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5+1 :: Leonardo DiCaprio

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Leonardo DiCaprio é figurinha carimbada em Hollywood, e não é de hoje. Já foi namorado da supermodelo Gisele Bündchen, não é conhecido por ser das celebridades mais simpáticas, porém, além de ser um ótimo intérprete, é também presença constante entre os campeões de bilheteria e um dos queridinhos da crítica e das mais importantes premiações. Até o Oscar, que parecia não aceitar que um galã como ele pudesse ter tanto talento, acabou dando o braço a torcer e lhe reconhecendo com uma cobiçada estatueta dourada – ainda que essa tenha vindo em sua sexta indicação (a quinta como ator)! Mas seu talento vai além, e já lhe garantiu mais de uma centena de prêmios e quase trezentas indicações extras! Entre as estatuetas que já conquistou se encontram três Globos de Ouro, dois Critics Choice Awards e um troféu no prestigiado Festival de Berlim. Sem mais delongas, o Papo de Cinema comemora o aniversário do ator no dia 11 de novembro, é claro, com a lista de seus cinco melhores trabalhos – e aquele que merece uma atenção especial. Confira!

 

Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador (What’s Eating Gilbert Grape, 1993)
Por Robledo Milani
Ainda no início da carreira, quando tinha somente 18 anos e alguns trabalhos da televisão, Leonardo DiCaprio chamou atenção pela primeira vez do grande público com este drama de formação sobre um jovem em busca de seu lugar do mundo. Ainda que não interprete o protagonista, ele aparece como Arnie Grape, o irmão caçula que sofre de problemas mentais. Ao lado da mãe, dona de uma obesidade mórbida, ele representa um empecilho na vida de Gilbert, que está apaixonado e com um anseio cada vez maior de sair da casa onde vivem e explorar ao mundo como qualquer outro jovem da sua idade. Porém a química de DiCaprio e Johnny Depp (no papel principal) desenvolvem é tão intensa que é impossível imaginar um separado do outro. Após ter revelado muita sensibilidade no seu trabalho anterior, como filho de Robert De Niro em O Despertar de um Homem (1993), lançado no mesmo ano, foi aqui que ele mostrou que este talento poderia estar também a serviço de uma versatilidade singular. Como resultado, recebeu sua primeira indicação ao Oscar, além de ter levado para casa o prestigiado National Board of Review como Melhor Ator Coadjuvante do ano.

 

Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 2008)
Por Marcelo Müller
Leonardo DiCaprio ganhou fama mundial após Titanic (1997). O mesmo ocorreu com Kate Winslet. Mais de dez anos depois, os dois reeditaram a parceria neste filme dirigido por Sam Mendes, no qual interpretam os Wheelers. Residentes no número 115 da Revolutionary Road, eles são verdadeiro modelo de felicidade aos próximos. Entretanto, sob a superfície, são jovens arrastados por uma existência a dois esquemática e pré-programada: filhos, casa impecável, uma contida insatisfação pessoal e profissional, etc. Todos querem ser os Wheelers, menos os próprios. Ironia ou não, o único inteiramente lúcido e sincero a respeito dos Wheelers é John, paciente psiquiátrico e filho da corretora do casal. Alheio às convenções sociais que fazem os demais posicionarem opiniões como num tabuleiro de xadrez, ele profere leituras certeiras tanto acerca da necessidade de Frank mostra-se homem (provedor) quanto sobre a histeria típica de April. Os protagonistas são seres pulsantes e contraditórios, ao mesmo tempo algozes e reféns das vicissitudes e da covardia que, volta e meia, acometem a todos. Leonardo DiCaprio desempenha um dos grandes papeis de sua carreira, carregando em seu semblante o amargor do homem classe média americano, sentimentalmente imaturo, guiado pela cartilha uniformizadora do american way of life.

 

A Origem (Inception, 2010)
Por Thomás Boeira
Em um dos grandes filmes de Christopher Nolan, Leonardo DiCaprio ficou com o papel de Dom Cobb, um ladrão conhecido por ser o melhor na arte da extração, que consiste de roubar os segredos de seus alvos enquanto estes sonham. Depois de falhar na missão onde entrava no subconsciente de Saito (Ken Watanabe), Cobb recebe dele a proposta de plantar uma ideia na mente de uma pessoa, num processo chamado de inserção. Se bem sucedido, Cobb terá a chance de voltar à companhia de seus filhos. A partir disso, o filme aposta em um conceito intrigante e o explora ao máximo, montando uma narrativa fascinante, que é conduzida com inteligência e segurança por Nolan. E em um elenco cheio de grandes nomes, que vai de Joseph Gordon-Levitt a Marion Cotillard, passando por Tom Hardy, Cillian Murphy e Ellen Page (além de Michael Caine, em uma participação pequena), DiCaprio se destaca em uma atuação que mantém o espectador sempre atento a seus atos, ao mesmo tempo em que faz de Cobb um homem determinado e cheio de amargura, o que se deve a um passado que o persegue e coloca seu trabalho e sua equipe constantemente em risco. É um trabalho admirável e que fechou com chave de ouro o ano de 2010 para o ator, que na época havia aparecido ainda no não menos brilhante Ilha do Medo.

