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5+1 :: Hilary Swank

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Demorou algum tempo para Hilary Swank se destacar no panteão hollywoodiano. Atriz desde a adolescência, estreou no cinema em 1992, mas sua Buffy: A Caça Vampiros não foi muito comentado, ainda mais quando a série de mesmo nome estreou anos depois. Foram poucos personagens dignos de nota até sua arrebatadora performance como o rapaz em corpo de garota de Meninos Não Choram (1999). O papel, que lhe rendia apenas 75 dólares por dia de gravação, rendeu frutos mais do que satisfatórios. Foram diversos prêmios, o primeiro Oscar, e um novo fôlego para a carreira, tornando-a conhecida para o mundo. Contabilizando até agora, foram 53 prêmios e outras 31 indicações, atestando seu talento perante as câmeras. No dia 30 de julho a intérprete comemora mais um aniversário. A equipe do Papo de Cinema não fica de fora de festa e seleciona seus cinco melhores trabalhos – mais aquele sucesso não tão bem recebido pela crítica, mas que merece uma segunda chance. Confira!

 

Meninos Não Choram (Boys Don’t Cry, 1999)
Até 1999, Hilary Swank havia interpretado uma nova aprendiz de Pat Morita na franquia Karatê Kid e uma mãe solteira na série Barrados no Baile, entre outros papeis menores, no cinema e na televisão. Desse ano em diante, tudo mudou, pois ela virou estrela ascendente em virtude do celebrado protagonismo no filme de Kimberly Peirce. Tanto, que levou para casa seu primeiro Oscar de Melhor Atriz. Sua personagem, Teena Brandon, reivindica ser chamada Brandon Teena, nome mais condizente com a condição masculina que sua concepção biológica teima em negar. O cenário é a cidade rural de Falls City, Nebraska, ou seja, o drama desse menino num corpo de menina ganha contornos ainda mais fortes por conta dos aspectos retrógrado e tacanho que historicamente dominam os Estados Unidos interiorano. Baseado em fatos reais, o longa busca realçar a tragédia dessa figura emblemática, detendo-se no sofrimento dela. Swank é como um farol que nos guia corajosamente pela Via Crúcis de Brandon, ele que precisa lidar com a rejeição inicial da amada e o preconceito violento dos intolerantes. Ali, Hilary Swank mostrou que, em breve, figuraria entre as grandes. – por Marcelo Müller

 

Menina de Ouro (Million Dollar Baby, 2004)
Ainda que não seja extraordinário, temos aqui um filme excelente. Bonito, simples, sem sensacionalismo, demagogia, exageros e muito, muito bem feito. Não é à toa que ganhou o Oscar de Melhor Filme e Clint Eastwood levou a estatueta de Melhor Diretor. Mas nada disso seria possível não fossem três atuações espetaculares. Eastwood, no papel de Frankie Dunn, um treinador durão; Morgan Freeman,, que vive Eddie “Scrap-Iron” Dupris, o ajudante de Dunn; e Hilary Swank, que interpreta Maggie Fitzgerald, uma aspirante a lutadora de boxe com o improvável sonho de ganhar o título mundial feminino. O diretor foi indicado ao prêmio de Melhor Ator, enquanto Freeman ganhou como Melhor Ator Coadjuvante. No entanto, a mágica do filme é a atuação estonteante de Hilary Swank, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz pela segunda vez. Ela interpreta uma garçonete que tem o sonho de ser pugilista, mesmo já estando velha para o esporte. Ninguém quer treiná-la, mas ela aos poucos vence a resistência de Dunn, com quem estabelece uma conexão praticamente de pai e filha. E Hilary Swank está magistral no papel. A atriz treinou boxe para poder interpretar com precisão e convence em cada cena, mas sem ficar masculinizada. Hilary parece crescer quando seu personagem é muito forte, e é isso o que acontece. Ela consegue mostrar as fragilidades, mas também a força de vontade inabalável e inspiradora de Maggie Fitzgerald. Nos comove, emociona e não deixa uma gota de dúvida sequer em qualquer segundo do filme. É espetacular. – por Gabriel Pazini

 

