“Magnética” e “Hipnotizante” foram alguns dos termos utilizados para descrever a performance de Isabelle Adjani como a estrela desta cinebiografia sobre o grande amor de um dos maiores escultores franceses de todos os tempos. Porém, se Auguste Rodin foi ganhar um filme para chamar de seu somente agora (Rodin, 2017), aqui o artista ganha vida através do talento gigante de Gerard Depardieu, porém em posição coadjuvante em relação à sua controversa amante. Adjani é a escolha perfeita para o período de sua vida aqui retratado, do auge da paixão entre os dois, refletindo tanto seus lampejos de criatividade como também seus ataques de fúria e de insanidade. O ímpeto e o desejo atroz que a dominava resulta em um registro oposto àquele seguido, por exemplo, pela também excelente Juliette Binoche em Camille Claudel 1915 (2013), que se foca num momento posterior desta incrível, porém perturbada, mulher. Isabelle Adjani se deixa guiar pelo instinto, não atuando, mas, antes, incorporando por completo a personagem que tinha em mãos. Um trabalho primoroso, que resultou em sua segunda indicação ao Oscar, além do Urso de Prata no Festival de Berlim e do César de Melhor Atriz na França – o terceiro dos cinco que soma até hoje! – por Robledo Milani