Jennifer Aniston não é uma unanimidade em Hollywood. Ela nunca foi alçada ao primeiro time de atrizes, especialmente se contar que em sua carreira há belos deslizes como Ele Não Está Tão a Fim de Você (2009), Esposa de Mentirinha (2011) e Família do Bagulho (2013). Ok, ela é mais conhecida por seu eterno papel de Rachel na sitcom americana Friends (1994-2004) ou por ter se recusado a engravidar de Brad Pitt (sim, momento fofoca). Ainda assim, é impossível não lembrar de sua beleza ou do timing cômico quando seu nome é anunciado.
A intérprete tem um bom, mesmo que não extenso, rol de papéis no cinema. E, para celebrar seus 45 anos, completos no dia 11 de fevereiro de 2013, a equipe do Papo de Cinema resolveu lembrar suas cinco melhores aparições no cinema. E aquela que, mesmo sem tanto destaque, merece ser revisto.
Por Matheus Bonez
Quando ainda estrelava Friends como a patricinha Rachel, Jennifer Aniston resolveu ousar no cinema ao diversificar seus papeis de garotas que querem um marido perfeito e viveu a infeliz Justine de Por um Sentido na Vida. Infeliz por vários motivos: trabalha em um supermercado sem perspectivas para o futuro. O marido só quer saber de fumar maconha. O amante é quase um esquizofrênico que acredita ser o narrador de O Apanhador no Campo de Centeio, livro de J.D. Salinger. Não bastasse tudo, ela ainda engravida deste mesmo rapaz. E, como o título original já indica, a “boa garota” não quer causar a infelicidade de ninguém. Apenas tentar viver seus próprios (e raros) momentos de felicidade. Nesta dramédia, Jennifer conquistou o respeito da crítica e mostrou que sabia muito mais do que ser “apenas” uma boa comediante. Talento que ela mostraria nos seus próximos filmes, mesmo que alguns sejam de qualidade duvidosa. Mas aqui, não há como questionar: ela mereceu todos os aplausos que recebeu.
Por Conrado Heoli
Em seu primeiro papel após o término da sitcom Friends, Jennifer Aniston parece determinada em acabar com as muitas comparações de que suas interpretações no cinema são variações da icônica Rachel Green. Em Fora de Rumo (2005), a atriz não apenas confirma seu talento para personagens dramáticos como desaparece na composição da sedutora e ambígua Lucinda Harris. Ela é uma advogada bem sucedida que ajuda o executivo Charles Schine (Clive Owen) num momento desconfortável: ele está no trem quando se descobre sem bilhete ou dinheiro algum para comprar a passagem. O encontro gera um interesse mútuo que vai da tensão sexual ao conflito quando eles passam a ser chantageados por um criminoso. Primeiro filme do sueco Mikael Håfström nos Estados Unidos, Fora de Rumo peca no roteiro, deixa algumas lacunas pelo caminho e se torna questionável quando os protagonistas insistem em escolhas obviamente erradas. Ainda assim, o thriller faz valer a sessão principalmente por seus atores – é a única oportunidade de ver Aniston como uma sensual femme fatale e Vincent Cassel como o enigmático e caricato vilão LaRoche. Com alguma aspiração de suspense hitchcockiano e um final surpreendente, este ainda é um dos melhores filmes da irregular carreira de Jennifer Aniston.
Por Renato Cabral
Em Friends, Jennifer Aniston interpretou, em meio à trupe do sitcom, a dondoca Rachel. Cheia de manias e frescuras, a personagem mantinha entre seus amigos a fama de estilosa e filhinha do papai. Contrapondo-se a esse papel, Aniston estrelou, em 2006, a dramédia de Nicole Holofcener: Amigas com Dinheiro. Na excepcional produção, a atriz interpreta Olivia, a única da sua turma de amigas que não teve muito sucesso financeiro e estabilidade. Depois de desistir de um trabalho lucrativo, ela se encontra insegura sobre o que fará da vida e também quanto aos seus relacionamentos. Acaba virando faxineira, vive de amostra grátis de cremes, erra no amor e, bom, é uma sucessão de desventuras todas vistas pelos olhos das suas bem resolvidas amigas. Teoricamente bem resolvidas. Afinal, dinheiro nem sempre traz toda a felicidade.
Por Yuri Corrêa
É um daqueles filmes baseados em um livro que é popular por ser baseado em uma história real e bonitinha e que leva quase todo o seu público alvo às lágrimas antes de acabar – produções assim tem se tornado cada vez mais comuns de 2008 pra cá, aliás. Bastante fiel ao texto original, afinal, dizem pra não mexer em time que está ganhando, Marley & Eu conta a história de John e Jenny (Owen Wilson e Jennifer Aniston), casal que adota um labrador para suprir suas ânsias de serem pais, nomeando-o como Marley. O que não esperavam é que o cãozinho fosse hiperativo e cheio de potencial para a destruição, rendendo ao seu dono ótimas histórias para por num livro depois, o que de fato aconteceu. Alguns podem apontar dedos por ser uma comédia familiar estrelada por Wilson e Aniston, que apesar de já terem cometido inúmeros tropeços em suas carreiras, possuem um timing inquestionável, mas acontece de o longa ser, no mínimo, agradável e, sim, divertido. Talvez não seja tão comovente como o vendem, mas tampouco é um filme facilmente esquecível, o que, na longa lista de comédias tanto nacionais quanto hollywoodianas lançadas anualmente, é algo louvável.
Por Dimas Tadeu
Depois da Rachel de Friends é difícil imaginar Jennifer Aniston em qualquer papel que não seja meio meigo, meio cômico, meio Rachel. Não importa quão diferentes suas personagens sejam entre si, lá no fundo, suas motivações parecem ser as mesmas, envolvendo encontrar “o cara dos sonhos”. Por isso, é meio estranho pensar na garota no meio do elenco de uma comédia politicamente incorreta, dessas que vêm fazendo sucesso em Hollywood. E mais: fazendo papel de uma dentista ninfomaníaca que usa de sua autoridade para abusar do próprio assistente. Definitivamente, é fora da casinha. Especialmente porque o tal assistente não quer ser abusado por uma mulher do calibre de Aniston, o que por si só é uma piada. Quando o grupo de amigos protagonistas decide matar seus chefes (a dentista tarada entre eles), a trama ganha proporções surreais e Aniston consegue enterrar sua inesquecível Rachel para ressurgir como uma explosão cômica. Vale a pena conferir.
+1
Por Thomás Boeira
Acompanhando Chris (Mark Wahlberg), um jovem que ganha a chance de ser o vocalista de sua banda de rock preferida, Rock Star mostra que o mundo cheio de regalias, sexo e drogas desse sonho pode não ser tão bom quanto o rapaz imaginava, custando muitas coisas e trazendo uma boa parcela de decepções. Isso fica claro, por exemplo, em uma cena em que Chris aparece com músicas novas para o próximo disco da banda, mas é vetado pelos outros membros, que já organizaram tudo. Apesar de Wahlberg carregar o filme com carisma e segurança, Jennifer Aniston se destaca com uma atuação sensível interpretando Emily, namorada do protagonista e única pessoa que lhe traz certo calor humano e que tenta manter sua cabeça no lugar, além de acreditar em seu enorme talento e apoiá-lo naquilo que pode. No geral, Rock Star não é um filme dos mais originais, mas, ainda, é muito interessante.