Escritores da Liberdade (Freedom Writers, 2007)
A história é conhecida: professora começa a trabalhar em uma escola pública, encontra uma turma de alunos perdidos, desinteressados e já acostumados com a ideia de que não serão ninguém na vida, com o crime sendo possivelmente seu único caminho a seguir. Isso até ela inspirá-los e fazê-los concluir que eles podem sim fazer algo relevante com seu futuro. Escritores da Liberdade não se diferencia muito de boa parte dos filmes de professores, seguindo a linha de produções como Mentes Perigosas (1995). Mesmo assim, é um drama eficiente. Em parte isso se deve à bela performance de Hilary Swank no papel da protagonista, a professora Erin Gruwell. Aqui, nossa homenageada usa todo seu carisma e determinação para dar vida a uma mulher que acredita no potencial humano de seus alunos, sendo que ela tem noção do desperdício que resultaria se eles jogarem isso fora. Talvez não seja uma atuação digna de prêmios, mas ainda assim é um trabalho admirável que merece destaque na carreira desta ótima atriz. – por Thomás Boeira

 

A Condenação (Conviction, 2010)
Apesar de ser dona de dois – merecidos – Oscars, Hilary Swank é uma atriz que ainda tem muito o que provar ao grande público, principalmente no que diz respeito à sua versatilidade. Afinal, seus dois personagens de maior sucesso são bastante semelhantes entre si – ambas são mulheres fortes, determinadas e guerreiras. Mais ou menos como Betty Anne Waters, uma mãe solteira que vivia de subempregos mas que, a despeito de suas condições contrárias, passou duas décadas estudando até se formar advogada com um único propósito: libertar o próprio irmão da pena de morte. A convicção que tinha a respeito da inocência do familiar muitas vezes era questionada até por ele mesmo, que duvidava das circunstâncias do seu envolvimento com o crime em questão. Mas desistir nunca passou pela cabeça de Betty Anne, e muito menos de Hilary, que aqui entrega mais um trabalho de peso inspirado em uma história real. Ao lado de um elenco de peso – Sam Rockwell, Melissa Leo e Juliette Lewis foram também premiados por estes desempenhos – Hilary Swank conseguiu uma indicação como Melhor Atriz no prestigioso Screen Actors Guild Awards, a premiação do Sindicato dos Atores. E o que pode ser melhor do que um reconhecimento dos próprios colegas? – por

 

Dívida de Honra (The Homesman, 2014)
Em seu mais recente longa na direção, Tommy Lee Jones retorna ao faroeste, optando desta vez por uma história de época. No ano de 1854, Mary Bee Cuddy (Hilary Swank), uma fazendeira solteira, assume a tarefa de transportar três mulheres insanas para o Iowa. Antes de embarcar na missão, Mary salva a vida do posseiro George Briggs (Jones), que para pagar a dívida a acompanha na travessia. Inicia-se então uma jornada de transformação dos personagens que acaba espelhando o processo de formação da América. Com um visual belíssimo e enquadramentos precisos, Jones capta um realismo pouco mostrado no gênero, com explosões de violência e imoralidade que causam um desconforto fascinante. Mas seu maior mérito é apresentar a história sob uma perspectiva feminina durante quase todo o tempo. E para isso o diretor conta com o talento de Swank, trabalhando, a princípio, com uma personagem típica em sua carreira – a mulher forte e subestimada que deve provar seu valor – mas que aos poucos se mostra muito mais complexa. A capacidade da atriz faz com que Mary se torne o perfeito oposto complementar ao personagem bruto de Jones neste poderoso tratado sobre a desilusão. – por Leonardo Ribeiro

 

+1

 

P.S. Eu Te Amo (P.S. I Love You, 2007)
Baseado em livro homônimo, o filme conta a história do casal Holly (Hilary Swank) e Gerry (Gerard Butler). Os conhecemos em meio a uma grande briga, mas nada que nos faça crer que os dois não são apaixonados um pelo outro. Os dias de amor e rusgas se encerram de forma precoce quando Gerry morre e deixa sua esposa apenas com suas lembranças. Sentindo dificuldade em superar a perda, Holly se surpreende no dia de seu aniversário quando recebe um bolo e uma carta assinada pelo seu falecido marido. Gerry preparou correspondências que seriam entregues a ela de forma inesperada, a fim de ajudá-la a passar esse difícil período. O longa-metragem acerta em cheio quando apresenta dois temas bastante familiares à grande parte de sua audiência: o amor e a perda. É fácil a identificação entre o espectador e a personagem de Hilary Swank. Ajuda o fato de a atriz estar muito bem no papel, conseguindo carregar a história por boa parte da projeção. Acostumados a assisti-la em papéis mais duros, este romance foi uma saudável mudança de ares para esta talentosa atriz, que faz uma ótima dobradinha com Butler. – por Rodrigo de Oliveira

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