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5+1 :: Harrison Ford

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Indiana Jones, Han Solo, Blade Runner, Jack Ryan. São tantos personagens emblemáticos em sua carreira que é difícil não citar o nome de Harrison Ford sem associá-lo a um dos papéis em questão. Porém, a filmografia do astro vai muito além desta fama de “herói de filmes de ação”, mesmo que ele não tenha sido reconhecido muitas vezes em premiações por sua carga dramática (foi indicado ao Oscar uma única vez, por A Testemunha, 1985) ou pelo timing cômico (como no divertido Uma Manhã Gloriosa, 2010).

Há pouco, Ford voltou à ativa no gênero que o consagrou com Os Mercenários 3 (2014), além, é claro, de ter retornado à saga que o lançou em Star Wars: O Despertar da Força (2015). Com um currículo recheado de sucessos e atuações marcantes, a equipe do Papo de Cinema homenageia o galã, que celebra mais um aniversário no dia 13 de julho, é claro, com seus cinco melhores trabalhos – e mais um que merece ser lembrado.

 

Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (Star Wars: Episode IV – A New Hope, 1977)
Por Marcelo Müller
Harrison Ford pode se orgulhar de ter interpretado alguns personagens entre os mais lembrados até hoje pelo grande público. Os mais famosos dele, especificamente, são peças-chave de blockbusters norte-americanos dos anos 1970 e 1980. Mesmo que Ford tenha levado a carreira com inteligência, a fim de não ficar estigmatizado por este ou aquele papel, aliás, no que se saiu muito bem, difícil escapar ao menos de uma imediata identificação com Han Solo, um dos principais personagens da série Star Wars, esta criada por George Lucas. Mercenário, nativo do planeta Correlia, Solo aceita transportar Luke Skywalker e Obi-Wan Kenobi até o planeta Alderaan, envolvendo-se depois mais profundamente no resgate da princesa Leia. Ford desempenhou tão bem esse papel que é difícil pensar noutro ator como Han Solo – missão que o novato Alden Ehrenreich, escolhido para substituí-lo na juventude do personagem nos novos filmes da franquia após sua aquisição pela Disney, sabe que não será nada fácil.

 

Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981)
Por Yuri Correa
Dentre tantos papeis que vieram a consagrá-lo, Indiana Jones talvez seja o mais importante dentre os vividos por Harrison Ford, uma vez que trata-se do protagonista de uma franquia que a princípio nem mesmo levava seu nome. Afinal, o título original do longa é apenas Os Caçadores da Arca Perdida. Os grandes letreiros amarelo-alaranjados trazendo a alcunha do famoso arqueólogo só vieram a surgir pela primeira vez em O Templo da Perdição (1984), segundo filme da série, o que mostra a força do herói concebido por George Lucas e levado às telonas por Steven Spielberg. Neste longa-metragem de estreia – vencedor de quatro Oscars, ainda indicado a outros quatro, incluindo Melhor Filme -, tal qual Star Wars, revitaliza-se o gênero de aventura, construindo-se cuidadosamente a entrada de Ford em cena, algo em que o diretor já foi mestre. Então começamos a acompanhar a jornada de Indy para impedir que os nazistas coloquem as mãos na Arca da Aliança, mítico objeto bíblico que contém as pedras onde foram escritos os dez mandamentos. Astuto, carismático e sarcástico, Indiana sustenta seus quatro filmes – até então – sem dificuldade alguma, sempre acompanhado de longe pelo tema inesquecível composto por John Williams.

 

Blade Runner – O Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982)
Por Thomás Boeira
Na Los Angeles de 2019, Rick Deckard é um ex-policial que ganha a tarefa de encontrar quatro androides (chamados de replicantes) que estão à solta na Terra com o objetivo de estender seu ciclo vital. Blade Runner parte disso para se revelar uma história de ficção científica muito ambiciosa e humana em sua concepção, com toques de filme noir , além de visualmente fantástica em seu design de produção futurista. Como Deckard, um de seus papeis mais icônicos, Harrison Ford segura o filme muito bem, sendo que até hoje há discussões sobre a verdadeira natureza do personagem. Seria ele humano ou um replicante? Apesar da fraca recepção quando lançado em 1982, Blade Runner ganhou seu merecido reconhecimento ao longo dos anos, principalmente depois que Ridley Scott lançou sua versão do diretor, além de ter servido de influência para várias outras produções.