 

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, 2013)
Por Yuri Correa
Interpretando Jordan Belfort, cujo livro deu origem ao filme aqui dirigido por Martin Scorsese, Leonardo DiCaprio encontra no criminoso financeiro um papel que comprova o talento tão renegado pela Academia. O ator traz uma energia inerente combinada a uma insuspeita veia cômica que ele já vinha preparando desde Django Livre (2012), mas que aqui assumem suas formas completas, principalmente na já icônica sequência em que uma fortíssima droga começa a fazer efeito no seu sistema. Longe dos mocinhos e protagonistas introspectivos a que vinha se dedicando, Jordan é um canalha insensível, ganancioso e misógino, que apesar disso ganha o espectador em minutos. A quebra da quarta parede ajuda nesse quesito de identificação, ainda que Belfort use-a constantemente de forma condescendente com o espectador. DiCaprio e Scorsese se esforçam também para fazer do personagem uma caricatura, impedindo propositadamente uma humanização da sua figura, para que possamos rir de Jordan e não com ele de suas amoralidades. O filme representa, além de mais uma ótima parceria entre diretor e ator, também mais um Oscar merecido que o nosso homenageado deixou de ganhar.

 

O Regresso (The Revenant, 2015)
Por Robledo Milani
Leonardo DiCaprio recebeu sua quinta indicação ao Oscar pelo desempenho como Hugh Glass em O Regresso. Nesse ponto, com mais de vinte anos de carreira, a torcida já era tamanha para que o astro ganhasse sua cobiçada estatueta dourada que sua vitória teve ares de conquista da Copa do Mundo! Mas o feito não foi sem merecimento – algo que não chega a ser raro no que se trata da premiação da Academia. Talvez aqui ele não entregue sua melhor performance – mas, também, estamos falando de um astro que nunca permite um mergulho menos do que intenso em cada um do seus trabalhos. Ao atuar sob o comando do cineasta mexicano Alejandro G. Iñarritu, DiCaprio volta ao início do século XIX como um desbravador que é traído pelos seus próprios companheiros e precisa descobrir como sobreviver por conta própria diante das condições mais adversas – enfrentando, inclusive, um urso selvagem! Uma atuação que aposta bastante na entrega física, ao mesmo tempo em que coroa uma jornada de fúria, revolta e redenção. Como protagonista, ele vai do céu ao inferno, e de lá renasce, pronto para buscar o que lhe é de direito. Uma atuação vigorosa, intensa e catalisadora de todos os olhares, tal qual os fãs do ator já estão bem acostumados.

 

+1

 

Prenda-me Se For Capaz (Catch Me If You Can, 2002)
Por Matheus Bonez
Depois de Titanic (1997), que lhe deu projeção mundial, Leonardo DiCaprio fez alguns filmes não tão bem quistos pelo público e pela crítica, como O Homem da Máscara de Ferro (1998) e A Praia (2000), mas desde 2002 o ator ter sido cada vez mais respeitado pelas escolhas de seus papeis. No mesmo ano estrelou Gangues de Nova York, mas o longa que realmente fez o ator se mostrar diversificado em seus papeis foi este de Steven Spielberg em que interpreta a história real de Frank Abagnale Jr. O garoto de 19 anos subiu na vida e na conta bancária através de falsificação de cheques e de identidade. Seja na pele de um médico, de um piloto de avião ou de um advogado. O drama leve dá espaço para que DiCaprio fuja de vez de sua aura de galã, tão marcada após seu “i’m the king of the world”, e consiga captar as mais diversas facetas de seu personagem, tão rico em camadas que é impossível não simpatizar com ele. Por mais que suas ações não sejam dignas de aplausos. Um grande passo na carreira daquele que viria a se tornar um dos melhores atores de sua geração. Algo que seus próximos filmes atestariam ainda mais em seu currículo.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.

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