que gostaria.

 

Conduta de Risco (Michael Clayton, 2007)
Por Thomás Boeira

George Clooney é conhecido pelo charme e carisma que traz para vários de seus personagens. Mas nem sempre essas características se encaixam nos papeis, e seu Michael Clayton de Conduta de Risco é um exemplo disso. Este não só é um dos trabalhos mais sérios da carreira do ator, mas também um de seus melhores. Michael trabalha em uma firma de advocacia, e constantemente é convocado para resolver os problemas de seus colegas, algo que é obrigado a fazer graças a suas dívidas. Assim, ele é chamado para consertar o fato de um dos principais advogados da firma, Arthur Edens (Tom Wilkinson), ter tido um colapso, decidindo expor toda a corrupção de seu cliente, a empresa U-North. Conduta de Risco mostra ser um thriller mais do que eficiente, além de um ótimo estudo de personagem. No centro disso, Clooney retrata brilhantemente a exaustão de Michael e certos arrependimentos com relação às decisões que ele tomou ao longo de sua vida. O ator ainda tem duelos de atuação maravilhosos com Tom Wilkinson e Tilda Swinton, sendo que tais cenas representam alguns dos melhores momentos do filme.

 

Amor Sem Escalas (Up in the Air, 2009)
Por Yuri Correa

Neste longa dirigido por Jason Reitman, Clooney vive Ryan, um homem cuja profissão – realizar demissões em grandes empresas – o tornou distante, pessimista e antissocial. De repente, tendo de lidar com a jovem Natalie (Anna Kendrick), o protagonista começa a perceber as falhas em seu constante discurso contra relações sociais e familiares, já que sua adoção da garota como aprendiz acaba se tornando paternal também. Em meio a isso, conhece outra viajante, Alex (Vera Farmiga), com quem passa a ter uma espécie de amizade colorida. Assim, a cena que traz os personagens de Clooney e Farmiga aconselhando amorosamente a de Kendrick resume com perfeição o cerne de Amor sem Escalas, enquadrando aqueles seres que, ao se distanciarem de suas famílias, acabam formando uma eles mesmos, ainda que momentaneamente. O ator encarna Ryan sem problemas, com seus modos treinados e artificiais de lidar com as pessoas. Entonações e sorrisos ensaiados são elementos que aos poucos passam a ser quebrados por Clooney em sua cuidadosa composição da transição sofrida pelo protagonista. Deste modo, merecidamente indicado mais uma vez ao Oscar de Melhor Ator, assim como Kendrick e Farmiga ao de atriz coadjuvante.

 

Os Descendentes (The Descendants, 2011)
Por Dimas Tadeu

O processo de desconstrução da própria imagem para dar lugar a um personagem é constante na vida do ator e um dos pontos mais difíceis do seu trabalho. No entanto, ele se torna ainda mais complexo se o ator em questão e um galã como George Clooney. Sua “marca” é tão forte, que as pessoas escolhem assistir a um filme por ser um “do George Clooney“, e não do diretor X ou do gênero Y. Isso, de saída, já explica o auê em torno da performance do astro em Os Descendentes, longa de Alexander Payne que inclusive rendeu ao galã uma indicação ao prêmio da Academia. Vestindo camisas havaianas e assumindo o papel de um pai de família tão falível quanto desorientado, a imagem do bonitão todo poderoso vai se esmigalhando até cair no ridículo que o roteiro pede. É bem verdade que uma parte do público (e da crítica) achou que o ator estava tentando fazer comédia sem conseguir. No entanto, a intenção, devidamente recompensada com a indicação, era essa mesmo: ser atrapalhado, “sem graça” no sentido de desgraçado. Pela primeira vez na sua carreira, Clooney interpretou alguém que tropeça no próprio insucesso, uma imagem oposta à dele.

 

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E aí, Meu Irmão, Cadê Você? (O Brother, Where Art Thou?, 2000)
Por Matheus Bonez

George Clooney já aspirava provar ser um bom ator há um bom tempo. Foi par romântico de Michelle Pfeiffer em Um Dia Especial (1996), atuou ao lado de Jennifer Lopez com direção de Steven Soderbergh em Irresistível Paixão (1998) e teve uma boa participação em Três Reis (1999). Mas o reconhecimento chegou de vez com esta comédia dirigida pelos irmãos Ethan e Joel Coen que, à sua maneira, adaptam a Odisséia de Homero para o sul dos EUA nos anos 1930, em plena Depressão. Clooney é Everett McGill, um fugitivo que, ao lado de outros dois ex-prisioneiros, busca um tesouro enquanto o trio precisa fugir de um tira. O ator busca inspiração em tipos vividos com Charles Chaplin e Buster Keaton para compor seu personagem com trejeitos cômicos e satíricos quase teatrais, além de um forte sotaque sulista. Resultado: indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia ou Musical, muito merecidamente. Uma pena que o filme não tenha tido grande público e acabou deixado de lado com o tempo. Porém, merece uma bela revisão para quem é fã do astro e de bom cinema.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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