 

A Testemunha (Witness, 1985)
Por Robledo Milani
Alçado à posição de “astro do século” no final dos anos 1990, Harrison Ford conseguiu atingir um nível extremo de popularidade graças mais aos seus emblemáticos personagens – Indiana Jones, Han Solo, Jack Ryan, Blade Runner – e menos por sua versatilidade enquanto intérprete. O incrível carisma do ator funcionava à perfeição ao estilo conquistador sensível, o herói humano com quem as plateias conseguiam facilmente se identificar, a despeito de suas proezas quase absurdas. Nos seus primeiros anos em Hollywood, talvez o único trabalho que tentou discutir com mais efeito essa posição quase invulnerável, mostrando-o como um homem possível de falhas e traumas, foi o policial infiltrado em uma comunidade amish no interior dos Estados Unidos em busca da testemunha decisiva de um assassinato. O drama dirigido por Peter Weir recebeu oito indicações ao Oscar – inclusive a Melhor Filme, Direção e Ator (a única de toda a carreira de Ford) – e recebeu duas estatuetas, nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição. Harrison concorreu ainda ao Globo de Ouro, ao Bafta e foi premiado pelos críticos de Kansas, num retrato delicado e poderoso sobre nossas raízes e tradições e o quão intensas podem ser essas influências na formação de um homem.

 

O Fugitivo (The Fugitive, 1993)
Por Rodrigo de Oliveira
O Fugitivo foi um dos seriados mais populares da televisão norte-americana. O último episódio, exibido em 1967, bateu recordes de audiência ao limpar o nome do doutor Richard Kimble, acusado injustamente de assassinar sua esposa. Em 1993, trinta anos depois da estreia da série, o diretor Andrew Davis foi convidado a ressuscitar a história do médico bom samaritano que precisa escapar para provar sua inocência. E o convite partiu de Harrison Ford, após ele ter visto A Força em Alerta (1992), sucesso de Davis estrelado por Steven Seagal. O resultado deste visionário convite? Um Oscar para Tommy Lee Jones, como Melhor Ator Coadjuvante, e mais seis indicações, incluindo Melhor Filme. Harrison Ford não foi lembrado pela Academia, mas está em grande forma. O eterno Indiana Jones se despe de sua persona heroica e vive um homem que precisa correr e se esconder para não ser executado injustamente. Ainda que não deva chamar a atenção, a cada lugar que passa, Kimble tenta ajudar como pode as pessoas que cruzam seu caminho, enquanto tenta descobrir a identidade do homem de um braço só, responsável pela morte de sua esposa. Inteligente e cheio de adrenalina, O Fugitivo é filme de ação com conteúdo.

 

+1

 

Revelação (What Lies Beneath, 2000)
Por Matheus Bonez
O filme de Robert Zemeckis é um desvio de percurso bem sucedido na carreira de Harrison Ford. Orçado em 100 milhões de dólares, só nos EUA Revelação arrecadou 155 milhões e chegou a um total de quase 300 milhões no mundo todo. Ora, por que, então, definir a produção como o +1 da vez? Porque nunca antes Ford, tão acostumado a papéis de galã ou herói (incompreendido ou não), interpretou um personagem dúbio. Pois seu Norman, o aparentemente perfeito marido de Claire (Michelle Pfeiffer), é justamente isso: uma fachada para uma série de imperfeições que começam a vir à tona após sua esposa ter visões e sonhos sobre uma mulher. Misturando ares hitchcockianos com os de produções em que espíritos tomam conta da narrativa, o filme até chega a tropeçar perto de seu fim, porém insere um medo constante durante seu percurso. Algo que a atuação contida de Ford ajuda a aumentar, já que Claire e o público desconfiam o tempo todo de suas atitudes. Isto, é claro, até a revelação no seu clímax, que pode inocentar ou culpar de vez o protagonista. Um bom trabalho de Ford que parece ter sido esquecido com o tempo.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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